Para os índios brasileiros, a Lua é um Guerreiro Celeste.
Conta uma conhecida lenda indígena brasileira, que a Lua é um Guerreiro Celestial, que vem à Terra na noite de Lua Cheia, para escolher entre as índias virgens da aldeia, aquela com quem irá casar-se. As índias escolhidas, ao casarem com o Lua (Jaci), transformavam-se em estrelas no céu.
Naiá, enamorada e atraída pela beleza e luz do grande guerreiro celeste, recusava-se a aceitar propostas de casamento de outros guerreiros. Ela queria o seu lugar de luz no firmamento ao lado de Jaci.
Mas o guerreiro Lua, sempre tão distante, parecia ignorá-la. Todos os meses, na ocasião da Lua Cheia, Naiá enfeitava-se para vê-lo aparecer no horizonte oposto ao pôr do Sol, e esperava até o amanhecer do dia seguinte para sair correndo no sentido contrário, onde o guerreiro desceria do céu para a Terra, na esperança de que iria desposá-la. Mas nada. Corria de um lado para o outro por entre as matas para encontrá-lo e abraçá-lo. Mas o guerreiro parecia estar tão frio, insensível. Então ela resolveu subir a mais alta montanha, para tentar alcançá-lo lá no céu. Porém quanto mais alto subia, mais distante o Lua ficava.
Cansada de tanto buscar, já fraca e adoecida, a índia deitou-se lá no alto, ao lado de um igarapé, um pequeno curso de águas que corria para um lago e adormeceu. Quando acordou Naiá viu, por entre as copas das gigantescas árvores da floresta, a imagem do Guerreiro Lua projetada nas águas do lago. E, arrebatada em luz, num só impulso, não hesitou, exultante mergulhou nas águas profundas do lago! E desceu, desceu, desceu tanto, que até esqueceu-se de si mesma, e de que talvez não fosse mais capaz de voltar... Desceu até o fundo das águas para abraçar e fundir-se com o Lua, e lá encontrar sua Vitória...
Mas, ao invés de tornar-se mais uma estrela no céu, Naiá transforma-se na única e mais linda estrela das águas: - Vitória Régia! A Rainha das Águas, a formosa planta aquática da Amazônia que em forma de coração flutua tranquila sobre as águas dos lagos e igarapés, para se abrir em flores perfumadas, a receber a luz do Guerreiro Celeste toda noite de Lua Cheia.
Contaram para mim em segredo, que o bulbo daquela flor oferece um poderoso remédio, quando associado a outras ervas, e tomado pelas índias, em épocas determinadas, para cura natural de problemas de infertilidade; porém é preciso cuidado, muito jeito e sensibilidade, ao pegá-la. É linda, poderosa, cheirosa, mas tem espinhos e sabe se defender.
7 comentários:
que linda historia!O que não se faz por amor!Essa mergulhou no lago e teve sorte,mas á quem bata com a cabeça em algo duro e nem assim,amei!bjs
se um dia conseguires apanhar essa planta manda para mim,tenho um familiar que precisava de beber o chã por causa da infertelidade,bjs
Conhecia essa história e sempre a achei bonita. Você a contou muito bem, muito gostosa de ler.
beijos
Tem idéia do quanto é importante seu espaço?
Tem sim.
Resta-me agradecer.
Ao ler essa postagem, lembrei que já estive na Amazônia e ver de perto uma Vitória Régia lá é diferente do que ver no Jardim Botânico. Outra emoção, outra comoção.
Donde concluo que lenda é fumaça de fogo , de fogo da verdade...
Abraços.
História bonita, mas as vezes o sofrimento nos torna melhores (desde que sobrevivemos a eles)...
Fique com Deus, menina Silvana.
Um abraço.
Obrigada pelo carinho!
Bjinhos da Madrasta!
Oi amiga,
obrigada pelo convite e pela oportunidade de poder conhecer este espaço dedicado a cultura dos índios, os posts são ótimos em complementação as belas imagens.
linda noite prá vc...
bjos!
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