quarta-feira, 31 de outubro de 2012

HOLLOWEEN


Algumas pessoas são contra a festa de "Halloween"... uns dizem que não faz parte da nossa cultura por ser americana, e outros ( fanáticos religiosos) que é coisa do capiroto. Em primeiro lugar eu quero dizer que, independente de qual religião professamos, a cultura de um povo precisa ser respeitada/preservada, porque se assim não for, vai se transformar em guerra ( a cultura de um povo é a identidade daquela nação).
Bem, quem trouxe essa festa para o Brasil foram os Cursos de Inglês e ela, desde que aqui chegou, já se transformou... não é do mesmo jeitinho dos EUA, digamos que já se "abrasileirou". E com o advento da internet (globalização), as culturas meio que se misturaram. Muita gente (neste dia 31/10) faz apologias aos nossos Seres Fantásticos ( como o Saci, o Curupira, a Cuca, a  mula sem cabeça....), mas eles já tem o seu dia no nosso calendário. O que acontece é que as pessoas não comemoram com tanta intensidade como o fazem no "Halloween"... fazer o quê se a maioria dos brasileiros não dá valor ao que é seu ?
Não é por isso que vou detonar ou estragar o divertimento dos outros.
Eu não posso impor a minha vontade sobre a dos outros (cada um tem o livre arbítrio de escolher os seus caminhos. Lembra, está na Bíblia), é isso que alguns fanáticos religiosos tentam fazer com esses movimentos ( esses sim) malígnos...detonar com a cultura de um povo em prol de suas crenças, provocar desavenças, guerras religiosas. Outra coisa, esta festa também é divertimento dos nossos filhos/netos, porque desde que os colocamos nesses Cursos de Inglês que eles comemoram esse dia porque faz parte do calendário festivo da instituição de ensino. Portanto, é também apedrejar e cercear a liberdade de nossos próprios filhos que tem o direito de fazer suas próprias escolhas, independente daquilo que acreditamos naquele momento. Ou vai dizer que você (quando adolescente) não comemorou? Eu cansei de comemorar no curso de inglês... não morri, não fui atropelada, não fiquei aleijada, não fui castigada e nem vou para o inferno por causa disso. O que nos faz merecer a Glória de Deus são as nossas ações e não as nossas palavras.
Mais respeito com a cultura dos outros,sô! O seu limite termina quando começa o meu.


sexta-feira, 19 de outubro de 2012

UMA ESCOLA PARA NEGROS.


A única escola exclusiva para crianças pretas e pardas que existiu no Brasil funcionou na Rua da Alfândega, de 1853 a 1873, no Rio de Janeiro. Não há registros de outros colégios que privilegiaram o estudo dos negros no país. Diferentemente dos Estados Unidos, onde a população negra criou espaços próprios, aqui a exceção pode estar na escola de Pretextato dos Passos e Silva. Era em uma casinha pequena, teve cerca de 15 alunos de famílias de origem humilde: a maioria dos pais não tinha sobrenome ou assinatura própria. O nome dos alunos, até hoje, é um mistério, bem como o paradeiro deles.

Tudo o que se sabe da escola termina por aí. A historiadora Adriana Maria Paulo da Silva, que estudou a existência desse colégio, gostaria de ter a chance de conhecer mais sobre Pre­­textato, o que poderia responder a tantas indagações, mas até mesmo o nome deste homem é uma incógnita. “A origem da palavra Pretextato é de alguém que protesta. Ele poderia ter usado o nome com este objetivo”, diz Adriana, que é professora do departamento de Métodos e Técnicas de Ensino da Univer­sidade Federal de Pernambuco. Ela se deparou com a existência de Pretextato e de sua escola em documentos do Arquivo Nacional do Rio de Janeiro durante sua dissertação de mestrado.

As três maneiras de descobrir coisas sobre os habitantes do tempo do Império são a partir de inventários da época, de documentos de alguém que abriu um processo judicial ou foi processado. Quem não passava por um desses trâmites desapareceu na história – é a explicação que se tem para o nome das crianças negras e pardas. Pretextato abriu um processo solicitando ao então inspetor-geral da Instrução Primária e Secundária da Corte, Eusébio de Queirós, algumas concessões para a continuidade do funcionamento da escola. Ele pediu ainda a dispensa das provas de capacidade (um exame oral e escrito), que era uma exigência para o exercício do magistério. “Para escapar da prova, ele recorreu ao processo. E não conseguiu apenas a dispensa, mas a chance de continuar com a escola aberta”, explica Adriana. Pretextato deveria fazer os exames na frente do que seria hoje o então ministro da educação, porém, como era muito tímido, se defendeu dizendo que isso o impedia de fazer os testes.

Ele declarou nos documentos ser um homem preto. Não se sabe como Pretextato conseguiu ter formação educacional para ensinar os alunos, mas, no processo da escola, dois pais o defendiam dizendo que era um bom professor. No processo, Pretex­tato argumentou ainda que era importante a escola continuar funcionando porque havia muito racismo nas escolas da corte, nas quais os pretos e pardos eram impedidos de frequentar ou eram emocionalmente coagidos. Aliás, era proibido aos escravos frequentar a escola, apenas negros alforriados tinham essa prerrogativa e, mesmo assim, de difícil conquista. A silenciosa autorização de Eusébio, apesar deste cenário, é outra questão inexplicável sobre a existência e permanência da escola de negros do Rio.

O colégio funcionou até 1873, data em que Pretextato foi despejado da casa onde lecionava por dever dois meses de aluguel à Santa Casa de Misericórdia. “Há registros de que os pais pagavam uma mensalidade para a escola. Mas deveria ser um valor irrisório”, diz Adriana. Na escola, os alunos aprendiam o básico: ler, escrever, saber as quatro operações matemáticas e um pouco de religião.

(Fonte: Facebook/Solange Maria)