segunda-feira, 29 de novembro de 2010

SENTENÇA DE 1487 - TRANCOSO, PORTUGAL.

Sentença de 1487 - Trancoso, Portugal
Arquivo Nacional da Torre do Tombo

SENTENÇA PROFERIDA EM 1487 NO PROCESSO CONTRA O PRIOR DE TRANCOSO

(Autos arquivados na Torre do Tombo, armário 5, maço 7)

"Padre Francisco da Costa, prior de Trancoso, de idade de sessenta e dois anos, será degredado de suas ordens e arrastado pelas ruas públicas nos rabos dos cavalos, esquartejado o seu corpo e postos os quartos, cabeça e mãos em diferentes distritos, pelo crime que foi arguido e que ele mesmo não contrariou, sendo acusado de ter dormido com vinte e nove afilhadas e tendo delas noventa e sete filhas e trinta e sete filhos; de cinco irmãs teve dezoito filhas; de nove comadres trinta e oito filhos e dezoito filhas; de sete amas teve vinte e nove filhos e cinco filhas; de duas escravas teve vinte e um filhos e sete filhas; dormiu com uma tia, chamada Ana da Cunha, de quem teve três filhas, da própria mãe teve dois filhos. Total: duzentos e noventa e nove, sendo duzentos e catorze do sexo feminino e oitenta e cinco do sexo masculino, tendo concebido em cinquenta e três mulheres".
El-Rei D. João II lhe perdoou a morte e o mandou pôr em liberdade aos dezessete dias do mês de Março de 1487, com o fundamento de ajudar a povoar aquela região da Beira Alta, tão despovoada ao tempo e guardar no Real Arquivo esta sentença, devassa e mais papéis que formaram o processo".
   
 A Torre do Tombo situa-se em Lisboa.
 
Fonte: II Encontro de Genealogia do Rio de Janeiro - CBG - Colégio Brasileiro de Genealogia - 27/11/2010.

domingo, 28 de novembro de 2010

A LENDA DA ERVA-MATE.

Uma tribo de índios Guarany derrubava um pedaço de mata, plantava a mandioca e o milho, mas depois de quatro ou cinco anos, a terra não produzia, e por força das circustâncias,  a tribo acabava tendo que  emigrar para outro lugar.
Cansado de tais andanças, um velho índio, já muito velho,  recusou seguir adiante e preferiu aquetar-se na tapera.
A mais jovem de suas filhas, a bela Jary ficou entre dois corações: seguir adiante, com os moços de sua tribo, ou ficar na solidão, prestando arrimo ao ancião até que a morte o levasse para a paz do Yvi-Marai.
Apesar dos rogos dos moços, Jary terminou permanecendo junto ao pai.
Essa atitude de amor mereceu uma recompensa.
Um dia chegou por aquelas paragens, um pajé desconhecido e perguntou à Jary o que  ela queria para  sentir-se feliz. A moça nada mencionou, mas o velho pai pediu: quis  ter suas  forças renovadas para poder seguir adiante e levar Jary ao encontro da tribo que tinha partido.
Entregou-lhe o pajé uma planta muito verde, perfumada de bondade, e ensinou que ele plantasse, colhesse as folhas, secasse ao fogo, triturasse, botasse os pedacinhos num porongo, acrescenta-se água quente ou fria e sorvesse essa infusão. E disse:
- Terás nessa nova bebida uma nova companhia saudável mesmo nas horas tristonhas da mais cruel solidão.
 Dada a receita partiu.
Foi assim que nasceu e cresceu a caá-mini. Dela resultou a bebida caá-y que os brancos mais tarde adotaram o nome de erva-mate, muito utilizada pelos gaúchos  no chimarrão.
Sorvendo a verde seiva o ancião retemperou-se, ganhou força e pode empreender a longa viajada até o reencontro com seus.

E a tribo toda adotou o costume de beber da verde erva, amarguentinha e gostosa que dava força e coragem e confortava amizade mesmo nas horas tristonhas da mais total solidão.

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O VERDADEIRO MATE GAÚCHO


Antes de tudo, limpe a cuia e a bomba com água fervente. Deixe secar.
Encha a cuia com cerca de 2/3 da erva-mate. Utilize a própria bomba de chimarrão para ajeitar a erva para um lado, inclinando a cuia. 
Faça uma proteção com uma de suas mãos abertas para que a erva não caia  fora da cuia
Deixe acumular o maior volume de erva do lado desejado, de preferência à esquerda, deixando o espaço da direita vazio ( da borda ao fundo).
Continue protegendo o maior volume de erva com a mão, despeje (devagar) um pouco de água morna ou fria, no espaço entre a erva-mate e a lateral da cuia. 
Não use água muito quente para não queimar a erva e deixá-la amarga.
Depois de colocar a água, continue apoiando  bem a erva e incline a cuia na horizontal, até que a água chegue na borda do volume da erva. Com isso, a erva-mate grudará na parede da cuia. Deixe a cuia encostada por cerca de 2 minutos até que a erva inche.
Introduza a bomba ao fundo, tamapando o bico. Depois, absorva a água que restou e cuspa fora.
Com a cuia no suporte, despeje (devagar) a água quente e comece a beber.

sábado, 27 de novembro de 2010

O GRITADOR.

O Gritador também é conhecido como “Zé-Capiongo”. Vive gritando noite a dentro.
Contam que ele é a alma de um vaqueiro que, desrespeitando a sexta-feira da Paixão, saiu a campear e nunca mais voltou. 
Sumiu misteriosamente com o cavalo, o cachorro e a rês que campeava. Virou assombração. 
Hoje vive gritando no mato, aboiando uma boiada invisível, pois ele não se conforma em ter morrido antes da hora. Embora os seus gritos sejam mais ouvidos durante a noite, o Gritador não tem hora para gritar. 
Dizem que até ao meio-dia ele clama no meio do mato, assombrando os vivos, assustando os bichos. Nas noites de sexta-feira, além do seu grito triste, são ouvidos também,  o rumor dos cascos do seu cavalo e o ladrar do seu cachorro.

Tenebroso e assustador!

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

BAIANA - UM SÍMBOLO DA ANCESTRALIDADE E DA CULTURA

No dia 25 de novembro, o Pelourinho fica mais bonito, quando cerca de 400 baianas de acarajé, com seus trajes típicos, esbanjando simpatia e carisma, são as personagens principais das festividades em homenagem ao dia do símbolo tanto cantado por Caymmi e retratado por Jorge Amado e Caribé. A data é comemorada intensamente por estas mulheres que são o símbolo mais forte da cultura popular baiana, um verdadeiro “cartão-postal” da Bahia. 

O dia da baiana abre o calendário oficial de festas da cidade. A data, comemorada há 13 anos, movimenta o Centro Histórico com missa na Igreja de N. S. do Rosário dos Pretos, no Pelourinho, além de manifestações culturais no Memorial das Baianas. O ponto alto da festa é a missa realizada na Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos . 

Depois da missa, tradicionalmente as baianas  seguem em cortejo para o Memorial das Baianas, localizado no Belvedere da Praça da Sé e caem no samba de roda para comemorar com muita alegria a homenagem. Não é a toa que a baiana exerce tanto fascínio sobre os turistas e os baianos. O jeito meigo e a hospitalidade que lhes são peculiares cativam qualquer um, sem falar na sua indumentária, rica em detalhes e adereços, que foi imortalizada na figura da baiana estilizada com a internacional Carmem Miranda. Baiana de verdade tem quem ter torço, bata, pano de costa, saia rodada, anágua, sandália e os adereços que incluem as contas do orixá.

