sexta-feira, 30 de novembro de 2007



"... e então aconteceu:do fundo de meu coração, eu queria aquela rosa pra mim. Eu queria, ah como eu queria. E não havia jeito de obtê-la.[...]no meio do meu silêncio e do silêncio da rosa, havia o meu desejo de possuí-la como coisa só minha. Eu queria poder pegar nela. Queria cheirá-la até sentir a vista escura de tanto perfume... ". -Clarice Lispector -

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

A origem dos índios Arara


"... Para eles, quando essa vida ainda não havia começado, existiam somente o céu e a água. Separando-os, uma pequena casca que recobria o céu e servia de assoalho a seus habitantes. Na casca do céu a vida era plena, pois havia de tudo para todos. A boa humanidade, protegida pela divindade Akuanduba, vivia conforme as coisas básicas da vida: acordar, comer, beber, namorar, dormir. Se alguém cometesse algum excesso, contrariando as normas, a divindade fazia soar uma pequena flauta, chamando a atenção de todos para que se comportassem de acordo com a boa ordem. Fora da casca do céu, existiam coisas ruins, seres atrozes e espíritos maléficos, contra os quais a boa humanidade estava protegida por Akuanduba. Houve um dia, no entanto, que ocorreu uma grande briga da qual participou muita gente. A divindade fez soar a flauta, mas a multidão teimosa não quis parar de brigar. Nessa confusão, a casca do céu se rompeu, lançando tudo e todos para longe, para dentro da água que envolvia a casca. Com a queda, todos perderam e todos os velhos e crianças morreram, restando apenas uns poucos homens e mulheres. Dos sobreviventes, alguns foram levados de volta ao céu por pássaros amazônicos, onde se transformaram em estrelas. Os que ficaram, foram abandonados pelos pássaros nos pedaços da casca do céu que caíram sobre as águas. Assim, surgiram os Araras que, para se manter afastados das águas, escolheram ocupar o interior da floresta. Até hoje, os Arara, habitantes do vale dos rios Iriri-Xingu, no Estado do Pará, assobiam chamando as araras quando as vêem voando em bandos por sobre a floresta. Quando pousam no alto das árvores, as araras, por sua vez, observam os índios e, ao notarem o quanto eles cresceram, desistem de levá-los de volta ao céu. Aqui já foram deixados outras vezes e aqui deverão permanecer. Os Arara, que antes viviam como estrelas, estão agora condenados a viver como gente, tendo que perseguir o alimento de cada dia em meio aos perigos que existem sobre o chão."
(Ieipari - Sacrifício e Vida Social Entre Os Índios Arara, Márnio Teixeira Pinto, Ed. UFPR, 1997)

sábado, 24 de novembro de 2007

quarta-feira, 21 de novembro de 2007


Tava Guasu Avá Kuera Tetã, Hoko'y, Paraná - Brasil pegua.

Charyi takua jara Ana ka'aguyguá

Ko mborai iporãveva amoguãhê ndeve ko'agã!

(Esta melodia mais linda Faço-lhe chegar nesta hora!)

Ko Mborai marãe'y oguãhê mihaguã nde cotyupe!

(Que esta melodia eterna chegue no fundo do teu coração)!

Ko A, Ã marãngatu yvoty kañymi!

(Esta semente, é a flor escondida do Espírito Divino!)

Ko A ningó nde Ana Ka'aguy!

(E esta Semente es TU, Ana Ka'aguy.)

Maitei horyveva ndeve ha nde pehengue kuera peguãrã!

(A mais alegre saudação e para ti e para todos os teus familiares!)

Nde mandu'a minte kena orerehé

(Lembra de de nós por favor)


- Tupã Ñembo'agueravyju Momaitei -
Bem, diante desta oração tão linda, desse cântico maravilhoso, eu não tenho nem palavras para agradecer tamanha gentileza de meu Tupã, meu querido irmão Momaitei.
Eu só tenho a dizer que vocês - povos nativos, no qual tenho em meu sangue com muito orgulho - estarão eternamente no meu coração, pois uma parte de mim pertence a vocês; parte esta que pretendo resgatar, tão logo possa .
Contem sempre com as minhas orações e com a minha força mental.
O meu espírito estará sempre com vocês : ele pertence aos povos da floresta.
Ñande Ramÿi toñohê nde akã ari ijaguyjé ha tomê'ê ndeve mbareté, meu irmão Tupã Momaitei !
XERO ERO AVYÚ HETÁ, meus irmãos !

