sexta-feira, 21 de maio de 2010

ANA JANSEN E A SUA CARRUAGEM FANTASMA.


Uma rica comerciante do século XIX transformou-se num fantasma mais famoso do Maranhão:
Em São Luís existiu uma mulher muito poderosa, dona de quase todo patrimônio arquitetônico da cidade e, conseqüentemente, ela tinha uma influência muito grande na política local.
O nome dela era Donana Jansem ou Ana Jansem como era mais conhecida. Ela viveu há mais de 100 anos, mas o povo ainda continua falando dela.
Dizem, que Ana Jansem era uma pessoa muito perversa com os escravos. Quando queria castigá-los, ela os colocava pendurados de cabeça para baixo dentro do poço e os esquecia ali. Nas noites, ouviam-se os gemidos e os gritos dos escravos.
A família de Ana Jansem garante que tudo é intriga da oposição, porque naquela época uma mulher não podia ter o mesmo poder de mando que um homem. Ana Jansem não era letrada, mas era uma mulher mão-de-ferro.
Ela foi uma figura extremamente importante para a época e para o desenvolvimento de São Luís. Por causa desse poder que exercia junto a cidade, Ana Jansem tornou-se uma lenda famosa e apavorante:
Dizem, que por ter se comportado mal em vida, Ana Jansem teve seu castigo após a morte: foi condenada a vagar eternamente pelas ruas da cidade. Nas noites de sexta-feira, lua cheia, aparece uma carruagem conduzida por um negro sem cabeça.
Uma carruagem puxada por mulas sem cabeça jorrando línguas de fogo. Ana Jansem aparece vestida de negro trazendo no pescoço um cordão de ouro com o brasão de sua família. A carruagem percorre toda região da Praia Grande, justamente onde ela morava.
Quem cruza o caminho da carruagem fantasma tem que aceitar uma vela oferecida pela própria Ana Jansem, uma vela que depois se transforma em osso humano.
Quem mora no Maranhão garante escutar a carruagem com suas rodas rangendo durante a noite.

E você, gostaria de cruzar com Ana Jansem no meio da noite?

sábado, 15 de maio de 2010

O REI DA JABUTICABA PRETA.


O homem se sentia o próprio Rei da jabuticaba preta. A que ele vendia, era preta de tinir, mais gordinha do que as outras e super doce. A melhor jabuticaba vendida no Mercado Municipal dos Montes Claros. Indiscutivelmente, a melhor e maior de todo o Norte de Minas. A jabuticaba de Antônio de Maria Rita.
O preço das mesmas e
ra salgado, mas o produto de primeira. Só atendia sob encomenda, feita sempre com uma semana de antecedência.
O pagamento era em moeda corrente e no ato da entrega. Dona Belarmina fizera a encomenda e no sábado fora apanhar o produto, para o deleite de suas netas que vieram da Bahia e, chegando ao mercado só encontrou o espaço demarcado vazio.
Nada do rei da pretinha!
No sábado seguinte, lá estava a Dona Bela, bem cedo, fazendo a sua queixa ao Rei da jabuticaba preta. Este, macio que ele só, contou o incidente que lhe havia privado do fornecimento habitual das jabuticabas aos clientes, no sábado anterior.
O fato se dera disse, quando subiu a serra na sua propriedade, como habitualmente fazia nas sextas-feiras à tardinha, para apanhá-las.
Carregou a lata de 18 quilos, de suculentas jabuticabas, aprontou a rodilha de pano na cabeça, ato contínuo, desceu o morro. Lá vai Antônio com a lata de jabuticabas.
Andando a passadas largas nos seixos miúdos no chão da serra, o barulho das alpargatas, chap... chap...chap!
Já escurecendo; só a luz da lua, de repente ao levantar o pé direito em mais um passo, pasmem! Atravessada na trilha, dormindo profundamente, uma onça pintada. Foi Deus que não a deixou acordar com o barulho até então.
O rei da pretinha ficou parado, a lata foi pesando na sua cabeça, o tempo passando, e ele sem fazer barulho para não acordar a “bicha feroz’.
De repente o pensamento fatal! Ela vai acordar de manhã, com a barriga vazia, vai me ver e, adeus o rei da jabuticaba”.
A lata foi pesando, o pescoço afundando, doendo horrivelmente, o desespero chegando, e aí bateu a intuição! Tirou a lata da cabeça calmamente, encostou-a numa moita de unha de gato ao seu lado direito, tudo lentamente; inclinou a lata aos poucos, e as jabuticabas foram escorrendo pelas ramas sem fazer barulho.
Estando o recipiente vazio, virou-o de boca para baixo... Aproximou do escutador da pintada e, emitindo um grito apavorante, deu uma tapa nos fundos da lata: Paaa!...A fera deu um salto vertiginoso; deu um segundo e um terceiro salto, urrando, e desapareceu bufando em desabalada carreira, só se via galho quebrando! O pau cantou na casa de Noca.

