Cansado de tais andanças, um velho índio, já muito velho, recusou seguir adiante e preferiu aquetar-se na tapera.
A mais jovem de suas filhas, a bela Jary ficou entre dois corações: seguir adiante, com os moços de sua tribo, ou ficar na solidão, prestando arrimo ao ancião até que a morte o levasse para a paz do Yvi-Marai.
Apesar dos rogos dos moços, Jary terminou permanecendo junto ao pai.
Essa atitude de amor mereceu uma recompensa.
Um dia chegou por aquelas paragens, um pajé desconhecido e perguntou à Jary o que ela queria para sentir-se feliz. A moça nada mencionou, mas o velho pai pediu: quis ter suas forças renovadas para poder seguir adiante e levar Jary ao encontro da tribo que tinha partido.
Entregou-lhe o pajé uma planta muito verde, perfumada de bondade, e ensinou que ele plantasse, colhesse as folhas, secasse ao fogo, triturasse, botasse os pedacinhos num porongo, acrescenta-se água quente ou fria e sorvesse essa infusão. E disse:
- Terás nessa nova bebida uma nova companhia saudável mesmo nas horas tristonhas da mais cruel solidão.
Dada a receita partiu.
Foi assim que nasceu e cresceu a caá-mini. Dela resultou a bebida caá-y que os brancos mais tarde adotaram o nome de erva-mate, muito utilizada pelos gaúchos no chimarrão.
Sorvendo a verde seiva o ancião retemperou-se, ganhou força e pode empreender a longa viajada até o reencontro com seus.
E a tribo toda adotou o costume de beber da verde erva, amarguentinha e gostosa que dava força e coragem e confortava amizade mesmo nas horas tristonhas da mais total solidão.
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O VERDADEIRO MATE GAÚCHO
Antes de tudo, limpe a cuia e a bomba com água fervente. Deixe secar.
Encha a cuia com cerca de 2/3 da erva-mate. Utilize a própria bomba de chimarrão para ajeitar a erva para um lado, inclinando a cuia.
Faça uma proteção com uma de suas mãos abertas para que a erva não caia fora da cuia
Deixe acumular o maior volume de erva do lado desejado, de preferência à esquerda, deixando o espaço da direita vazio ( da borda ao fundo).
Continue protegendo o maior volume de erva com a mão, despeje (devagar) um pouco de água morna ou fria, no espaço entre a erva-mate e a lateral da cuia.
Não use água muito quente para não queimar a erva e deixá-la amarga.
Depois de colocar a água, continue apoiando bem a erva e incline a cuia na horizontal, até que a água chegue na borda do volume da erva. Com isso, a erva-mate grudará na parede da cuia. Deixe a cuia encostada por cerca de 2 minutos até que a erva inche.
Introduza a bomba ao fundo, tamapando o bico. Depois, absorva a água que restou e cuspa fora.
Com a cuia no suporte, despeje (devagar) a água quente e comece a beber.
35 comentários:
Essas lendas indigenas são fabulosas. Eles tinham uma explicação para tudo, uma história para justificar o que quer que fosse.
Este seu cantinho é uma preciosidade, Silvana. Parabéns (de novo e sempre)
Beijos
Bonita lenda e você a transmite muito bem, é gostoso ler seus escritos.
beijos
adoro este tipo de lendas,precisava de ter essas ervas ca em casa para de vez em quando fazer um chãzinho,sabes ha horas em que precisamos de um conforto...,bjs
Vim, vi e gostei MUITO!!!
A cultura indígena é riquíssima, deve ser reco(conhecida) e principalmente RESPEITADA.
Parabéns pelo lindo trabalho!!!
Cidinha Damaso
Olá Silvana!
Fiquei feliz com a visita de uma pessoa tão culta quanto vc.
Pelas postagens ... posso avaliar!
Nossa cultura vai se perdendo e é sempre delicioso encontrar alguém que a resgate!
Está add ... voltarei outras vezes!
Beijos
Gostei de saber!
bjs.
OLA SILVANA, EXCELENTE LENDA, GOSTEI IMENSO...VOTOS DE UMA OPTIMA SEMANA!!!
BEIJO DE AMIZADE,
SUSY
Chimarão é com a gente daqui mesmo. Não tomo muito por falta de tempo, mas de vez em quando faço um chimarão só para mim,
É uma bonita lenda, muito bem contada.
e os índios sempre contam belas histórias para difundirem seus costumes.
beijo
Silvana,
eu aaaaaaamo lendas!!!
Essa então, gostei muito de conhecer.
Você é fera, viu? Continue nos dando esses presentes...
Abração!
TUDO LINDO, NÃO TENHO ADJETIVO A ALTURA... QUANTA INFORMAÇÃO, QUANTA CULTURA........PARABENS, ENCANTADOR.
Excelente a lenda da Erva-Mate, como são naturalmente essas histórias indígenas.
No meu blog São Lourenço - Caminho das Águas (www.pousodolourenco.blogspot.com) coloquei no Marcador Lendas, a da Serra da Mantiqueira, muito bonita, por sinal.
Beijo
Gostoso vir aqui saborear essas lendas.
bjs
Interessante, pois geralmente é uma bebida bem consumida aqui no Brasil, mesmo que seja os derivados industrializados...
Fique com Deus, menina Silvana.
Um abraço.
Olá Silvana,
que prazer descobrir o seu blog.