segunda-feira, 19 de novembro de 2007




Quantas vezes nós pensamos em desistir, deixar de lado, o ideal e os sonhos;
Quantas vezes batemos em retirada, com o coração amargurado pela injustiça;
Quantas vezes sentimos o peso da responsabilidade, sem ter com quem dividir;
Quantas vezes sentimos solidão, mesmo cercado de pessoas;
Quantas vezes falamos, sem sermos notados; Quantas vezes lutamos por uma causa perdida;
Quantas vezes voltamos para casa com a sensação de derrota;
Quantas vezes aquela lágrima, teima em cair, justamente na hora em que precisamos parecer fortes;
Quantas vezes pedimos a Deus um pouco de força, um pouco de luz;
E a resposta vem, seja lá como for, um sorriso, um olhar cúmplice, um cartãozinho, um bilhete, um gesto de amor;
E a gente insiste; Insiste em prosseguir, em acreditar, em transformar, em dividir, em estar, em ser;
E Deus insiste em nos abençoar, em nos mostrar o caminho:Aquele mais difícil, mais complicado, mais bonito.
E a gente insiste em seguir, por que tem uma missão.........
SER FELIZ !!!

sábado, 17 de novembro de 2007

Uma história para contar.
















- A Catadora de Vidro -
Uma família de cinco pessoas estava passeando um dia na praia. As crianças estavam tomando banho de mar e fazendo castelos na areia, quando, ao longe, apareceu uma velhinha. Seu cabelo grisalho esvoaçava ao vento e suas roupas eram sujas e esfarrapadas. Resmungava qualquer coisa, enquanto apanhava coisas da praia e as colocava em um saco. Os pais chamaram as crianças e lhes disseram para ficar longe da velha. Quando esta passou, curvando-se de vez em quando para apanhar coisas, sorriu para a família, mas seu cumprimento não foi correspondido. Muitas semanas mais tarde, souberam que a velhinha dedicara a vida à cruzada de apanhar caquinhos de vidro da praia para que as crianças não cortassem os pés.

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

COLCHA DE RETALHOS.

Você sabe corretamente os sinais de pontuação?
Então aprenda comigo.



"Use vírgulas para separar as experiências boas das más.
Reticências para quem lhe faltou em alguma situação.
Salpique exclamações na sua vida.
Abuse das interjeições de felicidade.
Faça uma revisão nos seus sonhos.
Tome decisões com letra maiúscula.
E coloque ponto final na tristeza."

quarta-feira, 14 de novembro de 2007




"O coração de quem nunca desistiu será sempre jovem".
Bem, eu continuo tentando - o simples parece ser tão difícil...
Aguyjevetepe, Ana Ka'aguy.

domingo, 4 de novembro de 2007

Thor, uma figuraça !



Já havia escrito sobre o Thor anteriormente, é só clicar em postagens mais antigas que você vai chegar até ele e saber a quem pertence essa figuraça e como eu os conheci. Mas esta semana eu quase "caí dura" quando fui visitar meus amigos: deram para o Thor um par de óculos escuros e me parece que ele comprou a idéia. Bem, pelo menos já tem um protetor para seus olhos nos dias de sol quente. Não é possível ... ou melhor, é possível. E ainda faz pose para a foto (rs).


Meus queridos amigos, fiquem com Nhander, Nhamandu, tupã Iporã ete aguyjevete.
XE AYVÚ !

Depois da morte, a vida continua.

















Estava em busca de imagens quando me deparei com esta.Segundo os
administradores do local, a árvore foi cortada porque estava atrapalhando a fiação e
não havia como podá-la, já que o próprio tronco estava esbarrando nos fios e
causando curtos. Segundo soube, já faz algum tempo que lhe foi tirada a vida, mesmo
assim ela insiste em continuar.
Salve Nhande Rú Uussú !

sábado, 3 de novembro de 2007






ESTATUTOS DO HOMEM


- Thiago de Mello -


artigo III

Fica decretado que, a partir deste instante,

haverá girassóis em todas as janelas,

que os girassóis terão direito

a abrir-se dentro da sombra;

e que as janelas devem permanecer,o dia inteiro,
abertas para o verde onde cresce a esperança.


artigo XII

Decreta-se que nada será obrigado

nem proibido,

tudo será permitido,

inclusive brincar com os rinocerontes

e caminhar pelas tardes

com uma imensa begônia na lapela.


