domingo, 31 de outubro de 2010

DOCE OU TRAVESSURA ?

 As comemorações do "Halloween" são mais comuns nos países anglo-saxônicos, em especial nos Estados Unidos. No Brasil, a confraternização do “Dia das Bruxas” vem se tornando cada vez mais conhecida e praticada pela sociedade.
 Entretanto, observamos que algumas pessoas torcem o nariz para tal  evento, por entender como uma manifestação distante da nossa cultura. No fim das contas, muito se diz a respeito, mas poucos são aqueles que examinam minuciosamente os significados e origens de tal festividade. 
O halloween no Brasil é chamado de "Dia das Bruxas". Sua celebração também acontece  no dia 31 de outubro, dia que antecede o dia dos finados. Acredita-se que  na passagem dessa noite, as almas saem de seus túmulos, e partem pelas ruas amedrontando todos aqueles que estão por perto.
O "halloween" infiltrou-se em nossa sociedade importada da globalização. Apesar de sua pequena influência, a festividade pode ser vista em escolas, cursos de inglês, clubes, casas noturnas e shoppings centers de várias cidades, mas não adquire força, embora todo esforço do comércio para que isso aconteça.
Muitos nacionalistas dão créditos a influência do imperialismo cultural americano, porém alguns brasileiros localizados em São Luiz do Paraitinga (cidade paulista), decretaram o dia 31 de outubro como o "dia oficial do Saci Pererê", em protesto a inclusão do "halloween". A maioria das manifestações critica a posição dos brasileiros em importar a cultura americana, já que o país tem grande diversidade cultural que não é aproveitada e comemorada. Apesar de todo o esforço da imprensa em destacar essa festividade norte-americana, a festa é, em sua grande maioria, comemorada pela elite e por pessoas que vivem apenas do que é estrangeiro. No Rio de Janeiro as manifestações são caracterizadas por placas espalhadas pela cidade opondo tal prática, e ainda em pedido ao retorno das considerações brasileiras, o de dar valor e importância as crenças nascidas no país.
Desde a Antiguidade, observamos que várias festividades populares eram cercadas pela valorização dos opostos. Um dos mais claros exemplos disso ocorre com o carnaval, festa popular que antecede toda a resignação da Quaresma. No caso do "halloween", desde muito tempo  a festividade acontece um dia antes da “festa de Todos os Santos” e, por isso, tem seu nome inspirado na expressão "All hallow's eve", que significa a “véspera de "Todos os Santos”.
Pelo fato do 1° de novembro estar cercado de um valor sagrado e extremamente positivo, os celtas -  antigo povo que habitava as Ilhas Britânicas -, acreditavam que o mundo seria ameaçado na véspera do evento pela ação de terríveis demônios e fantasmas. Dessa forma, o “halloween” nasce como uma preocupação simbólica, onde a festa cercada por figuras estranhas e bizarras, teria como  objetivo o de afastar as influências dos maus espíritos que ameaçariam suas colheitas. 
No processo de ocupação das terras européias, os povos pagãos trouxeram esta influência cultural em pleno processo de disseminação do cristianismo. Inicialmente, os cristãos celebravam  "Todos os Santos" no mês de maio. Contudo, por volta do século IX, a Igreja promoveu uma adaptação, e a festa sagrada  foi deslocada para o 1° de novembro. Por ter essa relação intrínseca ao mundo dos espíritos, o "halloween" foi logo associado a figura de bruxas e feiticeiras.
Na Idade Média, elas se tornaram ainda mais recorrentes, na medida em que a Inquisição perseguiu e matou várias pessoas com a desculpa de exercerem a bruxaria. Da mesma forma, os mortos também se tornaram comuns nesta celebração, por não mais pertencerem a essa mesma realidade etérea: acreditava-se que os espíritos das pessoas perseguidas e mortas pela Inquisição, um dia voltariam para se vingar.
Entre todos os desalmados, destaca-se a antiga "lenda de Stingy Jack". Segundo o mito irlandês, Jack teria convidado o diabo para beber com ele no dia do halloween. Após se fartarem em bebidas, o astuto Jack convenceu o capeta a se transformar em uma moeda para que a conta do bar fosse paga. Contudo, ao invés de saldar a dívida, Jack pregou a moeda em um crucifixo. Para se livrar da prisão, o diabo aceitou um acordo em que prometia nunca importunar Jack. Dessa forma, ele foi libertado, e como combinado, nunca mais importunou o homem. Entretanto, Jack quando morreu não foi aceito nas portas do céu por ter realizado um trato com o demônio. Ao descer para o inferno, também foi rejeitado pelo diabo por ter sido passado para trás. Vendo que Jack estava solitário e perdido, o demônio lhe entregou um nabo com carvão, que lhe serviu de lanterna.
Ao chegarem à América do Norte, os irlandeses trouxeram a festa do halloween para as Américas, e transformaram a lanterna de Jack em uma abóbora iluminada com feições humanas. Os disfarces e máscaras, seriam usados como uma forma de evitar que fossem reconhecidos pelos espíritos que vagam neste dia. 
Atualmente, nos Estados Unidos, as fantasias são utilizadas por crianças, que batem as portas exigindo guloseimas no lugar de alguma travessura contra o proprietário da casa. Já no Brasil, devido a incorporação de nossos costumes,  a festa assume outra roupagem.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