As africanas vendedoras de comida foram as primeiras baianas que Salvador conheceu ainda na época da colônia. Alforriadas ou escravas de ganho, elas vendiam de porta em porta, beijus, cuzcuz, bolinhos e outras iguarias da culinária afro-baiana. Saiam impecavelmente vestidas com batas, saias brancas, torso e pano da costa, enfeitadas de colares, brincos e pulseiras (os balandangãs) e colocavam os tabuleiros equilibrados na cabeça. Até a comida mais famosa de Salvador, o acarajé, era vendida de porta em porta. 
Na sua origem, o acarajé só podia ser vendido exclusivamente pelas filhas de santo de Iansã (Santa Bárbara no sincretismo entre o Catolicismo e o Candomblé), em cumprimento à obrigação do seu Orixá, que determinava inclusive o tempo em que essa obrigação deveria ser mantida. O preparo dos bolinhos – uma massa de feijão fradinho, cebola e sal frita no azeite de dendê - era feito dentro do próprio terreiro de Candomblé, de onde a baiana saía com todos os preceitos que a situação exigia, ostentando um colar de contas vermelhas para simbolizar que era filha de Iansã. 

Há mais ou menos 50 anos, vender acarajé tornou-se um meio de vida para a população afro-descendente de Salvador, ligada ou não ao Candomblé. 

(Fonte: Nações e Cultura da cor)

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

A FORMAÇÃO DE UM LEITOR.

Hoje eu trago para vocês um outro tipo de história - a minha história.
Espero que gostem.
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Lembro-me de minha avó materna, uma analfabeta que lavava roupas para sobreviver e criar doze filhos; que ao deitar, contava-me a história dos espíritos esquecidos presos numa velha sacola de couro planejando uma vingança mortal àquele que, por egoísmo, manteve-os presos por tanto tempo. Com medo dessa tal vingança, passei a vida repassando as histórias que ouvia: primeiro para meus colegas de classe; mais tarde para meus filhos e hoje continuo recontando para alunos, vizinhos, amigos da internet e quem de mim se aproximar. 
Tornei-me uma devoradora de livros, passaria o dia citando autores, livros e artigos de minha preferência, porque desde pequena fui enredada pelas tramas das histórias, cantigas de roda e cordéis, por esse mundo sem fronteiras onde eu também pudesse fazer uma blusa amarela com três metros de entardecer e, sobretudo,  com a possibilidade de um dia vir a resgatar uma parte desse material oral que ainda circula, principalmente lá pelo norte e nordeste, onde o mito sebástico que tanto me encanta foi muito presente por ocasião da colonização.
Até bem pouco tempo, numa crise existencial, não conseguia compreender a minha função aqui neste plano, até que num belo dia, sentada numa cadeira, um ‘Estalo de Vieira’ iluminou a minha mente e me apercebi contadora de histórias. Hoje, professora de Português e Literaturas, fico triste só de pensar que aquilo que foi um alimento para mim durante os anos em que crescia, não é praxe em muitos lares no mundo contemporâneo.
Toda essa modernidade trouxe lá seus benefícios,  mas deixou as pessoas muito embrutecidas e essa ausência de sensibilidade embota os sentidos. A  educação pela arte mexe com essa oportunidade de vir a exercer esse domínio máximo das faculdades intelectuais ao buscar esse olhar diferenciado para formalizar a palavra, o traço, a cor, o som.
Precisamos depurar os nossos sentidos – isso é urgente se queremos um mundo mais justo e com menos violência. E essa depuração vem através desse objeto lírico tão maravilhoso que é a história. Como professora e sonhadora sinto-me na contramão do mundo porque quero resgatar esse algo que existe dentro de nós, que é essa humanidade que ficou perdida em meio a essa aldeia global, essa sociedade insensível e fragmentada; essa mesma sociedade que nos tirou a possibilidade de criar, pois com toda facilidade, ficamos frente a tudo pronto, sem poder agir. Isso nos deixa um enorme vazio, não cria um significado entre nós e o objeto.
Acredito num mundo melhor através do exercício da leitura, da reflexão. Pois o maior bem que podemos deixar para os nossos filhos é o afeto e uma boa educação: com amor, toda criança será confiante e segura como um rei, não se violentará para agradar os outros e será afinada com o próprio eixo. E se transformará  num adulto bem resolvido, porque a lembrança da infância terá deixado nela a dimensão da importância que ela tem.Gostaria de terminar esta reflexão que trago para vocês no dia de hoje relembrando a nossa poetisa Cecília Meireles, literatura é nutrição, é algo muito mais profundo do que um simples entretenimento, pois o alimento faz parte da nossa história biológica e o alimento quando é de qualidade vai dando ao aluno uma visão de mundo diferenciada para toda vida, tornando um adulto mais equilibrado e mais preparado para se relacionar com o mundo.

Saudações Educacionais !

Silvana G.Nunes

( professora, pesquisadora, contadora de histórias e brincante).

sábado, 20 de novembro de 2010

ZUMBI - A CONSCIÊNCIA NEGRA DA RESISTÊNCIA E DA LIBERDADE.

Vinte de novembro é o Dia Nacional da Consciência Negra. A data - transformada em Dia Nacional da Consciência Negra pelo Movimento Negro Unificado em 1978 - não foi escolhida ao acaso, e sim como homenagem a Zumbi, líder máximo do Quilombo de Palmares e símbolo da resistência negra, assassinado em 20 de novembro de 1695.

O Quilombo dos Palmares foi fundado no ano de 1597, por cerca de 40 escravos foragidos de um engenho situado em terras pernambucanas. Em pouco tempo, a organização dos fundadores fez com que o quilombo se tornasse uma verdadeira cidade. Os negros que escapavam da lida e dos ferros não pensavam duas vezes: o destino era o tal quilombo cheio de palmeiras.

Com a chegada de mais e mais pessoas, inclusive índios e brancos foragidos, formaram-se os mocambos, que funcionavam como vilas. O mocambo do macaco, localizado na Serra da Barriga, era a sede administrativa do povo quilombola. Um negro chamado Ganga Zumba foi o primeiro rei do Quilombo dos Palmares.

Alguns anos após a sua fundação,o Quilombo dos Palmares foi invadido por uma expedição bandeirante. Muitos habitantes, inclusive crianças, foram degolados. Um recém-nascido foi levado pelos invasores e entregue como presente a Antônio Melo, um padre da vila de Recife.

O menino, batizado pelo padre com o nome de Francisco, foi criado e educado pelo religioso, que lhe ensinou a ler e escrever, além de lhe dar noções de latim, e o iniciar no estudo da Bíblia. Aos 12 anos o menino era coroinha. Entretanto, a população local não aprovava a atitude do pároco, que criava o negrinho como filho, e não como servo.

Apesar do carinho que sentia pelo seu pai adotivo, Francisco não se conformava em ser tratado de forma diferente por causa de sua cor. E sofria muito vendo seus irmãos de raça sendo humilhados e mortos nos engenhos e praças públicas. Por isso, quando completou 15 anos, o franzino Francisco fugiu e foi em busca do seu lugar de origem, o Quilombo dos Palmares.

 Após caminhar cerca de 132 quilômetros, o garoto chegou à Serra da Barriga. Como era de costume nos quilombos, recebeu uma família e um novo nome. Agora, Francisco era Zumbi. Com os conhecimentos repassados pelo padre, Zumbi logo superou seus irmãos em inteligência e coragem. Aos 17 anos tornou-se general de armas do quilombo, uma espécie de ministro de guerra nos dias de hoje.

Com a queda do rei Ganga Zumba, morto após acreditar num pacto de paz com os senhores de engenho, Zumbi assumiu o posto de rei e levou a luta pela liberdade até o final de seus dias. Com o extermínio do Quilombo dos Palmares pela expedição comandada pelo bandeirante Domingos Jorge Velho, em 1694, Zumbi fugiu junto a outros sobreviventes do massacre para a Serra de Dois Irmãos, então terra de Pernambuco.