Parágrafo único:

Só uma coisa fica proibida:

amar sem amor.


artigo final.

Fica proibido o uso da palavra liberdade,

a qual será suprimida dos dicionários

e do pântano enganoso das bocas.

A partir deste instante

a liberdade será algo vivo e transparente

como um fogo ou um rio,

e a sua morada será sempre

o coração do homem.
Santiago do Chile, abril de 1964

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Energizando... depois de um dia quase todo de trabalho, afinal de contas, eu mereço !





















"Todos nós estamos interligados, na verdade somos um só. Eu sou um com o porco-do-mato, com o caititu. Eu sou um com a árvore. Eu sou um contigo e com o esquimó que eu ainda não vi, mas está lá. Joga uma pedrinha no centro da lagoa, a vibração alcança toda a água da lagoa, criando raias que chegam até à margem, pequenas ondinhas. O sentimento que você sente eu posso ter gerado. Essa visão do todo é importante, para nos curarmos. Curando a nós, limpando nosso coração, sentindo a doença do outro, curamos a nós e curamos o outro também. É bem simples e bem profundo. Buscarmos o bem sempre, o perdão, buscar o verdadeiro amor. Isso que eu penso, trilhar o caminho da amizade pra um dia vivenciar o amor fraterno e universal. Se te fiz algum mal, sinto muito, me perdoe, te amo e sou grato à Divindade por quebrar todo fluxo de energia presa, para que a energia volte a fluir seguindo o seu curso original que vem de Nhanderú. Me queira bem que eu te quero bem também.
Saúde e paz.

Pea haê iporã katu".


-TEXTO ENVIADO PARA MIM, EM 30/10/2007, POR MEU IRMÃO RAMON GUARANI -

Que Nhander, Nhamandu, Tupã Iporã ete aguyjevete esteja sempre com você e todos os nossos irmãos da aldeia!
OPS! Lembrando que embora estivesse muito calor e o local além de belíssimo, convidativo, não devemos tomar banho de cachoeira para não poluiro rio, no máximo colocar o pezinho.

domingo, 21 de outubro de 2007

Você é muito especial...

Era uma vez, um Anjo.
Não um anjo qualquer.
Ele era evoluído,entendia de informática,e da vida, a gramática.
Sabia voar sobre o tempo.
Com suas letras, formar um pensamento.
Seus verbos prediletos, eram AMAR, DOAR, REPARTIR, CONTRIBUIR.
Seus dedos macios, no teclado deslizam.
E seus olhos, cheios de ternura,as letrinhas digitam.
E envia a sua mensagem.
Espalha a candura e o contentamento.
Visita o coração da gente,em forma de sentimento.
Envia palavras, mas recebemos sorriso.
Supera a distância e toca a alma.
Este Anjo tão doce,que optou por ser mensagem,é a forma mais pura de amor em viagem.
Está sempre presente,na página da gente.
É um Anjo do Orkut,tem a bandeira do BEM.
Usa as ferramentas que tem,para melhorar o mundo.
Hoje vim lhe agradecer,Anjo querido.
Pelo seu carinho,pelo seu amor,pelas letrinhas,e por ser tão encantador.
Meu anjo....

Bjks tenha um excelente final de semana!
Marlene

Este lindo poema me foi enviado por uma amiga do orkut. Tão lindo que não poderia deixar de publicá-lo aqui.
Obrigada pelo seu carinho.
Nhande Rú nde reré, Marlene !

sábado, 20 de outubro de 2007

O Senhor da Mata passando por mim. Inacreditável !
















É aqui onde recarrego minhas forças - preciso desta energia para encarar a batalha da semana. Desde que vim para esta cidade, adotei esse lugarzinho como o meu predileto. Sempre volto, sinto-me muito bem aqui: paro e contemplo estas imensas árvores, as flores, toco, sinto o cheiro, escuto o canto dos pássaros, medito e saio revigorada, pronta para encarar mais um dia de trabalho. Essa manifestação aconteceu hoje, bem cedinho: tomei um susto quando cheguei em casa e coloquei a foto no computador. Não havia qualquer sinal de fumaça ou sol - o tempo estava até meio nublado.Acho que não é necessário dizer mais nada, a própria foto fala por si. Parece uma espécie de energia me rodeando, uma mão tocando na minha e subindo pela minha perna. Algo que veio para recarregar a minha bateria; é exatamente esta a palavra - RECARREGAR. É isso que busco na mata, essa VIDA !
Talvez tudo tenha começado pelo meu meu nome - SILVANA - silva, selva, silvícula... Fantástico!
Salve Nhande Rú Uussú !




