quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

O GRIOT.


O “griot” em tradições orais de vários povos africanos é um dos símbolos representativos de todos os narradores, dos que contam contos, cantam décimas, sábios, avós, mães e todos os demais personagens cênicos ou não, que, em muitas sociedades, são depositários de histórias, de testemunhos ou de tradições que ele conta.
Um Griot ou Jali é um poeta da região da Àfrica Central, um cantor espiritual, músico errante, considerado um repositor da tradição oral. Embora  saiba de cor muitas canções tradicionais, ele possui também a habilidade de "extemporizar" sobre eventos atuais, acasos, incidentes, mortes, cenas do cotidiano.
Seu talento pode ser devastador e seu conhecimento da história local, formidável. Embora eles sejam popularmente conhecidos como “cantores espirituais”, os griots podem também usar sua especialidade vocal para mexericos, sátira e comentários políticos.
Este antigo Baobá na reserva de Bandia, Sene- gal, forma um mausoléu vivo para os remanescentes Griots locais.

Em homenagem aos meus irmãos, trago um conto africano escrito por Rogério Andrade Barbosa.
Com vocês, “O CAÇOLO E A ABELHA”.

Saudações Florestais !

"A criançada havia passado o dia se lambuzando com o mel retirado do esconderijo da abelha num oco de uma centena de árvores do outro lado do rio, graças aos gritos aflitos e o bater de asas do pássaro chamado caçolo.

-Por que o caçolo faz um barulho danado quando encontra uma colméia, vovô? – perguntou Malafi.

- O caçolo é um passarinho muito esperto, disse o avô. Prestem atenção que vocês já vão saber porque ele age assim:

O caçolo e a abelha eram grandes amigos. Certo dia, o filho da abelha adoeceu gravemente e ela foi pedir ajuda a um quimbanda, que era o maior curandeiro daquelas redondezas. O quimbanda, depois de consultar os seus ossinhos mágicos, disse que a abelhinha só ficaria boa se ele preparasse um remédio para ela com uma pena do caçolo. A abelha pagou a consulta dando uma galinha ao quimbanda e em seguida, foi explicar o seu problema ao caçolo.

- Meu amigo, preciso de uma de suas penas para salvar a vida de meu filho.

- Pois não, disse o caçolo arrancando do corpo uma pena, atendendo-a prontamente.

Tempos depois, foi o filhote do caçolo que ficou doente e ele teve que consultar o mesmo quimbanda. O curandeiro falou que o filho dele só melhoraria se ele fizesse o remédio com uma asinha da abelha. O caçolo deu ao quimbanda um pote com vinho de palmeira, como pagamento e foi logo para casa da abelha, certa de que esta iria retribuir a ajuda anterior.

- Abelha amiga, hoje sou eu que necessito de sua ajuda. Para salvar o meu filhote, preciso de uma de suas asinhas.

- Sinto muito, – respondeu a abelha ingrata – não posso ficar sem uma de minhas asinhas. Vai falar com outra abelha.

O caçolo, desesperado, procurou socorro inutilmente em todas as colméias e desde então, por vingança, ele indica as pessoas os locais onde as abelhas guardam seu mel".

20 comentários:

António Ramos disse...

Parabéns Silvana, o conto está excelente, gostei...

Elizabeth disse...

Oi Silvana,
Que história legal.
Abraços.

Daniel Savio disse...

O Griot lembra um pouco os bardos da euroupa, ele que entretinha o povo e cantava lendas pela vida intinerante que escolheram...

Fique com Deus, menina Silvana.
Um abraço.

* Edméia * disse...

*Silvana, tô aqui passeando pelo

teu blog e apreciando-o muito !!!

*Menina, deve ser muito gostoso

morar onde se houve o canto dos

pássaros !!! (*Onde se localiza a

sua "Mata Atlântica" ?! ).

*Silvana, muito obrigada pelo

teu comentário no *Caderninho !!!

*Apareça sempre que puderes !!!

Fico FELIZ !!!

*Ótimo final de semana !!!

*Abraços.

* Edméia * disse...

*Silvana, coloquei o selo do teu

blog lá no *Caderninho !!!

Victor Gil disse...

Olá Silvana.
Já não sei mais que dizer. Adoro as tuas histórias. Aprendo muito com elas. Lendas e mitos sempre me fascinaram um pouco. Nasci no campo e também eu ouvi histórias parecidas, e que por vezes me causavam medo. Principalmente quando ia para a cidade ao cinema e depois tinha que regressar a casa, através de campos escuros.
Beijos querida amiga.
VIctor Gil

Jorge disse...

Silvana

Grato por mais um ensinamento. Estou deixando de ser ignorante graças a você!!!

Com todo carinho,
Saudações urbanas!
Jorge

Moni Saraiva disse...

Muito bom te ler!

Ana Paula Ruggini Zarpelon disse...

A cultura africana é riquíssima e bela!! Não canso de me admirar com histórias e livros que chegam as minhas mãos!!

Parabéns pela história!! é maravilhosa...

Anônimo disse...

Gosto muito de estudar sobre os griot.
Bjs.

Unknown disse...

Mais um conto de encantar.

Abraço.

alegria de viver disse...

Olá Silvana
Um conto lindo, e que abelhinha danada.
Com muito carinho BJS.

Anônimo disse...

Passei aqui só pra dizer que adoro tuas históris. Terei que voltar logo pra me atualizar dessas últimas...bjs

Dalva Nascimento disse...

Silvana, como sempre seu texto é muito interessante e enriquecedor!

Hoje seu blog foi motivo de minha postagem no Infinito Particular. Quando puder, dá uma passadinha prá ver!

http://infinitoparticulardalva.blogspot.com/2009/11/bloggincana-de-novembro.html

Beijos!

Maria Cecília disse...

Só descobri este blogue hoje, mas voltarei sempre. Que histórias tão interessantes!
Beijo.

Sonia Schmorantz disse...

Saudações da Ilha da Magia!
Adoro tuas histórias.
beijos

Sônia Silvino (CRAZY ABOUT BLOGS) disse...

Silvana!
A cada dia me encanto mais, minha fadinha da floresta!
Bjkas!!!

Anônimo disse...

Que belos contos, Silvana.
Griot e Caçolo. Adoro vir aqui, para não deixar em aberto, as lacunas do saber, e que, paulatinamente, graças a você, vêm sendo preenchidas.

Um lindo final de semana

Beijos

Ana Zuzarte disse...

Olá Amiga
Venho agradecer o teu carinho para comigo, e retribuir a tua visita
Gostei bastante do teu cantinho é LINDO:
Beijocas e Bom fim de semana
Ana

Clecilene Carvalho disse...

Obrigada pela visita e volte sempre que puder.

A gratidão é algo divino.
Doar-se é algo de mágico.

Adorei seu blog, ele é realmente rico.

Beijos.