sexta-feira, 23 de julho de 2010

MOSSORÓ (RN), A CIDADE DA RESISTÊNCIA.



Mossoró, cidade localizada no Rio Grande do Norte, já foi conhecida como cidade abolicionista. Hoje tem gente que pensa em mudar o nome da cidade para Cidade da Resistência, afinal Mossoró foi o único município a resistir ao ataque de Virgulino Ferreira, o "Lampião".
Nos primeiros 25 anos do século passado, Mossoró era conhecida apenas como uma cidade abolicionista, pelo fato de ter libertado os escravos  cinco anos antes  da Lei Áurea, em 1883.
Mas, em 1927, com a vitória frente os cangaceiros, Morroró conseguiu uma outra marca, uma espécie de slogan, que todos que moram por lá, fazem questão de exaltar: a marca da "resistência".
Essa palavra de 11 letras está presente em todos os cantos da cidade, dando nomes a monumentos, bairros, prédios públicos, emissora de rádio e até uma ponte que, por enquanto, só foi projetada.
O termo "resistência" é tão forte, que muitos consideram uma opção alternativa de nome para a cidade. Já pensou, ao invés de  Mossoró, cidade Resistência ?

A Resistência ainda desperta muitas curiosidades por parte dos historiadores, o assunto já deu mote para dezenas de livros,  e a expectativa é que venham mais por ai. Na biblioteca Municipal, os títulos que tratam da Resistência são muito procurados, e estão acessíveis a todos. Entre as obras já publicadas sobre o tema, uma das mais importantes é a do pesquisador Raimundo Soares de Brito.
Do papel para a telona , a Resistência já foi parar no cinema. O filme "Cidade de Quatro Torres" , de 1995, é a primeira produção visual feita sobre o ataque de Lampião a Mossoró.
Hoje, a marca Resistência é mais forte no Memorial, que foi construído há três anos com o objetivo de resgatar toda essa história . Dividida em quatro partes temáticas, o espaço virou cartão postal da cidade junto com um espetáculo grandioso, o "Chuva de bala no país de Mossoró".

(Fonte: Via Brasil)

sexta-feira, 16 de julho de 2010

QULOMBOLA CAFUNDÓ PRESERVA A TRADIÇÃO.

Um ritual criado há 120 anos une a religião católica e a cultura quilombola, numa comunidade de descendentes de escravos, em Salto de Pirapora, no interior de São Paulo. A festa que celebra a preservação da cultura negra, tem procissão, capoeira e muita dança.
Os últimos raios de sol se perdem no horizonte, e a noite que se aproxima abre espaço para a cultura de um povo. No quilombo Cafundó, em Salto de Pirapora, a tradição está nos pés das novas gerações que aprendem sobre o passado. O jongo era uma dança que os negros faziam nas senzalas, tantos nos momentos tristes, como os de alegria. A capoeira, outra dança que chegou com os escravos, também está presente nessa grandiosa festa.
A todo momento as tradições africanas são preservadas nesta comunidade, que surgiu em 1876, doze anos antes da abolição da escravatura. Naquela época, um fazendeiro da região, libertou 12 de seus escravos e doou algumas de suas  terras, foi o que deu origem a  essas duas famílias que vivem hoje no Cafundó. Atualmente, este quilombo tem 105 moradores, descendentes de africanos e das duas familias que chegaram aqui.
A religião também é relevante nesta cultura, e a celebração mais importante da comunidade é a festa dos padroeiros São Benedito e Nossa Senhora Aparecida. A procissão tem início, e a caminhada é pelas ruas de terra da comunidade. As velas são a única iluminação: homens carregam o andor de São Benedito e andam até a casa mais distante do povoado.
As mulheres saem depois, e carregam a imagem de Nossa Senhora Aparecida. A procissão vai por um outro ponto, onde param a espera, em oração e cantos, a volta dos homens.
A procissão termina na capela da comunidade, quando as imagens dos santos são colocadas no altar. As velas levadas pelos devotos, ficam junto à santa cruz. Logo começa a celebração.

Mais um ano de demonstração de fé. 
A tradição foi mantida.

Fonte: Via Brasil.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

BARÃO DE JUPARANÃ: UMA CIDADE ONDE TODOS SÃO PARENTES.