Ñande Ramÿi toñohê nde akã ari ijaguyjé ha tomê'ê ndeve mbareté!

BOX DO BAIXINHO É A SALVAÇÃO DOS NOTÍVAGOS FAMINTOS.



Se você trabalhou feito um escravo durante o dia , está cansado, cheio de fome e ao sair, dá de cara com tudo fechado, a solução é o "Box do Baixinho". Localizado embaixo da Catedral São Pedro de Alcântara, a saideira da madrugada ou o final da noite dos famintos é lá mesmo, não tem outro jeito. Mineiro de Belo Horizonte, esse baixinho é a salvação dos notívagos de Petrópolis há 32 anos.Além de ter sido homenageado pela Câmara dos Vereadores com o título de cidadão petropolitano, o baixinho ainda exibe em seu trailler, o selo da vigilância sanitária: tira muita onda, não é mesmo?
A propósito, alguém sabe o nome desse baixinho?

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Em total sincronicidade com Nhande Rú .











Oque for a profundeza do teu ser, assim será teu desejo.
(Pe ipypuko haicha nde rekove, peicha aveita nde rembipota).
O que for o teu desejo, assim será tua vontade.
(Ha oihaichagua nde rembipota, peichaite vaerã avei nde ikatu).
O que for tua vontade, assim serão teus atos.
(Ha oîhaichagua nde ikatu, peicha vaerã pende japó) .
O que forem teus atos, assim será o teu destino.
(Há umi rejapova guivé, peichaiteta avei pende rekové).
- Avy'a romomaiteivo ! -

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

HOMENAGEM DE UMA ETERNA CRIANÇA.


Quem disse que saudade não se mede?
Minha saudade é assim: maior que as tranças de Rapunzel,
maior que um monte de areia do mar,
bem maior que o mundo.

(*) a menina da foto sou eu, aos 12 anos, aluna do Colégio das Damas, em Recife.

por Graça Graúna.

OPS, ficou curioso? Quer ver a menina da foto? Pois é só clicar no link abaixo - Eu recomendo!
http://ggrauna.blogspot.com/


Atsawidi, minha irmãnzinha Graça!

Ñande Ramyi Su topyta nendive ha tande resape!

(que o nosso Pai fique contigo e que ilumine os teus caminhos!).

domingo, 30 de setembro de 2007

Indios Pataxós do sul da Bahia visitam Petrópolis.
















Chauwã( que significa pássaro), Arassari ( que significa pássaro) e Arauê (guerreiro) estiveram nos estúdios da Supernova FM para divulgar sua cultura. Uma profissional de shiatsu e moradora de Itaipava há 25 anos chamada Fátima Regina os conheceu no PAN e resolveu trazê-los afim de divulgar sua cultura nos colégios da Rede Municipal de ensino aqui da região.
Para maiores informações, acesse : http://coracaooeespritoindigena.blogspot.com/
Uma porta aberta para o mundo apoiar um movimento de dignidade em favor do Povo da Terra.
"Se acharmos que o nosso objetivo aqui em nossa rápida passagem pela terra, é acumular riquezas, então não temos nada a aprender com os índios. Mas se acreditarmos que o ideal é o equilíbrio do homem dentro da sua familia, da sua própria comunidade, então os índios têm lições extraordinárias para nos dar."
- Orlando Villas Boas -

domingo, 16 de setembro de 2007

Quintaneando com Quintana.


O TEMPO
Com o tempo, você vai percebendo que
para ser feliz com uma outra pessoa:
Você precisa, em primeiro lugar, não precisar dela.
Percebe também que aquela pessoa que você ama
(ou acha que ama) e que não quer nada com você,
definitivamente, não é a pessoa da sua vida.
Você aprende a gostar de você,
a cuidar de você e, principalmente,
a gostar de quem também gosta de você.
O segredo é não correr atrás das borboletas...
é cuidar do jardim para que elas venham até você.
No final das contas,
você vai achar não quem você estava procurando,
mas quem estava procurando por você.