Contudo, em 20 de novembro de 1695 Zumbi foi traído por um de seus principais comandantes, Antônio Soares, que trocou sua liberdade pela revelação do esconderijo. Zumbi foi então torturado e capturado. Jorge Velho matou o rei Zumbi e o decapitou, levando sua cabeça até a praça do Carmo, na cidade de Recife, onde ficou exposta por anos seguidos até sua completa decomposição.

“Deus da Guerra”, “Fantasma Imortal” ou “Morto Vivo”. Seja qual for a tradução correta do nome Zumbi, o seu significado para a história do Brasil e para o movimento negro é praticamente unânime: Zumbi dos Palmares é o maior ícone da resistência negra ao escravismo e de sua luta por liberdade. Os anos foram passando, mas o sonho de Zumbi permanece e sua história é contada com orgulho pelos habitantes da região onde o negro-rei pregou a liberdade.


(Fonte: Nações e Cultura da Cor)

OGUM.

Ogum governa o ferro, a metalurgia, a guerra. É o dono dos caminhos, da tecnologia e das oportunidades de realização pessoal. 
Foi, num tempo arcaico, o orixá da agricultura, da caça e da pesca, atividades essenciais à vida dos antigos.

Para efeito de analogia, São Jorge.
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Na Terra criada por Oxalá, em Ifé,  os orixás e os seres humanos trabalhavam e viviam em igualdade. Todos caçavam e plantavam usando frágeis instrumentos feitos de madeira, pedra ou metal mole. Por isso o trabalho exigia grande esforço.
Com o aumento da população de Ifé,  a comida andava escassa. Era necessário plantar uma área maior Os orixás então se reuniram para decidir como fariam para remover as árvores do terreno e aumentar a área da lavoura. Ossaim, o orixá da medicina, dispôs-se a ir primeiro e limpar o terreno. Mas seu facão era de metal mole e ele não foi bem sucedido.
Do mesmo modo que Ossaim, todos os outros orixás tentaram, um por um,  e fracassaram na tarefa de limpar o terreno para o plantio.
Ogum, que conhecia o segredo do ferro, não tinha dito nada até então. Quando todos os orixás tinham fracassado, Ogum pegou o seu facão, de ferro, foi até a mata e limpou o terreno. Os orixás, admirados,  perguntaram a Ogum de que material era feito tão resistente facão. Ogum respondeu que era de ferro, um segredo recebido de Orunmilá.
Os orixás invejavam Ogum pelos benefícios que o ferro trazia, não só à agricultura, como à caça e até mesmo á guerra. Por muito tempo os orixás importunaram Ogum para saber o segredo do ferro, mas ele mantinha o segredo só para si. Os orixás decidiram então oferecer-lhe o reinado em troca de que lhes ensinasse tudo sobre aquele metal tão resistente. Ogum aceitou a proposta.
Os humanos também vieram a Ogum pedir-lhe o conhecimento do ferro. Mas, apesar de Ogum ter aceitado o comando dos orixás, antes de mais nada ele era um caçador.
Certa ocasião, saiu para caçar e passou muitos dias fora numa difícil, temporada. Quando voltou da mata, estava sujo e maltrapilho. Os orixás não gostavam de ver seu líder naquele estado. Eles o desprezaram e decidiram destituí-lo do reinado. Ogum se decepcionou com os orixás, pois quando precisaram dele para o segredo da forja, eles o fizeram rei e agora diziam que não era digno de governá-los.
Então Ogum banhou-se, vestiu-se com folhas de palmeira desfiadas, pegou suas armas e partiu. Num lugar distante chamado Irê, construiu uma casa embaixo da árvore de acocô e lá permaneceu.
Os humanos que receberam de Ogum o segredo do ferro não o esqueceram.
Todo mês de dezembro, celebram a festa de Iudê-Ogum.
Caçadores, guerreiros, ferreiros e muitos outros fazem sacrifícios em memória de Ogum.
Ogum é o senhor do ferro para sempre.

(Fonte: Prandi, Reginaldo in Mitologia dos Orixás)

Desconheço a autoria da imagem publicada acima.
OGUM IEÉ, meu pai !

terça-feira, 16 de novembro de 2010

O BEM SÓ SE PAGA COM O BEM. Será ?

A onça caiu numa armadilha preparada pelos caçadores e, por mais que tentasse escapar, ficou prisioneira. Resignara-se a morer, quando viu passar um homem. Chamou-o e  pediu que a libertasse.
- Deus que me livre! - disse o transeunte. -  Se você ficar solta, vai me devorar.
A onça jurou que seria eternamente agradecida, então o pobre desatou as cordas que seguravam a tampa do alçapão e ajudou a bicha a sair da cova.
Logo que a onça se viu livre, agarrou o seu salvador por um braço, dizendo:
- Hoje você será o meu jantar !
O homem, coitado, pediu, rogou, implorou... e a onça finalmente decidiu:
- Vamos combinar uma coisa. Ouvirei a sentença de três animais. Se a maioria for favorável ao meu desejo, você não me escapa.
O pobre do sujeito não teve outro alternativa senão aceitar o desafio, e saíram juntos pela floresta adentro.
Logo encontraram um cavalo, velho, doente, abandonado.  A onça narrou o ocorrido.  O cavalo disse:

- Quando eu era moço e forte trabalhei e ajudei o homem a enriquecer e sabe qual foi a minha paga ? Largaram-me aqui para morrer, sem qualquer auxílio. É camarada onça, o Bem só se paga com o Mal.
Mais adiante depararam com o  Boi. Consultado, opinou pela razão da onça. Contou sua vida de serviços ao homem e, quando julgaba ser recompensado, soube que fora vendido para ser morto e retalhado pelo açougueiro. O Bem só se paga com o Mal.
O coitado triste, certo que viraria jantar, acompanhava a onça - que já lambia o beiço - floresta adentro. Caminharam, caminharam... e lá pelas tantas, exaustos de tanto andar, avistaram um macaco. Chamaram o tal e pediram o seu parecer. O macaco someçou a rir. E saltava, fazendo caretas e rindo.A onça ia-se zangando:
- Por que tanta risada, camarada macaco?
- Não é fazendo pouco - explicou o macaco -, é que eu não acredito que o homem caísse na armadilha que ele mesmo preparou.
- Ele não caiu. Quem caiu fui eu - esbravejava a onça.
- Ah, foi você ? Então como é que esse homem tão fraquinho pode libertar um bicho tão grande e forte como a camarada onça ?
A onça, despeitada pelo macaco julgá-la mentirosa, foi até o alçapão e saltou para o fundo do foço, gritando lá debaixo:
- Está vendo, foi assim!
Mais que depressa o macaco empurrou o engradado de varas pesadas que fazia de tampa e a onça tornou a ficar prisioneira.
- Camarada onça - sentenciou o macaco - o Bem só se paga com o Bem. Você fez o Mal, então receba o Mal.
E se foi embora com o homem, deixando a onça para morrer de fome na armadilha.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

O DIA DE TODOS OS MORTOS.

O dia de Finados é o dia da celebração da vida eterna das pessoas queridas que já faleceram. É um dos cultos mais antigos, presentes  em quase todas as religiões.
A princípio era ligado aos cultos agrários e de fertilidade: para os mais antigos, os mortos eram como sementes, e por isso eram enterrados com vistas à ressurreição.
O dia dos Mortos, na prática da Igreja católica,surgiu como uma ligação  suplementar entre mortos e vivos e o mundo acabou aderindo tal prática.
Desde o século 1º os cristãos rezam pelos falecidos, a princípio os mártires. No século IV  já encontramos a Memória dos Mortos na celebração da missa. Mais foi  a partir do século XIII que o dia anual dos mortos é comemorado no dia 02 de novembro, porque no dia 1º é a "Festa de Todos os Santos".

