segunda-feira, 25 de outubro de 2010

HISTÓRIAS DE FAMÍLIA COLOREM A VIDA DOS MORADORES DE RIO DAS CONTAS / BAHIA.

 Agora você vai embarcar para a pequena localidade de Rio de Contas, a cidade mais antiga na Chapada da Diamantina, na Bahia.Com o clima frio, as pessoas gostam de uma cachacinha local para se aquecer.
São as histórias de família que vêm lá de longe, que colorem as vidas dos moradores.
Foi aqui que bandeirantes encontraram ouro na segunda metade do século XVII, fizeram pouso, construíram as primeiras moradas, ergueram a primeira igreja da Chapada Diamantina em 1718, e batizaram o lugar de Santo Antônio do Mato Grosso, em homenagem ao santo padroeiro. Aqui também instalou-se a primeira freguesia do alto sertão da Bahia, e é hoje um lugar de gente hospitaleira e tranquila.
No meio da rua, puxo uma prosa com seu Zé, morador antigo, que um dia arriscou deixar a vila, mas o coração o trouxe de volta ao lugar onde nasceu.
Dona Terezinha ( quilombola), carrega a puresa e a simplicidade da gente daqui. Apesar de nunca ter saído do povoado, tem o coração aberto para as mudanças. Ela mostra com orgulho o lugar onde nasceu, conta que a infância foi alegre no arraial, e lembra a festanças na época da mocidade:

- Não tinha luz, nós fazia fogueira e tinha muito namoro.

A cantiga de roda é ensinada as crianças como parte da batalha para preservação da cultura:

- É a cultura dos nossos pais, avós, bisavós... É o canto do nosso povo.

Ponto a ponto, o bordado conhecido como "crivo rústico", é feito em sacos de açúçar. Acredita-se  que chegou  com as mulheres dos colonos no século XVIII, e foi ensinado as escravas mais próximas das senhoras. As negras do quilombo aprenderam com capricho o bordado, que até hoje é fonte de renda das mulheres do povoado.
O artesanato em madeira ajudou a sustentar famílias inteiras, e fez nascer um novo ofício. Leônidas é um guardião da arte de transformar madeiras em peças de uso domésticos, aprendeu o ofício aos 11 anos.
Sem ouro e sem diamantes, a agricultura é hoje o forte na região. Em uma fazenda, a lida com a cana dura o ano inteiro. Há 10 anos, Aparecido usa a foice com habilidade durante a colheita, e pode assim acreditar numa vida melhor.
Ao pé da serra é fabricada a primeira cachaça orgânica do Brasil. Cada passo é produzido artesanalmente. A colheita é feita sem queimada, permitindo que a cana brote de novo, preservando o solo. Uma cana especial, que rende mais caldo, e não recebe agrotóxico na plantação.
Parte do bagaço é usada na caldeira para o aquecimento do alambique, a outra parte segue para adubação. Os resíduos retornam ao solo, contribuindo para a produção orgânica da fazenda. Após a fermentação, a cachaça vai para o alambique. 
Depois de pronta, essa cachaça artesanal chega hoje para cinco países, levando um pouco do sabor e do velho costume de negros e garimpeiros da Chapada.

( Fonte: Via Brasil)

25 comentários:

She disse...

Oie!
Ah que post mais gostoso, adorei poder conhecer Rio das Contas!
Beijo, beijo!
She

Márcia de Albuquerque Alves disse...

Oi Silvana, que post maravilhoso. Toda vez que você posta algo assim, minha vontade é botar a mochila nas costas e ir conhecer tudo isso.

bjs

Ira Buscacio disse...

Ola, Silvana,

Histórias do nosso imenso Brasil. Gosto mt!

Bjs

Miguel disse...

e são tão importantes esses pormenores, essa passagem de um testemunho cultural de pais para filhos, os nossos primeiros valores, essencialmente aquilo que nos distingue, as nossas raízes. nos dias de hoje, com a política da globalizaçao, os políticos tendem a esquecer ou menosprezar algo tao fundamental.

Mônica disse...

Gostei demais de saber desta história. Foi formidável.
Com carinho MOnica

VELOSO disse...

Gostei do passeio!

Accácia disse...

Oi!
Obrigada pela visita!
Bacan o seu cantinho!
E foi bacana conhecer um lugar que parece ser maravilhoso de se conhecer!
Um beijo e volte sempre que quiser!
Accácia

Unknown disse...

Confesso que já tinha saudades de si e das suas lindas histórias.

Beijo.

