domingo, 6 de dezembro de 2009

O RITUAL DA MOÇA NOVA

A puberdade é considerada, em algumas tribos, um período muito perigoso, onde os jovens, se não forem bem orientados, podem ser influenciados por espíritos maléficos.
O ritual da moça nova tem a finalidade de iniciar a menina-moça à vida adulta: a partir da primeira menstruação, toda a menina é conduzida para um local reservado, construído para este fim com esteiras ou cortinados, onde permanecerá, como se estivesse em um casulo, durante três meses.

Longe dos olhos do mundo e em total silêncio, a menina-moça estabelecerá contato apenas com a mãe e com a tia paterna durante esse período e deverá dedicar-se ao aprendizado dos afazeres femininos, como a fiação do algodão e o preparo de cestas, redes e esteiras.
O "casulo" é uma referência à borboleta em crisálida. A jovem, como a borboleta, quando sair de sua reclusão após três meses, será reintegrada na comunidade como "moça-nova", ou seja, uma mulher adulta. A indiazinha sai da clausura com a sua pela clara devido a falta de sua exposição aos raios do Sol, e ao término da festa ritualística, que conta com presença de todos os integrantes da tribo, a moça estará apta para casar e tornar-se um membro ativo da comunidade,

Este ritual de passagem é realizado anualmente, e os preparativos para a grandiosa festa demora vários dias. Prepara-se trombetas, tambores, várias máscaras que representam os animais, tais como macacos, onças e veados, colares de penas coloridas e sementes, e outros enfeites para a menina-virgem.
A mandioca, o peixe e o "Pajauarú" (bebida derivada da fermentação da mandioca) são preparados com antecedência.
 
 
Desconheço a autoria das fotos postadas acima.

25 comentários:

myra disse...

como sempre, parabens por contarnos coisas que nao sabiamos...otimo e lindo, muitos beijos,

Anônimo disse...

Bom dia, querida. Mais uma linda história.

Mudei de casa, viu? Agora estou em
http://soniabeth.blogspot.com/ e muito me honraria continuar com a sua visita.

abs

Blogat disse...

Então,Sivana!Ontem meu filho caçula(11 anos),atraído pela imagem do boitatá,sentou-se ao meu lado,tomou conta do mouse,me tirou da cadeira e passou umas duas horas explorando esse espaço.Exclamava,me chamava para mostrar coisas ,copiou imagens,enfim encantou-se e aprendeu,encantando-me tb.Beijo.Valeu! Maria Alice

Pelos caminhos da vida. disse...

Que o sol venha com sua luz e energia
lhe despertar para um novo "dia"!
Que seu dia seja abençoado com muita luz!
Hei!!! Sorria!
O soriso brilha, assim como o sol quando nasce: lindo, perfeito e contagiante!

Vim lhe desejar um domingo de muita paz!

beijooo.

Daniel Savio disse...

Silvana, mas como tem o ritual para integrar a nova mulher, támbém deve ter o ritual para integrar os novos homens...

Fora o rituais funebres...

Fique com Deus, menina Silvana.
Um abraço.

Anabela disse...

Mais uma historia bonita dos usos e costumes de um povo que eu tanto adimro,o indigena,adoro as historias de vida deste povo que vive com a natureza,bjs

Jorge Pinheiro disse...

OBRIGADO PELA VISITA. SINTO QUE VOU APRENDER AQUI MUITO. UM BLOGUE FANTÁSTICO PARA QUEM, COMO EU, É UM ESTUDIOSO DA HISTÓRIA E DAS LENDAS. CONHEÇO POUCO DESTE BRASIL. IMPERDOÁVEL! VOAREI PARA AÍ EM JANEIRO, INCLUINDO MINAS GERAIS. JÁ ESTÁ LINKADO. BEIJOS.

Elizabeth disse...

Oi Silvana,
Um bom domingo!
Abraços.

UN VOYAGEUR SANS PLACE disse...