Uma história antiga une as pessoas do município de Valença, no Estado do Rio de Janeiro. Lá, os moradores costumem dizer que todos são primos.
E não é que é verdade?
É porque quase todos os moradores são descendentes do Barão de Juparanã. Considerado uma pessoa excêntrica, Barão de Juparanã morava sozinho, e quase não saía de casa. Mas, segundo pesquisas, teve 25 filhos com cinco escravas alforriadas por ele. E os descendentes lutam para preservar a história da família. 
A cidade foi batizada com seu nome - Barão de Juparanã - ,localizada no distrito de Valença, no Estado do Rio de Janeiro, um vilarejo que cresceu numa fazenda no século XIX. O que Barão de Juparanã tem de especial são os moradores, pois a maioria das pessoas descendem do mesmo sobrenome - Nogueira da Gama. Manoel Jacinto ou Barão de Juparanã, teve 25 filhos e todos moraram neste lugar. O jovem branco de uma família influente do Império, teve seu primeiro filho aos 19 anos de idade. A última filha, nasceu dois meses depois de sua morte, em 1876. 
Um homem que enfrentou a sociedade da época, porque tinha cinco escravas alforriadas, e  com elas essa filharada. Relatos dizem que ele as tratava muito bem: levava para passear de carruagem, as vestia com modistas de Vassouras e Valença. Enfrentava o preconceito com a maior simplicidade.
E todos os seus herdeiros receberam a sua parte quando  morreu em 1876. A Fazenda Santana, uma de suas propriedades, foi dividida, cada um recebeu um pedaço de terra. 
Ainda hoje, há quem mantém na família recordação do passado, um passado que renasce:  a família nobre do Barão Manoel Jacinto Nogueira da Gama e suas cinco esposas negras, ex-escravas.

Fonte: Via Brasil.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

A CASA DAS SETE MORTES / BA.

Uma construção na capital baina é cercada de mistérios.
No centro histórico de Salvador (BA), a construção  conhecida como "casa das sete mortes",  gera polêmica entre os moradores da região.
Você já ouviu falar de uma casa assombrada bem  no centro histórico de Salvador?
As pessoas que moram e os que trabalham na vizinhança, contam histórias de aparições e barulhos. 
Abandonada há anos e tombada pelo patrimônio histórico, o solar, construído em 1605,  é um dos mais antigos do país. Conhecida como "a casa das sete mortes", a construção ainda é cercada de alguns mistérios.
Muita gente que vive na Ladeira do Paço, conta que não gostaria de passar uma noite dentro da tal casa. As crianças dizem que ela treme, as portas e janelas batem. Exagero de criança ? Creio que não. Um antigo morador da rua dá uma dica de como no passado o imóvel ficou com fama de mal assombrado:
- Disseram que a empregada era muito mal tratada pelos patrões. Cansada dos maus tratos, um dia resolveu se vingar: escolheu a  hora do almoço, quando as sete pessoas se reuniam à mesa, e colocou veneno na comida.
Segundo os arquitetos especialistas  do Instituto Patrimônio Artístico e Cultural do Estado, a casa é considerada a "avó" de todas as casas do Brasil. Nenhuma casa, em todo país, tem tantos elementos, tantos detalhes que remetam ao estilo residencial português, quanto este casarão.
Entrar na casa é mergulhar num passado de 400 anos atrás. Como comprovam gravuras e documentos, a casa já existia em 1605, descoberta essa que motivou a recuperação do imóvel: do lado de fora azulejos portugueses ( do século XVII) e do lado de dentro, as peças são inglesas: tudo restaurado. 
São vários tipos de piso, dos mais refinados - como do mármore carrara -,  aos bem rústicos ( os de pedra lascadas, tijolos de barro e cal).
No Arquivo Colonial  e Provincial consta, no  livro do Tribunal da Relação ( de 1755) - o equivalente hoje ao Tribunal de Justiça -  o caso das sete mortes:
"Padre Manoel Almeida Pereira morreu junto com outros dois pardos e um preto", consta no índice.
Portanto, não foram sete mortes, e sim quatro. 
Vizinhos que moram ao lado da casa, descobriram a origem de todo mistério:
- O que o pessoal fala sobre essas visagens, não tem nada  disso.
Existe muito "sariguê" pulando a noite. Pela manhã, ainda os encontramos  dormindo dentro das panelas, sacolas. Esse animal, andando no teto de madeira, dá a impressão de passos de pessoas.
Pronto. Está solucionado o mistério: na "casa das sete mortes" não tem fantasmas. 
Só que com isso, acaba a graça do Pelourinho.
Por outro lado, com mais esse imóvel pronto e recuperado, a história está garantida por muitos e muitos anos.

(Fonte: Via Brasil)