OS DEGRAUS


Não desças os degraus do sonho

para não despertar os monstros

Não subas ao sótão - onde

Os deuses, por trás das suas máscaras,

Ocultam o próprio enigma.

Não desças, não subas, fica.

O mistério está é na tua vida!

E é um sonho louco este nosso mundo...




sábado, 15 de setembro de 2007

Eu estou com tudo e não estou prosa. Olha só que trabalho espetacular: a poeta Josenir Lacerda mandou foi muito bem.


O LINGUAJAR CEARENSE

AUTORA: JOSENIR A DE LACERDA
CADEIRA Nº 3 DA ACADEMIA DOS CORDELISTAS DO CRATO-CE

Todo poeta de fato
É grande observador
Seja da rua ou do mato
Seja leigo ou professor
Faz verdadeira pesquisa
Vasto estudo realiza
Buscando essência e teor

Por esse nato talento
Na hora de versejar
Busca o tema e o momento
Visa o leitor agradar
Não sente conformação
Se não passa a emoção
Que dentro do peito está

Neste cordel-dicionário
Eu pretendo registrar
O rico vocabulário
Da criação popular
No Ceará garimpei
Juntei tudo, compilei
Ao leitor quero ofertar

Se alguém é desligado
É chamado de bocó
Broco, lerdo e abestado
Azuado ou brocoió
Arigó e Zé Mané
Sonso, atruado, bilé
Pomba lesa e zuruó

Artigo novo é zerado
Armadilha é arapuca
O doido é abirobado
Invencionice é infuca
O matuto é mucureba
Qualquer ferida é pereba
Mosquito grande é mutuca

Quem muito agarra, abufela
Briga pequena é arenga
Enganação, esparrela
Toda prostituta é quenga
Rapapé é confusão
De repente é supetão
Insistência é lenga-lenga

Qualquer tramóia é motim
Solteira idosa é titia
Mosquitinho é mucuim
Recipiente é vasia
Meia garrafa é meiota
O exibido é fiota
Travessura é istripulia

Bebeu muito é deodato
Brisa leve é cruviana
O sujeito otário é pato
Cigarro curto é bagana
Fugir é capar o gato
O engraçado é gaiato
Quem vai preso tá em cana

Ter mesmo nome é xarapa
Muito junto é encangado
Água com açúcar é garapa
Cor vermelha é encarnado
Muita coisa dá mêimundo
Sendo Mundim é Raimundo
Valentão é arrochado

A rede velha é fianga
Com raiva é apurrinhado
Careta feia é munganga
Baitinga é o mesmo viado
O bom é só o pitéu
Bajulador, xeleléu
Sem jeito é malamanhado

Bater fofo é não cumprir
Etecetera é escambau
Sujar muito é encardir
Quem acusa, cai de pau
Confusão é funaré
Carta coringa é melé
Atacar é só de mau

Qualquer botão é biloto
Mulher difícil é banqueira
Pequenino é pirritoto
Estilingue é baladeira
Qualquer coisa é birimbelo
Descorado é amarelo
Sem requinte é labrocheira

Um perigo é boca quente
Porco novo é bacurim
Atrevido é saliente
Quem não presta é croja ruim
Dedo duro é cabruêta
A perna torta é zambêta
Coisinha pouca é tiquim

Parteira era cachimbeira
Dar mergulho é tibungar
Tem cucuruto, moleira
Olhar demais é cubar
Tem ainda ternontonte
Que vem antes do antonte
Ver de soslaio é brechar

Quem briga bota boneco
Sem valor é fulerage
Copo pequeno é caneco
Estrada boa é rodage
O tristonho é capiongo
Galo ou inchaço é mondrongo
E a ralé é catrevage

O velho ovo estrelado
É o bife do oião
Nervoso é atubibado
Repreender é carão
O zarôlho é caraôi
Enviezado, zanôi
Inquieto é frivião

A perna fina é cambito
Dar o fora é azular
Muito magrelo é sibito
Pisar manco é caxingar
Rêde pequena é tipóia
Tudo bem é tudo jóia
Fazer troça é caçoar

A expressão 'dá relato'
Que atinge mais de légua
'Tá ca peste!' 'Só no Crato!'
'Tá lascado!' e 'Aarre égua!'
'Corra dentro!' ' Qué cirmá? '
'É de rosca? 'Éé de lascar! '
'Vôte!' 'Ôxente! 'Isso é paid´égua!'