31/10- Véspera do dia de Todas as Almas: em inglês "All Hallow's Eve"  (reduziu-se para "Halloween") - celebra  todos os que morreram  e foram condenados ao inferno ( esse dia não é reconhecido no calendário cristão ou católico)
01/11 - Dia de Todas as Almas ou Todos os Santos : celebra todos os que morreram  em estado de graça e não foram canonizados.
02/11 - Dia de Todos os Mortos ou Finados : celebra todos os que morreram.

No Rio de Janeiro, e em muitas cidades do Brasil,o dia dos mortos é objeto de uma cerimônia verdadeiramente imponente, durante a qual é impossível não se  experimentar alguma comoção. A igreja de São Francisco de Paula, também chamada de Cáritas a mais procurada entre os fiéis, pois é célebre pelos milagres atribuídos  à imagem do seu patrono, que se supõe restituir a vida aos moribundos e, também, pela espécie de proteção  que São Francisco concede aos ossos que não pode salvar. Ao entrar pela capela, passará por uma longa galeria, cujas paredes estão cobertas  de votivas e de quadros representando pessoas enfermas em seus leitos, ou indivíduos sofrendo diversos acidentes. A todos São Francisco aparece descendo do céu sobre uma nuvem. Acredita-se que se livra sempre do perigo  aqueles quem desta maneira se mostra. Nada é mais variado que estes ex-votos: pernas, braços, cabeças, seios e outras partes do corpo humano, executados em cera com espantosa veracidade.


A morte é o inevitável fim, o ponto final, a passagem desta para a outra, que não sabemos se  melhor ou  pior. É ainda o maior mistério da vida.
Muitos contos de fadas terminam como "viveram felizes para sempre". Na vida real em que para sempre não existe, o máximo que se pode almejar é ser feliz até morrer.
A morte faz parte da vida e está dentro da categoria das pouquíssimas certezas  que podemos ter. Um dia ela chega, e isso serve para todos. O que nos diferencia uns dos outros é a forma de encará-la.
Nas culturas ocidentais, a partir do século XIX há uma mudança de mentalidade influenciada pelo iluminismo. Com o avanço do individualismo, diminui-se a imposição do enterro dentro dos templos. Nascem aí os cemitérios. Mas a morte como tema literário é uma marca do período romântico.
Ao longo da civilização ocidental, a morte ainda é um dos principais tabus, é tudo pelo qual se evita falar por pudor, crença ou superstição: uma interdição de ordem cultural e social.
Por causa disso foram criadas diversas  supertições em torno da morte:

• Quando morre uma pessoa, deve-se abrir todas as portas para a alma sair. Fecham-se porém os fundos da casa. A alma deve sair pela frente. A casa não deve ser fechada antes de sete dias pois o fel (as vísceras) do defunto só se arrebentará nesse prazo. Então a alma vai para o seu lugar. A novena de defunto é para a alma ir para onde foi destinada.

• Não se deve chorar a morte de um anjinho, pois as lágrimas molharão as suas asas e ele não alcançará o céu.

• Quando numa procissão, o féretro pára defronte de alguma porta de uma casa, é isso presságio de morte de alguma pessoa dessa casa.


• Homem velho que muda de casa, morre logo.

• Acender os cigarros de três pessoas com um fósforo só, provoca a morte da terceira pessoa. Outra versão: morrerá a mais moça dos três fumantes.

• Derrubar tinta é prenúncio de morte.

• Quando várias pessoas estão conversando e param repentinamente, é que algum padre morreu.

• Perder pedra de anel é prenúncio de morte de pessoa da família.

• Quando uma pessoa vai para a mesa de operação, não deve levar nenhum objeto de ouro, pois se tal acontecer, morre na certa.


• Doente que troca de cama, morrerá na certa

• Se acontece de se ouvir o som de uma coruja, é sinal de má notícia.

• Defunto que fica com o lóbulo da orelha mole, é indício de que um seu parente o segue na morte.

• Quando o defunto fica com os olhos abertos é porque logo outro da família o seguirá.

• Não se deve trazer terra do cemitério quando se volta de um enterro, pois ela traz a morte para a casa.

E vai por aí vai ...

Ao contrário de nós e não muito longe daqui, todos os anos durante a noite do dia 1º de novembro, os nossos irmãos mexicanos têm um encontro muito importante com a morte. 
Povoados inteiros vão aos cemitérios para honrar os restos de seus finados.Levam flores, comida, doces, velas e tequila. As tumbas se vestem de festa porque nesta noite, os defuntos vêm de visita.
Os mortos revivem nas lembranças dos vivos, que evocam suas maneiras de ser, seus gostos, suas virtudes e defeitos. 
Entre as almas esperadas e os vivos, se estabelece um diálogo intenso. Mas, a celebração também é feita em muitos lares mexicanos, com o tradicional Altar dos Mortos, que é uma oferenda feita para honrar aos familiares falecidos, já que segundo a crença popular, eles visitam seus lares e suas famílias neste dia.


É uma celebração feita de forma festiva, pois leva a idéia de renovação da fertilidade. O culto aos mortos no México é uma maneira de dizer que a memória de seus seres queridos ocupa o lugar sagrado que corresponde a um altar, onde são levadas flores, adornos, doces e alimentos, cada um dos quais tem um significado especial. 
Postas junto ao altar tradicional dos santos ou na mesa principal da casa, a oferenda mostra variações regionais, ao mesmo tempo que compartilha certos elementos formais. Uma mesa ou prateleira coberta com uma toalha, preferencialmente branca com bordados que na atualidade, em algumas ocasiões foi substituído por uma toalha de plástico estampado, são a base para qualquer altar na República Mexicana. Na frente ou atrás da mesa, em algumas ocasiões se pendura flores de papel, papéis recortados, que acompanham as fotografias dos parentes que se foram, geralmente colocadas entre vários vasos de flores, especialmente as "cempoatxóchitl", conhecidas no Brasil como cravos de defunto. Na frente da mesa, sobre uma esteira nova, pode-se colocar um ou mais incensários.


Também pode integrar a oferenda alguma vestimenta ou objeto emblemático do defunto. São colocadas imagens de santos e velas para iluminar as oferendas, a comida favorita do morto é preparada e colocada no altar, geralmente em vasilhas de barro, junto com sua bebida preferida.
Caveiras de açúcar, pães especiais (pan de muerto, que tem formato de gente e é decorado com tirinhas brancas que representam ossos), frutas e doces são colocados no altar. 
Os quatro elementos, água, terra, fogo e ar, também  são representados no altar. A água vem numa pequena vasilha, presença física, para que o morto possa lavar-se após chegar do longo caminho poeirento que separa o reino dos vivos do reino dos mortos. O fogo aparece na chama das velas e a terra vem representada por seus frutos. O ar é representado pelo papel de seda (papel picado), devido a sua leveza.

A festa de mortos é uma das tradições mais enigmáticas da cultura mexicana. Mistura de antigas crenças indígenas e elementos da religiosidade católica, é, por definição, uma mostra do sincretismo que caracteriza a cultura do México.
Assim, enquanto para os europeus, a simples menção da morte é um tabu, como a recusa do pensamento pudesse evitar o acontecimento, o mexicano se familiariza com a idéia desde a mais tenra idade.