Dona Bela que assistira ao trágico relato ficou patética! Pode entender o atraso na entrega da sua encomenda, e conformou com o preço aumentado recentemente do produto; não era fácil conseguir jabuticabas como aquelas. 
Só mesmo o Rei da jabuticaba preta, o primeiro e único da terra do Figueira.


quinta-feira, 13 de maio de 2010

AS MANGAS JASMIM DE ITAMARACÁ.

Dona Sancha Coutinho, meia-moça de rara beleza, tinha apenas quinze anos de idade, mas já não faltava quem pretendesse casar com ela. Seu pai, um rico senhor de engenho de nome João Coutinho, por certo teria planos definidos para seu futuro.
Quase vizinho da família, vivia o jovem Saldanha e Albuquerque, que se apaixonou por dona Sancha e pretendia tomá-la como esposa.
Um dia ganhou coragem, dirigiu-se ao engenho do senhor João e pediu para falar com ele a esposa:
- Senhores, o assunto que aqui me traz diz respeito a vossa filha, dona  Sancha. Há muito tempo a admiro; por isso, venho pedir a sua mão em casamento. Desde agora juro amá-la com todo o respeito.
Oh, que desilusão! Os pais da menina rejeitaram o pedido do jovem apaixonado. Porém, o que eles não sabiam é que a dona Sancha também amava Saldanha e Albuquerque e não aceitaria se casar com nenhum outro.
O jovem partiu, muito triste, e a menina moça também ficou desolada. Saldanha e Albuquerque, desgostoso da vida, ingressou no exército e foi combater os holandeses que tentavam tomar as terras brasileiras. Foi valente, foi herói, até que num combate em pernambuco, ficou ferido e quase morreu. Acabou salvando-se, mas não pode mais combater. Foi então que decidiu tornar-se padre, o padre Aires, como passou a se chamar.
Certo dia, em visita à cidade de Olinda, foi até a ilha de Itamaracá.
Ansioso para saber de sua amada, perguntou pela família de João Coutinho. O casal já havia falecido, mas Dª. Sancha jamais se casara e continuava vivendo no mesmo lugar; sempre triste e saudosa.Aproximou-se da casa. Dona Sancha, que naquele mesmo instante passava pela janela, viu-o e logo reconheceu o seu amado. Só que o seu coração não aguentou a emoção e dona Sancha acabou morrendo.
Que grande, que profunda dor do padre Aires ! Então, para que a beleza de sua amada fosse lembrada para sempre, ele plantou uma mangueira em seu túmulo. Quando a árvore deu frutos, eles tinham um aroma e um sabor diferente e delicado...
Foi assim que, deste amor eterno, surgiram as mangas jasmim de Itamaracá.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

A MORADA DO NEGRO D'ÁGUA.

Eu ouvi dizer que um tal de Negro D’Água ou Nego D’Água habita diversos rios, tais como o rio Tocantins e o  São Francisco. 
O cara é tão famoso por aquelas bandas, que até  possui um monumento em sua homenagem, feito pelo  escultor juazeirense Ledo Ivo Gomes de Oliveira, obra esta com mais de doze metros de altura e que foi construída dentro do leito do rio São Francisco exatamente na cidade de Juazeiro (Bahia).
Eu que não sou besta, fui  até lá para conferir. 
E não é que é verdade, gente ?
A prova está ai nesta foto que tirei.

Esta é uma lenda bastante comum entre os ribeirinhos, principalmente pelos lados da região centro-oeste do Brasil, muito difundida entre os pescadores, dos quais muitos dizem já ter o visto.
Segundo a lenda, Negro D’Água, costuma aparecer para pescadores e outras pessoas que estão em algum rio.

Não se há evidências de como surgiu esta lenda, o que se sabe é que o Negro D’água só habita os rios e raramente sai deles.
Sua função seria o de preservar os seus leitos daqueles que procuram as suas riquezas e também daqueles que não preservam a sua santa morada, amedrontando as pessoas que por ali passam, como partindo anzóis de pesca, furando redes, provocando enchentes, derrubando embarcações ou  dando sustos em pessoas.
A punição varia, dependendo daquilo que a pessoa estiver fazendo.

Manifestando-se com suas gargalhadas, preto, careca e mãos e pés de pato, não  é que o talzinho derruba mesmo canoa dos pescadores  se eles se lhe recusarem devolver os peixes?
Sua característica é muito peculiar, ele seria a fusão de homem negro alto e forte, com um anfíbio. Apresenta nadadeiras como de um anfíbio, corpo coberto de escamas mistas com pele. Um horror de se ver.

Em alguns locais do Brasil, ainda existem pescadores que, ao sair para pescar, levam uma garrafa de cachaça e  atiram para dentro do rio, para que não tenham sua embarcação virada.
Só que isso só deixa o Negro D'água mais furioso, porque ele não gosta que polua a sua moradia.

E  se você  tem por hábito não respeitar a morada de Negro D'Água, muito  cuidado.

Parece que ele não está de brincadeira.