Se é muito longe, arrenego
Que Deus do céu nos acuda
É pra lá da caixa prego
Lá no calcanhar do juda
Nas bimboca ou cafundó
Nas brenha ou caixa bozó
Onde o vento a rota muda

Se é cheia de babilaque
É ispilicute ou dondoca
Ligeiro é 'que nem um traque'
Agachado é tá de coca
Sem rumo é desembestado
O faminto é esguerado
Bolha na pele é papoca

Chamuscado é sapecado
Nuca, cangote é cachaço
Meio tonto é calibrado
A coluna é espinhaço
Se está adoentado
Tá como diz o ditado:
'da pucumã pro bagaço'

Cearense tem mania
Chama todo mundo Zé
Zé da onça, Zé de tia
Zé ôin ou Zé Mané
Zé tatá ou Zé de Dida
Achando pouco apelida
Um bocado de Zezé

Fazer goga é gaiofar
O que é longo é cumprissaio
Provocar é impinjar
Toda pilôra é desmaio
Salto ligeiro é pinote
Bando, turma é um magote
Cesto sem alça é balaio

A comidinha caseira
Tem fama no Ceará
Tipicamente brasileira
Faz o caboco babar
No bar do Mané bofão
Pau do guarda, panelão
O cardápio vou citar:

Sarrabulho, panelada
Mucunzá e chambari
Tripa de porco, buchada
Baião de dois com piqui
Tem pão de milho e pirão
Carne de sol com feijão
Tijolo de buriti

Quem é ruivo é fogoió
O tristonho é distrenado
Tornozelo é mocotó
Cheio de grana, estribado
Jarra de barro é quartinha
O banheiro é a casinha
Sem saída, 'tá pebado'

A bebida e o seu rol
No Ceará todo habita
A fubuia e o merol
A truaca e a birita
Amansa sogra ou quentinha
Engasga gato, caninha
A meropéia e a mardita

O picolé no saquinho
Aqui se chama dindin
Se é o dedo menorzinho
É chamado de mindin
Riso sonoro é gaitada
Confusão é presepada
Atrevido é saidin

Papo longo e sem valor
É 'miolo de pote'
Muito esperto é vivedor
Adolescente é frangote
Soldado raso é samango
A lagartixa é calango
O tabefe é cocorote

A lista é quase sem fim
Não cabe num só cordel
Tem alpercata, alfinim
Enrabichada e berel
Chué, baé, avexado
Bãe de cúia, ôi bribado
Quebra-queixo e carritel

Tem visage, sarará
Tem bruguelo e inxirido
Rabiçaca e aluá
Ispritado e zói cumprido
Bunda canastra, lundu
Dona encrenca, sabacu
Bonequeiro e maluvido

O caerense é assim:
Dá cotoco à nostalgia
A tristeza leva fim
Na cacunda da euforia
dá de arrudei na carência
Enrola a sobrevivência
e embirra na alegria.
Josenir lacerda tem 54 anos é natural de Crato, Ceará.Admiradora e entusiasta da poesia do folclore e da cultura regional,também trabalha com artesanato.Possui vários trabalhos publicados na região do Cariri, em Fortaleza e em outras regiões do país. Participou de várias antologias poéticas.É membro da Academia de Cordelistas do Crato. Tem vários cordéis publicados, destacando-se "O linguajar cearense", ilustrado por Audifax Rios.Escreve em vários estilos:poesia, conto,crônica e cordel.É funcionária aposentada . Quer mais o que?

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Já o poeta Wellignton Vicente, lá de Porto Velho, mandou a seguinte resposta.


SÓ SE ESQUECE UM VELHO AMOR
QUANDO UM NOVO É ENCONTRADO.

À amiga Silvana Nunes:
A vida é roda gigante
Pois a cada rotação
O que chamava atenção
Não é mais interessante
Seguimos daí por diante
Com novo plano traçado
O que ficou no passado
Acaba perdendo a cor
Só se esquece um velho amor
Quando um novo é encontrado.