A visita anual dos mortos não é uma ocasião de luto, mas sim motivo para celebrar uma grande festa, na qual as famílias contam piadas e também choram. Nesta noite, a vida e a morte são uma só coisa. Os defuntos apenas se adiantaram no caminho que todos empreenderemos.
Assim como os astecas deviam agradar aos seus deuses do passado, os mexicanos têm de agradar seus antepassados, que esperam as oferendas, e as lembranças... 


( Fonte: Consulado Geral do México )

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Bem, seja lá como for, enquanto  a morte não vem a gente se inspira e cria. 
Assim, quando ela chegar - a indesejável das gentes - é certo de que estaremos plenos  de literatura e de poesia.

Que a PAZ e o BEM estejam sempre conosco .

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

A MISSA DOS MORTOS.

A Missa dos Mortos é uma das lendas mais tradicionais do Brasil.

Existe um registro muito popular de fatos dessa natureza que aconteceu na Cidade de Ouro Preto, em Minas Gerais, no começo do século XX, por volta de 1900, numa pequena Igreja que ficava ao lado de um cemitério, a Igreja de Nossa Senhora das Mercês, de Cima.
Quem presenciou uma dessas missas, foi o zelador e sacristão da Igreja. Ele chamava-se João Leite e era muito popular e querido em toda aquela região.
Conta-se que numa noite, já deitado, ele viu luzes na Igreja e pensando que fossem ladrões foi investigar. Para sua surpresa, viu que o templo estava cheio de fiéis, lustres acesos e o padre se preparando para celebrar uma missa.
Estranhou todo aquele movimento, os fiéis de roupas escuras e cabeça baixa. Ainda mais uma missa aquela hora sem que nada soubesse.
Quando o padre se voltou para dizer o "Dominus Vobiscum", ele viu que seu rosto era uma caveira. Viu que também os coroinhas eram esqueletos vestidos. Saiu apressado dali e viu a porta que dava para o cemitério escancarada. Do seu quarto, ficou ouvindo aquela missa do outro mundo até o fim.
Nomes comuns: Missa das Almas, Missa das Almas Penadas

Origem Provável: É sem dúvida originária da Europa. Em Portugal e Espanha, por volta da idade média, já se conheciam lendas com estas características. Os romanos antigos acreditavam que os fantasmas dos parentes mortos se reuniam de tempos em tempos.
Assim, eles, como também os Mouros espanhóis, celebravam a Festa dos Mortos. O objetivo era espantar os fantasmas errantes dos mortos.

Em Portugal é conhecida como "A Missa das Almas", e na Espanha como "La Misa de las Animas".

No caso brasileiro, é uma lenda muito comum em todo interior do país, embora seja citada como, primeiramente relatada em Ouro Preto, Minas Gerais, na Igreja de Nossa Senhora das Mercês de Cima.

Também em Minas Gerais, na cidade de São João Del Rei, na Matriz de N. S. do Pilar existe um relato. Nesse caso, aconteceu com uma viúva moradora do lugar. Ela teria assistido a uma dessas missas e perdeu a noção do tempo. Assim, quando o sino bateu doze vezes a meia-noite tudo desapareceu, ficando ela sozinha completamente desorientada.

De acordo com a crença de alguns, a pessoa que presencia uma dessas missas, está perto de morrer ou seria um aviso de que vai morrer alguém conhecido dela.
Outros afirmam que é um sinal de longevidade.

domingo, 31 de outubro de 2010

DOCE OU TRAVESSURA ?

 As comemorações do "Halloween" são mais comuns nos países anglo-saxônicos, em especial nos Estados Unidos. No Brasil, a confraternização do “Dia das Bruxas” vem se tornando cada vez mais conhecida e praticada pela sociedade.
 Entretanto, observamos que algumas pessoas torcem o nariz para tal  evento, por entender como uma manifestação distante da nossa cultura. No fim das contas, muito se diz a respeito, mas poucos são aqueles que examinam minuciosamente os significados e origens de tal festividade. 
O halloween no Brasil é chamado de "Dia das Bruxas". Sua celebração também acontece  no dia 31 de outubro, dia que antecede o dia dos finados. Acredita-se que  na passagem dessa noite, as almas saem de seus túmulos, e partem pelas ruas amedrontando todos aqueles que estão por perto.
O "halloween" infiltrou-se em nossa sociedade importada da globalização. Apesar de sua pequena influência, a festividade pode ser vista em escolas, cursos de inglês, clubes, casas noturnas e shoppings centers de várias cidades, mas não adquire força, embora todo esforço do comércio para que isso aconteça.
Muitos nacionalistas dão créditos a influência do imperialismo cultural americano, porém alguns brasileiros localizados em São Luiz do Paraitinga (cidade paulista), decretaram o dia 31 de outubro como o "dia oficial do Saci Pererê", em protesto a inclusão do "halloween". A maioria das manifestações critica a posição dos brasileiros em importar a cultura americana, já que o país tem grande diversidade cultural que não é aproveitada e comemorada. Apesar de todo o esforço da imprensa em destacar essa festividade norte-americana, a festa é, em sua grande maioria, comemorada pela elite e por pessoas que vivem apenas do que é estrangeiro. No Rio de Janeiro as manifestações são caracterizadas por placas espalhadas pela cidade opondo tal prática, e ainda em pedido ao retorno das considerações brasileiras, o de dar valor e importância as crenças nascidas no país.
Desde a Antiguidade, observamos que várias festividades populares eram cercadas pela valorização dos opostos. Um dos mais claros exemplos disso ocorre com o carnaval, festa popular que antecede toda a resignação da Quaresma. No caso do "halloween", desde muito tempo  a festividade acontece um dia antes da “festa de Todos os Santos” e, por isso, tem seu nome inspirado na expressão "All hallow's eve", que significa a “véspera de "Todos os Santos”.
Pelo fato do 1° de novembro estar cercado de um valor sagrado e extremamente positivo, os celtas -  antigo povo que habitava as Ilhas Britânicas -, acreditavam que o mundo seria ameaçado na véspera do evento pela ação de terríveis demônios e fantasmas. Dessa forma, o “halloween” nasce como uma preocupação simbólica, onde a festa cercada por figuras estranhas e bizarras, teria como  objetivo o de afastar as influências dos maus espíritos que ameaçariam suas colheitas. 
No processo de ocupação das terras européias, os povos pagãos trouxeram esta influência cultural em pleno processo de disseminação do cristianismo. Inicialmente, os cristãos celebravam  "Todos os Santos" no mês de maio. Contudo, por volta do século IX, a Igreja promoveu uma adaptação, e a festa sagrada  foi deslocada para o 1° de novembro. Por ter essa relação intrínseca ao mundo dos espíritos, o "halloween" foi logo associado a figura de bruxas e feiticeiras.
Na Idade Média, elas se tornaram ainda mais recorrentes, na medida em que a Inquisição perseguiu e matou várias pessoas com a desculpa de exercerem a bruxaria. Da mesma forma, os mortos também se tornaram comuns nesta celebração, por não mais pertencerem a essa mesma realidade etérea: acreditava-se que os espíritos das pessoas perseguidas e mortas pela Inquisição, um dia voltariam para se vingar.
Entre todos os desalmados, destaca-se a antiga "lenda de Stingy Jack". Segundo o mito irlandês, Jack teria convidado o diabo para beber com ele no dia do halloween. Após se fartarem em bebidas, o astuto Jack convenceu o capeta a se transformar em uma moeda para que a conta do bar fosse paga. Contudo, ao invés de saldar a dívida, Jack pregou a moeda em um crucifixo. Para se livrar da prisão, o diabo aceitou um acordo em que prometia nunca importunar Jack. Dessa forma, ele foi libertado, e como combinado, nunca mais importunou o homem. Entretanto, Jack quando morreu não foi aceito nas portas do céu por ter realizado um trato com o demônio. Ao descer para o inferno, também foi rejeitado pelo diabo por ter sido passado para trás. Vendo que Jack estava solitário e perdido, o demônio lhe entregou um nabo com carvão, que lhe serviu de lanterna.
Ao chegarem à América do Norte, os irlandeses trouxeram a festa do halloween para as Américas, e transformaram a lanterna de Jack em uma abóbora iluminada com feições humanas. Os disfarces e máscaras, seriam usados como uma forma de evitar que fossem reconhecidos pelos espíritos que vagam neste dia. 
Atualmente, nos Estados Unidos, as fantasias são utilizadas por crianças, que batem as portas exigindo guloseimas no lugar de alguma travessura contra o proprietário da casa. Já no Brasil, devido a incorporação de nossos costumes,  a festa assume outra roupagem.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

HISTÓRIAS DE FAMÍLIA COLOREM A VIDA DOS MORADORES DE RIO DAS CONTAS / BAHIA.