Oi, amiga, muito bom saber que és professora, que és mãe, que vives próximo do mar.
Eu sou o Abdoul Hakime, do blogue "A Flor do Sul"

http://aflordosul.blogspot.com

O teu blogue é bonito, bem elaborado e os temas são muito interessantes. Confesso que estou meio em falta com a nossa cultura ultimamente, especialmente com relação às nossas comunidades indígenas.
Mas eu fico a pensar, às vezes, que essa de que o índio, por andar sem roupa e viver de acordo com a natureza, se torna um ser inocente... acho que é lenda, uma visão idealista de povos que, (apesar da crueldade do homem branco ter se abatido sobre eles desde ja faz 5 séculos, num processo que não está de todo acabado) isso só pode ser lenda, pois também havia guerras entre os índios, escravidão, matanças de crianças defeituosas assim que nascessem etc. Claro, isso não justifica de forma alguma o genocídio.
A propósito, publiquei uma matéria sobre o este assunto, e gostaria da tua opinião sobre o mesmo, se tiveres tempo, é claro. És muito inteligente, e tenho certeza de que seria enriquecedor ouvir-te.
Sobre os ritos de passagem, acho que hoje, nas sociedades modernas, eles continuam, mas não de maneira tão óbvia como antes, ou como ainda é nas sociedades ditas "primitivas". Entre os judeus, quando o menino faz 13 anos, tem o bar mitzvá, uma cerimônia religiosda que marca o pinício da vida do menino no mundo adulto. Aqui no Brasil, tem aquela do pai, ou do primo, sei lá quem... levar o rapaz, depois de uma certa idade, a um bordel, e iniciá-lo ao mundo "dos homens", o que eu acho uma atitude super irresponsável, pois força o menino a assumir um papel que talvez ele ainda não esteja preparado para representar. e os exmplos seriam muitos, é só prestar atenção... acho que ninguém entra no mundo adulto sem esses ritos de passagem tão sutis, mas tão marcantes ao mesmo tempo.

Agradeço muito a tua visita, se quiseres, podes passar por lá mais vezes e fiques a vontade para comentar, gosto de gente inteligente perto de mim.

Unknown disse...

Mais um facto relatado que me encantou.
Grato pela partilha destes "contos" de encantar.

Beijo.

José Leite disse...

Olá!

Excelente esta forma de nos elucidar sobre a vida indígena, os seus hábitos e tradições.

Pedagogia acima de tudo... Parabéns pela campanha tão bela e eivada de espírito pedagógico!

A cultura é a arma libertadora por exclência. Oxalá todos a saibam utilizar em prol da humanidade! Para o Bem e não para o mal...

1 bj

Vick disse...

Belo blog Silvana! Adorei!
Já vou divugá-lo e seguir.

Bjs,
Vick

http://paixaoporlivros-vick.blogspot.com/

Rosa Carioca disse...

Vi,algures, (não sei se estou certa) que também existe um ritual para os meninos. Acho que em uma das tribos, o menino tem que colocar a mão numa espécie de luva onde estão presas "saúvas" e tem que aguentar a dor das picadas para provar que já é um homem. Por favor, se estiver errada, corrija-me. Grande abraço.

Nely disse...

Obrigado pela visita ao meu blog.
Percebi que estuda a cultura Brasileira e apesar de bem descrito este ritual da moça jovem, não posso deixar de lamentar que ainda presista na nossa época pois esta menina é apenas uma criança e mesmo no ambiente em que vive e apesar das tradições não deixa de o ser.
Tal como na India, penso que não é tido em conta a idade infantil. A mentruação não transforma uma menina em mulher, de todo.
No entanto entendo o contexto da narrativa.
Será sempre bem vinda a este espaço.
Beijo

Elizabete GG disse...

Olá,
Fiquei a conhecer o teu blogue por acaso e apaixonei-me por ele.
Ainda não o li todo mas será certamente uma leitura a fazer diariamente.
A maneira como escreves, faz com que seja fácil de perceber o seu conteúdo e ao mesmo tempo acalma-me.
Eu estou um pouco em baixo por causa da saúde da minha filha mais velha e ler um pouco do teu blogue deixou-me um pouco tranquila.
Também eu me mudei da cidade para o campo.
E também eu me sinto no fim do mundo.
Mas para a frente é que é caminho, certo?