AvoGi disse...

Sempre com as histórias do seu povo. adorei Silvana como adoro todas a s histórias que voce conta.
kis :):)

Anônimo disse...

Um passeio formidável... adorei...
Paz e bem

Lília disse...

Silvana, eu adoro as tradições, e cheguei a Lampião pela história de Padre Cícero. Obvio que conhecia lampião mas o interesse surgiu a partir daí. Sou formada em história e meu projeto foi ligado a religião.
Li a biografia do Pe. Cícero recentemente também a escrita por Lira Neto e daí eu quis entender o conceito de coitero que ele tinha em relação a Lampião.

Que história hem!!

Vamos trocando... se tratando de religiosidade popular eu estou dentro e quero me aprofundar no conhecimento de Lampião e seus Cabras tb, rs

Laços e Rendas de Nós disse...

Vim até aqui e vou mais rica porque aprendi lendo o seu texto.

Cultura nunca se recusa.

Agradece-se.

Beijo

Leonel disse...

Que beleza de blog, Silvana!
Imagino como você descobriu esta Shangri-Lá baiana que é Rio das Contas.
Gostei da cachaça orgânica!
Voltarei sempre ao seu blog. Meu personagem folclórico preferido é o Curupira, que inferniza a vida dos caçadores!
Abraços!

Leonel disse...

Em tempo:

Saudações alvinegras!

Blog Sozinha ou Acompanhada disse...

Oi!Que blog mais bacana! Qta coisa interessante pra ver e saber e fotos lindíssimas e tantas e tantas histórias!
Adorei,
Beijocas,
Mari

Macá disse...

Silvana
Vim agradecer a sua visita ao meu cantinho e conheci um blog maravilhoso.
Voltarei mais vezes tá?
bjs

Daniel Savio disse...

Interessante, pena que esquecemos desta heranças culturais...

Fique com Deus, menina Silvana Nunes.
Um abraço.

Petit Gabi disse...

Que delícia que deve ser esse lugar. Adoro cidades interioranas com toda sua riqueza em cultura, histórias, moradores... Fiquei com vontade de conhecer!
Beijos!

fénix renascida disse...

Em cada canto, um segredo.
Em cada canto, um tesouro.



FRUTO DO MEU VENTRE, AMOR DA MINHA VIDA,
O BLOG DOS DITOS "ALIENADORES", DOS PAIS QUE AMAM VERDADEIRAMENTE OS FILHOS! AMAR NÃO É CRIME, NEM É DOENÇA! AMAR É A NOSSA LEI.
REPOMOS A VERDADE, SEM FERIR SUSCEPTIBILIDADES.
MAS SE A VERDADE DOER...


em http://srevoredo.blogspot.com/

FlorAlpina disse...

Olá Silvana,
Gostei de ler mais uma maravilhosa história!

Bjs dos Alpes

Sônia Brandão disse...

Interessante conhecer histórias da nossa história.

bjs

Sheila disse...

Olá, história e cultura, fazem parte da grande riqueza deste país, que belo post.Parabéns por nos mostrar este lindo lugar.Beijos.

Vitor Chuva disse...

Olá, Silvana, Boa tarde!

Acredite, ou não, pensei que teria fechado o blogue devido a todas aquelas dificuldades de que falava: procurei e não encontrei, ou então, não tinha postes novos, foi a uma destas conclusões a que cheguei, e acabei por retirá-lo da minha lista, quando fiz actualização dos seguidores. Por acaso, hoje, dei conta de que mantinha o blogue aberto - e de boa saúde - e cá estou de novo, corrigido o erro, se é que existiu.
Espero vê-la, de novo, por lá, feita a explicação para a minha
ausência.

Como seria de esperar,tem aqui mais uma bonita descrição de tradições e costumes da enorme terra Brasileira, associado a San Salvador da Baía,aquela que certamente será a cidade que mais faz lembrar Portugal, pelo seu casario e traçado.

beijinhos.
Vitor

Sora Seishin disse...

Oi Silvana!
Obrigada por passar no meu blog e pelo comentário.
Lindo o seu blog, adorei, cheio de informações interessantes.

Anônimo disse...

Ola minha querida, Amiga Silvana Graça e paz.

Muito interessante seu blog, estou seguindo gosto daforma que se expressa. Se desejares conheceres Mensagem edificante para alma. Será um prazer tê-la como visitante e seguidora.
Deus te abençoe ricamente

Josiel Dias
Mensagem Edificante para Alma
http://josiel-dias.blogspot.com