 Agora você vai embarcar para a pequena localidade de Rio de Contas, a cidade mais antiga na Chapada da Diamantina, na Bahia.Com o clima frio, as pessoas gostam de uma cachacinha local para se aquecer.
São as histórias de família que vêm lá de longe, que colorem as vidas dos moradores.
Foi aqui que bandeirantes encontraram ouro na segunda metade do século XVII, fizeram pouso, construíram as primeiras moradas, ergueram a primeira igreja da Chapada Diamantina em 1718, e batizaram o lugar de Santo Antônio do Mato Grosso, em homenagem ao santo padroeiro. Aqui também instalou-se a primeira freguesia do alto sertão da Bahia, e é hoje um lugar de gente hospitaleira e tranquila.
No meio da rua, puxo uma prosa com seu Zé, morador antigo, que um dia arriscou deixar a vila, mas o coração o trouxe de volta ao lugar onde nasceu.
Dona Terezinha ( quilombola), carrega a puresa e a simplicidade da gente daqui. Apesar de nunca ter saído do povoado, tem o coração aberto para as mudanças. Ela mostra com orgulho o lugar onde nasceu, conta que a infância foi alegre no arraial, e lembra a festanças na época da mocidade:

- Não tinha luz, nós fazia fogueira e tinha muito namoro.

A cantiga de roda é ensinada as crianças como parte da batalha para preservação da cultura:

- É a cultura dos nossos pais, avós, bisavós... É o canto do nosso povo.

Ponto a ponto, o bordado conhecido como "crivo rústico", é feito em sacos de açúçar. Acredita-se  que chegou  com as mulheres dos colonos no século XVIII, e foi ensinado as escravas mais próximas das senhoras. As negras do quilombo aprenderam com capricho o bordado, que até hoje é fonte de renda das mulheres do povoado.
O artesanato em madeira ajudou a sustentar famílias inteiras, e fez nascer um novo ofício. Leônidas é um guardião da arte de transformar madeiras em peças de uso domésticos, aprendeu o ofício aos 11 anos.
Sem ouro e sem diamantes, a agricultura é hoje o forte na região. Em uma fazenda, a lida com a cana dura o ano inteiro. Há 10 anos, Aparecido usa a foice com habilidade durante a colheita, e pode assim acreditar numa vida melhor.
Ao pé da serra é fabricada a primeira cachaça orgânica do Brasil. Cada passo é produzido artesanalmente. A colheita é feita sem queimada, permitindo que a cana brote de novo, preservando o solo. Uma cana especial, que rende mais caldo, e não recebe agrotóxico na plantação.
Parte do bagaço é usada na caldeira para o aquecimento do alambique, a outra parte segue para adubação. Os resíduos retornam ao solo, contribuindo para a produção orgânica da fazenda. Após a fermentação, a cachaça vai para o alambique. 
Depois de pronta, essa cachaça artesanal chega hoje para cinco países, levando um pouco do sabor e do velho costume de negros e garimpeiros da Chapada.

( Fonte: Via Brasil)

terça-feira, 12 de outubro de 2010

A LENDA DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO APARECIDA / A ORIGEM DO DIA DAS CRIANÇAS.

Tudo começou no ano de 1717, onde três pescadores - Domingos Garcia, João Alves e Felipe Pedroso - , moradores nas margens do rio Paraíba, no Município de Guaratinguetá/São Paulo, cansados e desanimados por não terem apanhado peixe algum, depois de várias horas de trabalho, rumavam de volta  quando, lançando mais uma vez a rede, retiraram das águas o corpo de uma imagem sem cabeça. Em um segundo arremesso, encontraram também a cabeça da imagem de terra cozida. Impressionados, experimentaram mais um lance da rede. Naquele momento, foi tão abundante a pescaria que encheram as canoas.
A pesca, quase milagrosa, despertou neles grande curiosidade em relação à imagem, que limparam com muito cuidado.
  Verificaram que se tratava de uma imagem de Nossa Senhora da Conceição, de cor escura. Com cuidado, colocaram a imagem no oratório de sua pobre morada, e diante dela, começaram a fazer suas orações diárias.
A lenda conta que os pescadores, após terem trazido à terra firme o corpo e, em seguida, a cabeça,a silhueta frágil da Virgem tornou-se extremamente pesada.
Não tardou para a Virgem Santíssima a mostrar, por novos sinais, que tinha escolhido esta imagem para distribuir favores especiais a seus devotos.
A partir daí, na tradição brasileira, a Virgem Aparecida, sob o vocábulo de sua Imaculada Conceição, é a Santa Mãe, padroeira das mulheres grávidas e dos recém-nascidos, dos rios e do mar, do ouro, do mel, da beleza e da sedução. Ao longo dos anos, a devoção à Virgem da Imaculada Conceição “Aparecida” se ampliou, e numerosas graças foram obtidas.
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- A ORIGEM DO DIA DAS CRIANÇAS -

- por Rainer Sousa (Historiador) -

O Dia das Crianças é uma data comemorada em diferentes países. O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) convencionou o dia 20 de novembro para se comemorar o dia das crianças.

A escolha desta data se deu porque nesse mesmo dia, no ano de 1959, o UNICEF oficializou a Declaração dos Direitos da Criança. Nesse documento, se estabeleceu uma série de direitos válidos a todas as crianças do mundo como alimentação, amor e educação. No caso brasileiro, a tentativa de se padronizar uma data para as crianças aconteceu algumas décadas antes.
Em 1923, a cidade do Rio de Janeiro, então capital do Brasil, sediou o 3º Congresso Sul-Americano da Criança. No ano seguinte, aproveitando a recente realização do evento, o deputado federal Galdino do Valle Filho elaborou o projeto de lei que estabelecia essa nova data comemorativa. No dia 5 de novembro de 1924, o decreto nº 4867, instituiu 12 de outubro como data oficial para comemoração do Dia das Crianças.
Entretanto, a data não se tornou uma unanimidade imediata. Somente em 1955, começou a ser celebrada a partir de uma campanha de marketing elaborada por uma indústria de brinquedos "Estrela". Primeiramente, Eber Alfred Goldberg, diretor comercial da empresa, lançou a chamada “Semana do Bebê Robusto”. O sucesso da campanha logo atraiu a atenção de outros empresários ligados à indústria de brinquedos.
Com isso, lançaram uma campanha publicitária promovendo a “Semana da Criança” com o objetivo de alavancar as vendas. Os bons resultados fizeram com que esse mesmo grupo de empresários revitalizassem a comemoração do “12 de outubro” criado pelo deputado Galdino.
 Dessa forma, o Dia das Crianças passou a incorporar o calendário de datas comemorativas do país.