Nas várias fases da vida
Vão surgindo mutações
E nossas opiniões
Seguem na mesma avenida
Uma pessoa querida
Que viveu ao nosso lado
Tem o "link" deletado
Do nosso computador
Só se esquece um velho amor
Quando um novo é encontrado.
Somos meros jogadores
Dos gramados de Cupido
Que sempre que tem agido
Provoca risos e dores
Por isso, competidores!
Leiam as regras com cuidado
O torneio está lançado
Prestem atenção, por favor!
Só se esquece um velho amor
Quando um novo é encontrado.
Autor: Wellington Vicente
Porto Velho, 13/09/2007
Valeu, amigo. Você é DEZ!

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Este é o Abel lá de Caiacó, que diz:


Eu sou um idealista
que essa idéia carrega
mulher a gente não pega
mulher a gente conquista.
E é bom que se invista
com um culpido verdadeiro
não cabe, dólar, real, cruzeiro
ou outra moeda qualquer
o amor de uma mulher
não se troca por dinheiro.

Mulher um ser diferente
que da ternura é a dona
seu carinho me apaixona
seu beijo embriada a gente.
Sagaz, culta inteligente
de rosas é seu terreiro
de flor ela tem o cheiro
e do homem tem o quer
que o amor de mulher
não se troca por dinheiro.

Olhar de mulher encanta
voz de mulher é tarapia
a mulher da terra um dia
em outro no céu é santa.
Resistir não adianta
ela conquista guerreiro
lampião foi cangaceiro
e uma mudou seu mister
que o amor de mulher
não se compra com dinheiro.

Se tem a prostituição
mas não as vais conquistar
seu corpo pode comprar
mas não compra o coração.
Se ela em uma ocasião
sai com alguém, é ligeiro
porque existe o companheiro
que ela ama e quer
que o amor de mulher
não se compra com dinheiro.

Hum.. isso está me cheirando a conversê para boi dormir.
Como vocês podem ver, este é outro poeta - o Abel, lá de Caiacó, RN - cantando a mulher.
Só que até agora ninguém respondeu a pergunta que não quer se calar:
-Ele trocaria o amor de uma mulher por o amor de outra mulher?
Acho que deixei esses poetas meio que sem saída (rs).

Tá certo ou não tá?




Mote: O amor de uma mulher / Não se troca por dinheiro.
Hugo Araujo 08/09/2007

Se o amor lhe bate a porta
Va abrindo o coração
É nesta situação
Que você é premiado
Começando a ser tratado
Como se fosse o primeiro
E se for o derradeiro
Faça tudo que ela quer
O amor de uma mulher
Não se troca por dinheiro.

O amor é coisa pura
Que deve ser preservado
Permanecer exaltado
Nunca deixar desabar
O homem que sabe amar
Ama quase o dia inteiro
Na sala, no quarto, no terreiro
Seja em lugar qualquer
O amor de uma mulher
Não se troca por dinheiro.




Esse é Hugo Araujo, um matuto pernambucano, nascido há muito tempo na cidade de Sertania.Gosta muito de música e poesias e, nas horas vagas, escreve umas e outras trovas.Médico cirurgião há 33 anos, alimenta o sonho de um dia poder publicar um pequeno livro de poesias.
Então, fala sério! O poeta está certo em não trocar o amor de uma mulher por dinheiro. E se fosse por outra mulher?

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Muito interessante.




Estava indo para Itaipava a procura de notícias quando dei com estas imagens. Tive que fotografar


Show de bola!

domingo, 2 de setembro de 2007

Uma breve história sobre Petrópolis.







A história de Petrópolis começa há mais de 150 anos, quando servia de passagem entre o Rio de Janeiro e as Minas Gerais. Quem passa por Corrêas, um bairro dentro de Petrópolis, não sabe a importância daquele local na história dessa região. Foi em Corrêas que o Padre Antônio Tomás de Aquino da Silva Goulão, dono da fazenda do Rio Morto, conhecida como a fazenda do Padre Corrêa, recebeu os mais ilustres viajantes do século , ficando famoso pela arte de bem receber. Com a capacidade de um bom administrador, Padre Corrêa transformou suas terras na mais próspera fazenda do Caminho Novo de Minas Gerais.O intenso comércio com a corte, no Rio de Janeiro, lhe assegurava a manutenção da fazenda.