HISTÓRIAS DE FAMÍLIA COLOREM A VIDA DOS MORADORES DE RIO DAS CONTAS / BAHIA.

 Agora você vai embarcar para a pequena localidade de Rio de Contas, a cidade mais antiga na Chapada da Diamantina, na Bahia.Com o clima frio, as pessoas gostam de uma cachacinha local para se aquecer.
São as histórias de família que vêm lá de longe, que colorem as vidas dos moradores.
Foi aqui que bandeirantes encontraram ouro na segunda metade do século XVII, fizeram pouso, construíram as primeiras moradas, ergueram a primeira igreja da Chapada Diamantina em 1718, e batizaram o lugar de Santo Antônio do Mato Grosso, em homenagem ao santo padroeiro. Aqui também instalou-se a primeira freguesia do alto sertão da Bahia, e é hoje um lugar de gente hospitaleira e tranquila.
No meio da rua, puxo uma prosa com seu Zé, morador antigo, que um dia arriscou deixar a vila, mas o coração o trouxe de volta ao lugar onde nasceu.
Dona Terezinha ( quilombola), carrega a puresa e a simplicidade da gente daqui. Apesar de nunca ter saído do povoado, tem o coração aberto para as mudanças. Ela mostra com orgulho o lugar onde nasceu, conta que a infância foi alegre no arraial, e lembra a festanças na época da mocidade:

- Não tinha luz, nós fazia fogueira e tinha muito namoro.

A cantiga de roda é ensinada as crianças como parte da batalha para preservação da cultura:

- É a cultura dos nossos pais, avós, bisavós... É o canto do nosso povo.

Ponto a ponto, o bordado conhecido como "crivo rústico", é feito em sacos de açúçar. Acredita-se  que chegou  com as mulheres dos colonos no século XVIII, e foi ensinado as escravas mais próximas das senhoras. As negras do quilombo aprenderam com capricho o bordado, que até hoje é fonte de renda das mulheres do povoado.
O artesanato em madeira ajudou a sustentar famílias inteiras, e fez nascer um novo ofício. Leônidas é um guardião da arte de transformar madeiras em peças de uso domésticos, aprendeu o ofício aos 11 anos.
Sem ouro e sem diamantes, a agricultura é hoje o forte na região. Em uma fazenda, a lida com a cana dura o ano inteiro. Há 10 anos, Aparecido usa a foice com habilidade durante a colheita, e pode assim acreditar numa vida melhor.
Ao pé da serra é fabricada a primeira cachaça orgânica do Brasil. Cada passo é produzido artesanalmente. A colheita é feita sem queimada, permitindo que a cana brote de novo, preservando o solo. Uma cana especial, que rende mais caldo, e não recebe agrotóxico na plantação.
Parte do bagaço é usada na caldeira para o aquecimento do alambique, a outra parte segue para adubação. Os resíduos retornam ao solo, contribuindo para a produção orgânica da fazenda. Após a fermentação, a cachaça vai para o alambique. 
Depois de pronta, essa cachaça artesanal chega hoje para cinco países, levando um pouco do sabor e do velho costume de negros e garimpeiros da Chapada.

( Fonte: Via Brasil)

terça-feira, 12 de outubro de 2010

A LENDA DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO APARECIDA / A ORIGEM DO DIA DAS CRIANÇAS.