A PAZ entre os povos só acontecerá no dia  em que cada um  respeitar as diversidades religiosas e culturais: a PAZ não está nesta ou naquela direção, e sim naquilo que fazemos com o entendimento daquele caminho que escolhemos trilhar.
Se quisermos dissiminar a PAZ no Planeta, temos que aprender a respeitar as diferenças. Afinal, somos todos iguais perante os olhos do Criador.

domingo, 10 de outubro de 2010

ÔCHE, DEU BODE !


Quem nunca ouviu falar no bode Bito, um dos mais importantes símbolos da cidade de Riachão do Dantas ?
Pois é, eu fui até lá buscar essa história para vocês.
Foi assim:
Comprado pelo seu dono, ele deveria ser transformado numa buchada, prato típico da culinária nordestina brasileira, mas acabou virando atração na cidade e ganhando fama nacional e até internacional.
Riachão do Dantas é uma cidade localizada a 99km de Aracaju e, coincidência ou não, esse animal acabou ajudando a divulgar a localidade, que possui pouco mais de 20 mil habitantes.
Participante ativo de todos os eventos da comunidade, bode Bito - que não perdia um enterro, desfile ou procissão - veio a falecer no dia 29 de julho de 2007, aos 18 anos, deixando a população inconsolável.
Ele era tão querido pelo povo, que ganhou até uma estátua na entrada da cidade em sua homenagem. Verdade !
Mas os moradores se queixam que ele não teve uma despedida à altura de sua fama, pois o bode não deixava de acompanhar todos os cortejos fúnebres que aconteciam.

É pessoal, o bode Bito se foi, mas sua história ficará para sempre.
Inclusive aqui.
 

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

EX-VOTO - MANIFESTAÇÃO CULTURAL DE UM POVO.


Misto de devoção e fé, o ex-voto é uma manifestação da criação artística de um povo que testemunha não apenas a sua religiosidade, como ainda nos fornece elemetos importantes acerca da vida das comunidades.
O ex-voto é a designação erudita, onde podem ser enquadrados nossos milagres e promessas. São oferendas feitas aos santos de particular devoção ou, especialmente, indicados por alguém que obteve uma graça ou milagre implorados, como um testemunho público de gratidão.
Ex-voto - do latim: por força de uma promeça, de um voto- é depositado em local público ou de acesso coletivo - igrejas ou capelas - e apresenta uma série de formas testemunhais para pagamento de promessas ou em agradecimento a uma graça alcançada:
representação iconográfica (pintura ou fotografia) da graça ou milagre obtidos, como ameaça de morte, doenças curadas, perigos evitados, milagres que salvam propriedades de incêndios, secas, enchentes, pragas, dívidas.
O bem recuperado é retratado colocando-se numa legenda a narrativa do milagre, e a identificação do agraciado e do agraciador; representação em forma de escultura retratando normalmente uma doença curada;
inscrições em tábuas, mármores ou outro material "nobre" do testemunho ou gratidão pela graça alcançada;
bens como jóias, dinheiro, objetos preciosos de uso litúrgico e até capelas construídas em agradecimento, como é o caso da Nossa Senhora do Ó, em Sabará, Minas Gerais; elementos simbólicos como velas e flores;
cruzes usadas em peregrinações;
representações de casas, edifícios e chaves de carros, acompanhadas de bilhetes referindo-se a aquisição do bem ou sobrevivência em desastres ou acidentes;
carteiras de cigarros e garrafas de bebidas agradecendo o abandono do vício;
representação de várias espécies de animais narrando a gratidão do proprietário pela cura do animal ou proteção de grave perigo.
Foi uma prática muito recorrente no Brasil colônia e principalmente na região de Minas Gerais.
O hábito de oferecer ex-voto continua vivo para grande número de fiéis nas diversas camadas da população. Com o advento da fotografia e do ex-voto de cera semi-industrializada, desapareceu a preocupação de apresentar uma obra estética.
Com isso, pode ter perdido um pouco em valor artístico, mas não deixou de ter um grande significado como forma de expressão da religiosidade, fé e esperança da cultura de um povo.

Quando estou viajando e visito uma igreja, a primeira coisa que procuro é a sala destinada a ex-voto.
Fico parada olhando e imaginando as diversas histórias que estão por trás de cada peça ali depositada.

E você, já teve alguma graça alcançada ?

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

A LENDA DO BARBA-RUIVA.

Num pequeno povoado pertinho da lagoa de Paranaguá, no Piauí, vivia uma senhora com suas três filhas. A mais nova das moças namorava um jovem que lhe prometera casamento, e em que ela depositara toda sua esperança de felicidade.Um dia, a moça sentiu que estava grávida.
Tudo bem, se não fosse o jovem ter ido trabalhar em outras terras e nunca mais ter voltado. Talvez tenha morrido, talvez tenha mandado uma carta que nunca chegou, talvez, isto, talvez, aquilo... A verdade é que a moça viu que teria o filho sozinha.
Ela passou a viver muito triste pela ausência de seu amor, e também muito envergonhada. Como havia de enfrentar os vizinhos sendo mãe solteira? Naquele tempo, era um escândalo uma moça ter um filho sem ser casada...
Depois de muito refletir, decidiu que, assim que o bebê nascesse, ela o colocaria dentro de uma bacia de cobre e o jogaria nas águas do rio. E foi o que fez logo que o menino nasceu.
Atenta a tudo que acontece nos seus domínios, a mãe-d’água ficou indignada com a atitude da jovem mãe. Como podia ela entregar o filho recém-nascido ao reino das águas? Então pegou o menino em seus braços e levou-o com ela.
Mas estava tão furiosa, que as águas se revoltaram, fizeram ondas enormes e alagaram as margens, engolindo as árvores, e se estenderam tanto pela terra, mas tanto, que o rio transformou-se numa lagoa cristalina com um imenso espelho de 15 quilômetros de largura. Foi assim que, da ira da mãe- d’água, formou-se a belíssima e vasta Lagoa de Paranaguá.
Mas a mãe do bebê não podia esquecer seu filhinho. Vivia amargurada com sua atitude. Ah, se pudesse saber onde estava o seu menino, e o que lhe acontecera!... Noite após noite, ela ia até a beira da lagoa e ali ficava de olhar parado sobre as águas, na esperança de que a luz do luar indicasse onde ele estaria. Porém o luar nada lhe dizia, nada lhe mostrava. Contudo, se seus olhos nenhum sinal podiam descobrir, seus ouvidos podiam perceber o som estranho vindo do fundo da lagoa, um choro de criança novinha, parecia um bebê querendo mamar.
O caso começou a ser falado e comentado; todos queriam ouvir o choro que vinha das águas. Mas, pouco a pouco, as pessoas foram se afastando daquele lugar e ninguém mais quis construir casa perto da lagoa. É que achavam muito triste ouvir, uma noite atrás da outra, o choro de uma criança novinha.
E assim os dias foram se seguindo às noites, no permanente passar do tempo, até que uma noite o bebê deixou de ser ouvido. Estaria o encanto terminado? Todo mundo começou a se aproximar cada vez mais da lagoa.
Ora, numa certa manhã, as moças que costumavam vir ali lavar roupa viram surgir das águas a figura de um menino, que sorria para elas um sorriso alegre como só os bebês têm. Tomaram um susto tão grande , que fugiram largando a roupa lá, e só voltaram à tarde. Aí, no mesmo lugar, a figura surgiu novamente, só que agora era de um moço bonito, de barba ruiva, que correu para abraçá-las. Mais um susto e mais uma corrida para bem longe dali. Quando caiu à noite, as moças voltaram para buscar a roupa, certas de que não teriam mais nenhuma visão. Mas... eis que de, novo, no mesmo lugar, elas vêem aparecer a mesma figura, desta vez com um homem de barba ruiva.
Desde esse dia, muitas pessoas já o viram e, curiosamente, ele não quer conversa com os homens, mas quando vê uma moça corre para ela - não para fazer mal, somente para abraçá-la e beijá-la. Como não sabem as suas intenções, as moças têm medo de Barba-Ruiva e não se atrevem a itr lavar roupa sozinhas.
Pobre Barba-Ruiva! Só está em busca de carinho e de alguém que quebre o seu encanto. Como isso pode acontecer? Bem, é preciso que surja uma mulher corajosa, que não tenha medo de se aproximar de Barba-Ruiva e jogar água benta sobre sua cabeça. No dia em que isso acontecer, Barba-Ruiva voltará a ser gente, como deveria ser desde que nasceu.
Onde estará a mulher, jovem ou não, que seja decidida e corajosa o bastante para desencantá-lo? Pelo visto ainda não nasceu.
Enquanto isso, o Barba-Ruiva continua seguindo a sua sina pelas águas espelhadas da Lagoa de Paranaguá.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

A ÁRVORE DA VITALIDADE: O GUARANÁ.