Em 1822 o Príncipe Regente viajando em direção à Vila Rica nas Minas Gerais afim de buscar apoio político ao movimento que se iniciava, hospedou-se na fazenda do Padre Corrêa, 6 meses antes de proclamar a Independência. Gostou tanto da região que, depois de proclamado Imperador, durante 8 anos subiu a serra com a família para gozar dos bons ares e da beleza do local, seguindo conselho dos médicos da corte, que receitavam o clima serrano como remédio para a sua filha, a Princesinha Paula, portadora de um mal desconhecido.



Querendo comprar a propriedade da irmã e herdeira do Padre Corrêa, o Imperador ouviu a sua recusa em vendê-la, mas recebeu a indicação da fazenda vizinha, a fazenda do Córrego Seco, atual região de Petrópolis, adquirida por ele em 1830.



Com a compra da fazenda vizinha e, consequente paralisação do uso da sede da propriedade como hospedagem, a região deixou de se desenvolver.



Essas fotos foram tiradas do lado de fora da fazenda do Padre Corrêa, hoje Colégio Padre Corrêa, localizado na Rua Alvares de Azevedo, em Corrêas.

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Pedra do Tigre e Bar do Tchê é lá em Pinheiral, tchê!

cpextuvi















Esta é a "Pedra do Tigre"; fica localizada na Rua Agostinho Goulão, em Pinheiral, Corrêas e foi pintada por um carinha chamado Álvaro, que na época, pelos anos de 1985, trabalhava na CERJ: todo domingo ele chegava com sua escada para fazer o seu trabalho . O melhor acesso para chegar até ela é pelo bar do Tchê, um caminho menos escorregadio . No verão,por causa das chuvas, essas pedras ficam tomadas pela água que desce rio abaixo, numa queda lindíssima.

Aproveitei o passeio para bater um papo com o Tchê, famoso na região por ter, em 1989, rececpcionado a Xuxa e sua produção num dos especiais de fim de ano. É um cara simples, amistoso e costuma deixar o pessoal bem a vontade.Para quem for à Pinheiral passar o dia, pode aproveitar e fazer um churrasquinho, pois ele tem um kit churrasco que vende em seu barzinho. Ah!Gostou da paz, quer ficar por lá? Ele também aluga uns quartos por R$25,00 e promove, aos fins de semana, seresta ou pagode, dependendo da vontade da rapaziada. Qualquer dúvida é só ligar para ele no tel. (24) 2236.2525.


Como sempre, encontrei por aqui algumas histórias muito curiosas para contar: uma delas é desta planta, chamada pela população local de "trombeta", encontrada nas margens do rio. Dizem que o chá dessa flor deixa a pessoa muito doidona, a ponto de ver até assombração. Tem gente por lá que jura ter levitado, pode?


terça-feira, 28 de agosto de 2007

Aranda Orquídeas,Com.Ltda
















Anda que anda atrás de histórias para contar, que acabei chegando em Teresópolis, num orquidário chamado "Aranda" na Estrada João Daudt de Oliveira,s/nº, Quebra-Frascos. Lá se realiza, há 20 anos, pesquisa e desenvolvimento de novas espécies e preservação das que estão ameaçadas de extinção.O local é belíssimo, as espécies hum...nem se fala, só se admira, em silêncio. Vou dividir com você algumas fotos que tirei e deixá-lo com água na boca. Show de bola!



Quer mais informações, vai lá no site:




Quer comprar orquídeas? Fale com o Toninho.











Estudando um pouco sobre as orquídeas, planta que tenho enorme admiração, conheci o Sr.Antonio Carlos Strzallkowsky - tá difícil? Toninho, está bem assim? - do Orquidário Binot, localizado num bairro chamado Retiro, em Petrópolis. Fundado em 1870, este orquidário é administrado pelos descendentes de Jean Baptiste Binot, idealizador dos jardins do Palácio Imperial, funcionando hoje como um centro de exposições e vendas de orquídeas e bromélias (cada uma mais linda que a outra), onde Toninho é funcionário há 23 anos. Se você é um apaixonado pelas orquídeas e bromélias como eu sou, não saia de Petrópolis sem antes fazer uma visita a este local e sentir o perfume dessas flores.Toninho terá o maior prazer em recepcioná-lo e tirar quaisquer dúvidas existentes sobre o assunto.