Este resgate da Cultura Popular é super importante! Parabéns!
Shalom Adonai...
Estava fuçando por aí e cheguei ao seu Blog, já nem lembro por que meios, mas aqui estou, como apreciador de uma boa leitura e creia minha biblioteca tradicional é quase do tamanho da que eu tenho no PC (em quantidade de livros é claro) parei para ler seu texto, parabenizo-a pelo mesmo e com esse friozinho que está aqui já me preparo para "cevar um mate", pois aprecio também um bom chimarrão. Quero aproveitar a oportunidade para lhe convidar para conhecer meu Blog, feito especialmente para pessoas que apreciam a leitura e uma boa reflexão, embora pareça de cunho religioso, é totalmente desprovido de religiosidade, neste assunto fico com Karl Marx:
A Religião é o ópio do povo!
Ali procuro tratar de forma pura e transparente o maior e mais atraente livro de todos os tempo e o que mais causa contradições entre os homens "A Bíblia", sem qualquer vínculo com denominação de cárater humano-religiosa; a simplicidade do Evangelho de Cristo, homem que marcou a história da humanidade.
Quando puder passe lá dar uma olhada recomendo os textos:
A Razão e o Coração; Por entre Sacrifício e Homicídios, voltarei com mais tempo dar a devida atenção que o seu Blog merece, para que não venha me esquecer de voltar estarei te seguindo, se quiseres dar-me o privilégio de me seguir também fico grato assim ficamos atualizados com as postagens um do outro.
Está aí o link:
http://evangelhotransparente.blogspot.com/2009_04_01_archive.html
Fica com Deus...
Fantástico! Adoro chimarrão mas nunca ouvi falar de uma lenda sobre a erva mate!
Parabéns pelo Blog!
www.ciateltelecom.blogspot.com
Silvana em primeiro lugar,agradeço o carinhoso comentário pois foi o primeiro e me deixou muito feliz.Voce é uma pessoa iluminada pois isso transparece nas coisas que voce escreve.Até breve,abraços
Silvana,recebi seu carinhoso comentário e fiquei muito feliz pois foi o primeiro.Voce é uma pessoa iluminada porque deixa transparecer nas coisas que escreve Até breve, abraços
Mas bah!!!!! Essa lenda é das boas.
Nossos costumes tem uma razão histórica de ser, e no caso do chimarrão ela é muito nobre, pois nos remete ao social e afetivo.
Parabéns pela escolha e curiosidade do fato.
Pieter
Esta lenda eu conheço! Adoro chimarrão, faça frio ou calor! "me dê um chimarrão de erva boa..."
beijocas
Olá, Silvana!
Desculpe ter desaparecido, mas por problemas com as vistas me afastei uns dias do PC.
Chimarrão é muito bom. Sou santista, mas gosto de tomar o chá. Meu marido é que prepara prá mim. rsrs
tenha um ótimo final de semana!
Bjs!!!
As arteiras
Que lindas estas lendas, este blogue é uma perfeita preciosidade!
Gosto muito.
Bjs
Viajei na sua história! Adoro ler...
Muito obrigada.
Um grande abraço, amiga Silvana.
DEpois de fastada algúm tempo, estou cá de novo, para lhe deixar um beijinho e dizer que visitarei sempre o seu blogue para ler as suas sempre lindas histórias.
Saudações desde Portugal!
Cecília
Estou absorto no seu canto de histórias, onde elas encantam cantando nossas raízes, e quando digo nossas falo do mundo inteiro, afinal os caraíbas chegaram os filhos da terra sempre estiveram.
Fico alegre, mas também triste, pois o dia que os antigos ensinamentos forem esquecidos, a mãe terra também esquecerá de nós.
Adorei muito tudo por aqui.
Parabéns!
Silvana
Tem selinho prá vc
no meu blog.
Bjs!!!
As arteiras
Que maravilha, Silvana. Não conhecia esta lenda a respeito do chimarrão. Como gaúcho, gostei muito. Valeu o resgate.
Beijo.
Querida amiga
PARABÉNS. Muitas Felicidades.
Beijinhos com ternura.
António
Querida Amiga Silvana,
Adoro lendas e esta é mesmo simpática. Em primeiro lugar pela atitude da moça que não é muito habitual entre a gente jovem e em segundo lugar pelo aparecimento da tisana que deixou o ancião em condições de se juntar ao restante clã!
É sempre agradável visitá-la pois vai-se aprendendo com os seus escritos sempre saborosos.
Um beijinho amigo.
linda história!
só conhecia a história da mandioca e do milho... na escola não se falava muito das lendas indígenas... (uma pena!)
Silvana
Muito interessante essa lenda e veja que hoje é o que mais é usado.
Beijos, obrigado pelas visitas e um bom domingo
A cultura indígena é fabulosa.
Beijinho
Silvana!! voçe permite postee en mi blog su lenda maravilhosa?, soy argentina pero ame su leyenda, gusto mucho, voçe permite pongo su enlace en mi blog, mi correo es gracieladedero@hotmail.com
Adorei essa lenda. Sou gaúcho e não a conhecia.
Parabéns pelo espaço.
Terráqueo
Menina, é sempre muito bom passar por aqui. Aproveito para desejar a vc um 2011 muito especial, com paz, saúde e amor, que é tudo o que precisamos para alcançar a felicidade.
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