Tudo começou no ano de 1717, onde três pescadores - Domingos Garcia, João Alves e Felipe Pedroso - , moradores nas margens do rio Paraíba, no Município de Guaratinguetá/São Paulo, cansados e desanimados por não terem apanhado peixe algum, depois de várias horas de trabalho, rumavam de volta  quando, lançando mais uma vez a rede, retiraram das águas o corpo de uma imagem sem cabeça. Em um segundo arremesso, encontraram também a cabeça da imagem de terra cozida. Impressionados, experimentaram mais um lance da rede. Naquele momento, foi tão abundante a pescaria que encheram as canoas.
A pesca, quase milagrosa, despertou neles grande curiosidade em relação à imagem, que limparam com muito cuidado.
  Verificaram que se tratava de uma imagem de Nossa Senhora da Conceição, de cor escura. Com cuidado, colocaram a imagem no oratório de sua pobre morada, e diante dela, começaram a fazer suas orações diárias.
A lenda conta que os pescadores, após terem trazido à terra firme o corpo e, em seguida, a cabeça,a silhueta frágil da Virgem tornou-se extremamente pesada.
Não tardou para a Virgem Santíssima a mostrar, por novos sinais, que tinha escolhido esta imagem para distribuir favores especiais a seus devotos.
A partir daí, na tradição brasileira, a Virgem Aparecida, sob o vocábulo de sua Imaculada Conceição, é a Santa Mãe, padroeira das mulheres grávidas e dos recém-nascidos, dos rios e do mar, do ouro, do mel, da beleza e da sedução. Ao longo dos anos, a devoção à Virgem da Imaculada Conceição “Aparecida” se ampliou, e numerosas graças foram obtidas.
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- A ORIGEM DO DIA DAS CRIANÇAS -

- por Rainer Sousa (Historiador) -

O Dia das Crianças é uma data comemorada em diferentes países. O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) convencionou o dia 20 de novembro para se comemorar o dia das crianças.

A escolha desta data se deu porque nesse mesmo dia, no ano de 1959, o UNICEF oficializou a Declaração dos Direitos da Criança. Nesse documento, se estabeleceu uma série de direitos válidos a todas as crianças do mundo como alimentação, amor e educação. No caso brasileiro, a tentativa de se padronizar uma data para as crianças aconteceu algumas décadas antes.
Em 1923, a cidade do Rio de Janeiro, então capital do Brasil, sediou o 3º Congresso Sul-Americano da Criança. No ano seguinte, aproveitando a recente realização do evento, o deputado federal Galdino do Valle Filho elaborou o projeto de lei que estabelecia essa nova data comemorativa. No dia 5 de novembro de 1924, o decreto nº 4867, instituiu 12 de outubro como data oficial para comemoração do Dia das Crianças.
Entretanto, a data não se tornou uma unanimidade imediata. Somente em 1955, começou a ser celebrada a partir de uma campanha de marketing elaborada por uma indústria de brinquedos "Estrela". Primeiramente, Eber Alfred Goldberg, diretor comercial da empresa, lançou a chamada “Semana do Bebê Robusto”. O sucesso da campanha logo atraiu a atenção de outros empresários ligados à indústria de brinquedos.
Com isso, lançaram uma campanha publicitária promovendo a “Semana da Criança” com o objetivo de alavancar as vendas. Os bons resultados fizeram com que esse mesmo grupo de empresários revitalizassem a comemoração do “12 de outubro” criado pelo deputado Galdino.
 Dessa forma, o Dia das Crianças passou a incorporar o calendário de datas comemorativas do país.


A PAZ entre os povos só acontecerá no dia  em que cada um  respeitar as diversidades religiosas e culturais: a PAZ não está nesta ou naquela direção, e sim naquilo que fazemos com o entendimento daquele caminho que escolhemos trilhar.
Se quisermos dissiminar a PAZ no Planeta, temos que aprender a respeitar as diferenças. Afinal, somos todos iguais perante os olhos do Criador.

domingo, 10 de outubro de 2010

ÔCHE, DEU BODE !


Quem nunca ouviu falar no bode Bito, um dos mais importantes símbolos da cidade de Riachão do Dantas ?
Pois é, eu fui até lá buscar essa história para vocês.
Foi assim:
Comprado pelo seu dono, ele deveria ser transformado numa buchada, prato típico da culinária nordestina brasileira, mas acabou virando atração na cidade e ganhando fama nacional e até internacional.
Riachão do Dantas é uma cidade localizada a 99km de Aracaju e, coincidência ou não, esse animal acabou ajudando a divulgar a localidade, que possui pouco mais de 20 mil habitantes.
Participante ativo de todos os eventos da comunidade, bode Bito - que não perdia um enterro, desfile ou procissão - veio a falecer no dia 29 de julho de 2007, aos 18 anos, deixando a população inconsolável.
Ele era tão querido pelo povo, que ganhou até uma estátua na entrada da cidade em sua homenagem. Verdade !
Mas os moradores se queixam que ele não teve uma despedida à altura de sua fama, pois o bode não deixava de acompanhar todos os cortejos fúnebres que aconteciam.

É pessoal, o bode Bito se foi, mas sua história ficará para sempre.
Inclusive aqui.