terça-feira, 16 de novembro de 2010

O BEM SÓ SE PAGA COM O BEM. Será ?

A onça caiu numa armadilha preparada pelos caçadores e, por mais que tentasse escapar, ficou prisioneira. Resignara-se a morer, quando viu passar um homem. Chamou-o e  pediu que a libertasse.
- Deus que me livre! - disse o transeunte. -  Se você ficar solta, vai me devorar.
A onça jurou que seria eternamente agradecida, então o pobre desatou as cordas que seguravam a tampa do alçapão e ajudou a bicha a sair da cova.
Logo que a onça se viu livre, agarrou o seu salvador por um braço, dizendo:
- Hoje você será o meu jantar !
O homem, coitado, pediu, rogou, implorou... e a onça finalmente decidiu:
- Vamos combinar uma coisa. Ouvirei a sentença de três animais. Se a maioria for favorável ao meu desejo, você não me escapa.
O pobre do sujeito não teve outro alternativa senão aceitar o desafio, e saíram juntos pela floresta adentro.
Logo encontraram um cavalo, velho, doente, abandonado.  A onça narrou o ocorrido.  O cavalo disse:

- Quando eu era moço e forte trabalhei e ajudei o homem a enriquecer e sabe qual foi a minha paga ? Largaram-me aqui para morrer, sem qualquer auxílio. É camarada onça, o Bem só se paga com o Mal.
Mais adiante depararam com o  Boi. Consultado, opinou pela razão da onça. Contou sua vida de serviços ao homem e, quando julgaba ser recompensado, soube que fora vendido para ser morto e retalhado pelo açougueiro. O Bem só se paga com o Mal.
O coitado triste, certo que viraria jantar, acompanhava a onça - que já lambia o beiço - floresta adentro. Caminharam, caminharam... e lá pelas tantas, exaustos de tanto andar, avistaram um macaco. Chamaram o tal e pediram o seu parecer. O macaco someçou a rir. E saltava, fazendo caretas e rindo.A onça ia-se zangando:
- Por que tanta risada, camarada macaco?
- Não é fazendo pouco - explicou o macaco -, é que eu não acredito que o homem caísse na armadilha que ele mesmo preparou.
- Ele não caiu. Quem caiu fui eu - esbravejava a onça.
- Ah, foi você ? Então como é que esse homem tão fraquinho pode libertar um bicho tão grande e forte como a camarada onça ?
A onça, despeitada pelo macaco julgá-la mentirosa, foi até o alçapão e saltou para o fundo do foço, gritando lá debaixo:
- Está vendo, foi assim!
Mais que depressa o macaco empurrou o engradado de varas pesadas que fazia de tampa e a onça tornou a ficar prisioneira.
- Camarada onça - sentenciou o macaco - o Bem só se paga com o Bem. Você fez o Mal, então receba o Mal.
E se foi embora com o homem, deixando a onça para morrer de fome na armadilha.

14 comentários:

Daniel Savio disse...

Interessante, principalmente a história de moral nela...

Fiquem com Deus, menina Silvana.
Um abraço.

magna disse...

olá querida amiga amei também adorei este caminho retribuo as saudações florestais e gostaria de dizer que está semana não vou poder estar visitando todos como gostaria meu pc está com problemas e será resolvido apenas no domingo!
mas tentarei passar por aqui durante a semana!!!bjuss e parabéns!

Carlos Albuquerque disse...

Minha querida amiga,
Esta história é notável com a sabedoria do macaco na prevalência do bem!
VC procura, na verdade, um mundo melhor. Bem haja!
BJS deste lado do mar

Anabela disse...

Sinceramente acho que as pessoas agora são tão frias umas com as outras que o bem não existe,ja me aconteceu ter "amigos"que só apareciam quando lhes convinha...,agora o que o macaco fez foi o maximo,é assim que eu agora faço com quem me magoa...ahahahaa,sou muito má...,bjs

Anabela disse...

estou pasmada,esse lugar não é muito mais pequeno que o Rio?á partida as pessoas deviam dar se melhor,Braga é uma cidade que cresce de dia para dia,mas á locais como o que mora a minha mãe que os vizinhos sao como se fossem familia.A minha foto é das ferias do ano passado em fuerteventura,uma ilha Espanhola,estou sentada no cadeirao do bar

alegria de viver disse...

Obrigada pela visita volte sempre.
É uma bela história, e uma lição para aprender, tirando algumas conclusões.
Com carinho BJS.

angela disse...

Ainda bem que o homem encontrou o macaco...senão virava jantar. E esse pelo menos deve ter aprendido a ser mais bondoso com os animais.
beijos

Tais Luso de Carvalho disse...

Estas histórias sempre nos ensinam algo; é a sabedoria popular que eu sempre respeitei.

Um beijão, amiga.
tais luso

Unknown disse...

Não existem mais tantos macacos nesse mundo. Mas ainda bem que encontramos alguns.

Bjs amiga
Linda quarta.

D.Ramírez disse...

Seu blog encanta. Realmente um dos mais completos que já vi. Muito bom mesmo.
Esse post em especial(todos são) me fez lembrar um dos genios da arte das histórias em quadrinhos brasileiro, já falecido, Flavio Colin em uma história que fe\z sobre onça. Está em um álbum que ilustrou sobre a fauna brasileira. Ele um grande incentivador de nossa cultura.
Vale a pena ler e ver.
Fotografei tamém os índios Kuikurus do Alto Xingú e me identifiquei com seus posts sobre eles e outras tribos.
Bom que me visitou, assim conheci seu espaço.
Seja bem vinda.
Besos.

Angella Reis disse...

Adorei a fábula, uma ferramenta poderosa para moldar o caráter humano. Você muito nos acrescenta, obrigada! =*

Tem selinho lá pra você!

bjos

Minha fábrica de sonhos... disse...

Estou te seguindo, amiga! Gostei do teu blog e do post de hoje!

Passe lá no meu cantinho e me siga também!!!

Anônimo disse...

Silvana, cheguei ao seu blog por meio da mensagem enviada ao grupo formado por professores de Língua Portuguesa. Parabenizo pela bela iniciativa de nos contar um pouco da cultura brasileira. Um abraço,
Andréa Motta

Myself disse...

Olá Silvana. Vim retribuir a visitinha que agradeço. Gostei do teu blog, especialmente deste post da onça... é uma grande lição de vida... de facto quem semeia ventos, colhe tempestades...
Um bjinho grande, volta sempre...