Voltarei cá sempre que possível.
E estás oficialmente convidada a entrar no meu blogue: http://bloguedabecas2008.blogspot.com/

Um Bjs
Ass:. Elizabetegg
http://bloguedabecas2008.blogspot.com/

Sandra Luz Martorelli disse...

Muchas gracias por tu visita.Es muy interesante tu sitio.Tienes mucha pasión y amor en lo que haces.Hace 30 años que trabajo con niños pequeños en mi ciudad y tienen muy pocas oportunidades de contactarse con la naturaleza.Esto los vuelve ansiosos,inquietos,poco tolerantes y hasta agresivos.Considero muy importante contactarse con la naturaleza para vivir en armonía.
Te felicito por tu campaña!
Cariños

Anônimo disse...

Silvana
Fiquei a conhecer mais um ritual que desconhecia por completo.
O seu blog tem-me enriquecido culturalmente desde que sou sua seguidora. Continuo a ficar encantada após cada história que leio. Obrigada e beijinhos

Clecilene Carvalho disse...

Sábia cultura!
Parabéns por mais um texto enriquecedor.
Beijos no coração.

Cor de Rosa e Carvão disse...

Oi Silvana. Obrigada pela visita e parabéns pelo teu espaço. A proposta é bem bonita e interessante. Não fazia a menor noção dessa tradição indígena. Um beijo e obrigada por aperfeiçoar meus conhecimentos.

Eduardo Cândido disse...

Show de bola seu blog professora, me orgulharia se fosse um de seus alunos, mas não tive essa sorte!
Sinceros abraços de um amigo virtual!

Eduardo

Jorge Pinheiro disse...

Á história é interessantíssima. A pele clara tem alguma coisa a ver com pureza?
Se for ao meu blogue e recuar uns dias, encontrará sob a designação "Caretos", tradições masculinas do nordeste de Prtugal que seguramente a vão interessar.

Gerana Damulakis disse...

Estou gostando cada vez mais desse enriquecimento cultural que venho aprender aqui.

Ginha disse...

Sempre me enriqueço ao visitar este blog... uma lição de cultura!!!
Abraços

LITERAGINDO disse...

Oi Silvana,

Recebi sua visita no "Aprendências". Retribuo. É muito bonita o ritual da menina-moça dos indios Tembé, no dia 17 de julho na Casa da Saúde do Índio, no distrito de Icoaraci (Belém-PA), aconteceu algo semelhante ao que narra, pois uma das meninas estava na menarca, e o jeito foi fazer por ali mesmo parte desse ritual. Aparecida Murukai, a menina-moça de 12 anos, ficou trancada em um quarto da Casa de Saúde, e somente sua mãe teve contato com ela. Como parte da cultura Tembé, a menina teve o corpo todo pintado de jenipapo, a pintura permanece no corpo da jovem índia por, no mínimo, três dias. Como é o avô da menina quem deve cortar os cabelos e estando distante da aldeia, a cerimônia foi simbólica, quem fez o corte foi a sua mãe, Pirimina Guajajara Tembé. Enquanto ela cortava o cabelo de Murukai, o cacique ajudava segurando as madeixas e pronunciando dizeres na língua dos Tembé. Foi assistido por algumas pessoas. Disse a mãe de Aparecida quando chegarem lá junto aos outros Tembé será diferente, pois, "na nossa tribo a cerimônia será completa, durante os nove dias. Os índios vão caçar. A menina não poderá comer, só quando passar a festa. Ela vai ter que comer carne quente para aprender a não sentir dor". Para quem se encontra nestes estados, a única carne de animal terrestre permitida é a do jabuti de pé amarelo. Como trabalhei no Planetário com os índios Tembé, sempre me interesso por notícias a respeito deles, que se esforçam bastante para manter a cultura deles. Um grande abraço! Maria do Rocio

. disse...

Silvana

Muito interessante o que vc escreve em seu blog.
Sou apaixonada pelo nosso povo brasileiro,principalmente tudo que se refere ao índios ,um povo tão explorado,massacrado, e se não tomarmos cuidado,daqui uns anos não terão mais espaços para eles,pelo simples fato do Homem estar avançando e roubando cada vez mais suas terras.
Bem oportuna suas´pesquisas...parabéns.
Abraços
Sonia Novaes