Um casal de índios pertencentes a tribo Saterê- Mauê (AM), viviam junto por muitos anos sem ter filhos, mas desejavam muito ser pais. Um dia eles pediram a Tupã para dar-lhes uma criança a fim de que pudesse então, completar aquela felicidade. Tupã, o rei dos deuses, sabendo que o casal era cheio de bondade, atendeu o desejo trazendo a eles um lindo e saudável menino.

O tempo passou rapidamente e o menino cresceu bonito, generoso, forte e bom. No entanto, Jurupari, o deus da escuridão, sentia uma extrema inveja do menino e da paz e felicidade que ele transmitia, e decidiu ceifar aquela vida em flor.

Um dia, o menino foi coletar frutos na floresta e Jurupari aproveitou-se da ocasião para lançar sua vingança: transformou-se em uma serpente venenosa e mordeu o menino, matando-o instantaneamente.

A triste notícia se espalhou rapidamente. Neste momento, trovões ecoaram e fortes relâmpagos caíram pela aldeia. A mâe, que chorava em desespero, entendeu que os trovões eram uma mensagem de Tupã, dizendo que ela deveria plantar os olhos da criança e que deles uma nova planta cresceria dando saborosos frutos.

Os índios obedeceram aos pedidos da mãe e plantaram os olhos do menino. Neste lugar cresceu o guaraná, cujas sementes são negras, cada uma com um arilo em seu redor, imitando os olhos humanos.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

A LAVADEIRA MASCARADA.






A "lavadeira mascarada", é um pássaro bem resistente,  figurinha fácil de se encontrar nos grandes  centros urbanos .
Tem a mania de procurar seus pares nas margens de rios e córregos.
É uma ave misteriosa,  cheia de mitos e crendices: dizem que não se podem alvejá-las, porque foram elas quem lavaram as roupas de Nossa Senhora, sujas do sangue de seu filho Jesus.
Quem se atrever, vai é direto para o inferno.


Um menino, duvidando da história, apontou o bodoque para abater o tal pássaro,  viu foi a imagem do capeta na sua frente.
Dizem que o  moleque está correndo até hoje.
Esta história foi contada por um amigo lá de Salvador, chamado José Walter Seixas :
ele jura que é verídica !


domingo, 8 de agosto de 2010

A ORIGEM DO DIA DOS PAIS.


Ao que tudo indica, o Dia dos Pais tem uma origem bem semelhante ao Dia das Mães. Pelo menos é o que mostra a tradição norte-americana. Em ambas as datas, a idéia inicial foi praticamente a mesma: criar datas para fortalecer os laços familiares e o respeito por aqueles que nos deram a vida .

Estados Unidos

Em 1909 Sonora Louise Dodd, filha do veterano da Guerra Civil, John Bruce Dodd, ao ouvir um sermão de sua mãe, teve a idéia de celebrar o Dia dos Pais. Sonora, de Washington, queria um dia especial em homenagem ao pai, que viu sua mulher dando a luz ao sexto filho, tendo que criar o recém-nascido e seus outros cinco filhos sozinho. Já adulta Sonora sentia-se orgulhosa de seu pai ao vê-lo superar todas as dificuldades sem a ajuda de ninguém; foi destemido e amável. Então, já que John Bruce Dodd, pai de sonora, nascera no mês de Junho, ela escolheu celebrar o primeiro Dia dos Pais em Spokane, Washington, no dia 19 de junho de 1910.

Por fim, em 1924 o presidente Calvin Coolidge, apoiou a idéia de um Dia dos Pais nacional e, finalmente, em 1966, o presidente Lyndon Johnson assinou uma proclamação presidencial declarando o terceiro Domingo de Junho como o Dia dos Pais.

Brasil

Já no Brasil, quem importou a data foi o publicitário Sylvio Bhering. Instituído no dia 14 de Agosto de 1953, período que coincidiu com o dia de São Joaquim, patriarca da família, atualmente é comemorado no 2º domingo do mês de agosto, sendo a data brasileira diferente da americana e européia.

O Dia dos Pais pelo Mundo


Pelo menos onze países também comemoram o Dia dos Pais à sua maneira e tradição. Na Itália e Portugal, por exemplo, a festividade acontece no mesmo dia de São José, 19 de março. Mesmo com a ligação católica, essa data ganhou destaque por ser comercialmente interessante.

Reino Unido

    No Reino Unido, o Dia dos Pais é comemorado no terceiro domingo de junho, sem muita festividade. Os ingleses não costumam se reunir em família, como no Brasil. É comum os filhos agradarem os pais com cartões, e não com presentes.
 
Argentina

    A data na Argentina é festejada no terceiro domingo de junho com reuniões em família e presentes.
 
Grécia

    Na Grécia, essa comemoração é recente e surgiu do embalo do Dia das Mães. Lá se comemora o Dia dos Pais em 21 de junho.
 
Portugal

    A data é comemorada no dia 19 de março, mesmo dia que São José. Surgiu porque é comercialmente interessante. Os portugueses não dão muita importância para essa comemoração.
 
Canadá

    O Dia dos Pais canadense é comemorado no dia 17 de junho. Não há muitas reuniões familiares, costuma ser uma data mais comercial.
 
Alemanha

    Na Alemanha não existe um dia oficial dos Pais. Os papais alemães comemoram seu dia na mesma data que Jesus Cristo ressuscitou. Eles costumam sair às ruas para andar de bicicleta e fazer piquenique.
 
Paraguai

    A data é comemorada no segundo domingo de junho. Lá as festas são como no Brasil, reuniões em família e presentes.
 
Peru

    O Dia dos Pais é comemorado no terceiro domingo de junho. Não é uma data muito especial para eles.
 
Austrália

    A data é comemorada no segundo domingo de setembro. E a comemoração é igual ao do Brasil, com direito a muita publicidade.
 
África do Sul

    A comemoração acontece no mesmo dia do Brasil, mas não é nada tradicional.
 
Rússia

    Na Rússia não existe propriamente o Dia dos Pais. Lá os homens comemoram seu dia em 23 de fevereiro, a chamada data "o dia do defensor da pátria" (Den Zaschitnika Otetchestva).

Ser pai não é para qualquer um... não mesmo! Fortes, protetores, ou mesmo atrapalhados, eles inspiraram inúmeros criadores a explorar suas histórias. Aventuras, comédias ou dramas.
A verdade é que todo dia é dia dos Pais! E o maior presente que você pode dar a ele, todos os dias, é dizer sempre o quanto você o ama. Afinal de contas, se: "mãe é mãe", "pai é pai", não é?