Oxumarê, o senhor da duplicidade, o arco-íris, é o deus serpente que controla a chuva, a fertilidade da terra e, por conseguinte, a prosperidade propiciada pelas boas colheitas. Dono de uma personalidade forte, muitas vezes é generoso.
É o filho mais novo e preferido de Nanã, irmão de Omulu. É uma entidade branca muito antiga, participou da criação do mundo enrolando-se ao redor da terra, reunindo a matéria e dando forma ao Mundo. Sustenta o Universo, controla e põe os astros e o oceano em movimento. Rastejando pelo Mundo, desenhou seus vales e rios. É a grande cobra que morde a cauda, representando a continuidade do movimento e do ciclo vital. Sua essência é o movimento, a fertilidade, a continuidade da vida.
Correspondência com santos católicos: São Bartolomeu.
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Conta-se que Oxumarê não tinha simpatia pela Chuva.
Toda vez que ela reunia as nuvens
e molhava a terra por muito tempo,
Oxumarê apontava para o céu ameaçadoramente
com sua faca de bronze
e fazia com que a Chuva desaparecesse, dando lugar ao arco-íris.
Um dia Olodumare contraiu uma moléstia que o cegou.
Chamou Oxumarê, que da cegueira o curou.
Olodumare temia, entretanto, perder de novo a visão
e não permitiu que Oxumarê voltasse à Terra para morar.
Para ter Oxumarê por perto, determinou que morasse com ele,
e que só de vez em quando viesse à Terra em visita, mas só em visite.
Enquanto Oxumarê não vem à Terra,
todos podem vê-lo no céu com sua faca de bronze,
sempre se fazendo no arco-íris para estancar a Chuva.
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Oxumarê era um rapaz muito bonito e invejado. Suas roupas tinham todas as cores do arco-íris e suas jóias de ouro e bronze fasiscavam de longe. Todos queriam aproximar-se de Oxumarê, mulheres e homens, todos queriam seduzí-lo e com ele se casar. Mas Oxumarê era também muito contido e solitário. Preferiia andar sozinho pela abóboda celeste, onde todos costumavam vê-lo em dia de chuva.
Certa vez, Xangô viu Oxumarê passar, com todas as cores de seu traje e todo o brilho de seus metais. Xangô conhecia a fama de Oxumarê de não deixar ninguém dele se aproximar. Preparou então uma armadilha para capturar o Arco-Íris.
mandou chamá-lo para uma audiência em seu palácio e, quando Oxumarê entrou na sala do trono, os soldados de Xangô fecharam as portas e janelas, aprisionando Oxumarê junto com Xangô.
Oxumarê ficou desesperado e tentou fugir, mas todas as saídas estavam trancadas pelo lado de fora. Xangô tentava tomar Oxumarê nos braços e Oxumarê escapava, correndo de um canto para o outro. Não vendo como se livrar, Oxumarê pediu ajuda a Olorum que ouviu a sua súplica. No momento em que Xangô imobilizava Oxumarê, esse transformou-se numa cobra, que Xangô largou com nojo e medo.
A cobra deslizou pelo chão em movimentos rápidos e sinuosos. Havia uma pequena fresta entre a porta e o chão da sala e foi por ali que escapou a cobra, foi por ali que escapou Oxumarê. Assim livrou-se Oxumarê do assédio de Xangô.
Quando Oxumarê e Xangô foram feitos orixás, Oxumarê foi encarregado de levar água da Terra para o palácio de Xangô no Orum, mas Xangô não pode nunca se aproximar de Oxumarê.
(Prandi, Reginaldo. In Mitologia dos Orixás).
Desconheço a autoria da foto publicada acima.
ARRUMBOBÔ OXUMARÊ!
14 comentários:
Mais uma bela lição, Silvana !...
.
Wow adorei esta história como que mitológica *.* da sempre uma boa inspiraçao
Cada estória mais bonita que outra. Muito legal essa série. Perdi alguns capítulos, mas vou voltar uns posts para lê-los!
Abraço virtual.
Jr.
Seu blog esta de parabéns com essa série de postagens sobre os Orixás.
Axé.
abraços
Hugo
muito interresante, muito bom o blog! adorei (: está no meu favoritos, divulgarei no meu blog também. muito bom mesmo, muito interresante! :*
Gosto também de conhecer a cosmogonia de cada povo, sua mistura de religião, mitos, ciência e tanta sensibilidade... E você a ressaltar o acordar em nós. A entender um pouco desse multiculturalismo!
Encha o cântaro!
Cuide-se! também precisamos desacelerar. Renovados Abraços!
Maria do Rocio
sempre apredendo com vc...
Começe a segunda feira fazendo uma limpeza!
Varra de seu coração:
a tristeza, a angústia, a aflição,
Varra de sua vida:
a inveja, a maledicência, a fofoca
Varra do seu corpo:
a preguiça, o tédio, os maus pensamentos
Varra de seu caminho:
o mau olhado, o mau agouro, o mau pressentimento
Deixe fluir a alegria de sua alma
Trabalhe seu corpo para o bem
Agradeça por seu trabalho
e acima de tudo
começe sua semana com
FELICIDADE no coração
Pois novos horizontes se aproximam
novas alegrias irão chegar
e seu coração
estará pronto pare receber tudo isso.
Desejo a você, uma linda semana!
beijooo.
Bom dia, Silvana.
Bela...
Um grande abraço.
Oi Silvana bom dia, aqui em casa sou eu e minha irma que "disputamos" o uso do computador rs, e assim mesmo um abraço!
oi silvana, gostei das informações, boa semana pra ti,
bj!
paulo vieira
Olá Silvana,
Vivendo e aprendendo.
Excelente artigo, mais um a contribuir para o conhecimento e que foi um prazer ler.
Venho também deixar meu kandando para ti e felicitar-te por este belíssimo trabalho.
Oxumarê, o arco-Íris a brilhar
São Bartolomeu santo católico
na simbologia a igualar...
bonitas histórias aqui
se continuam a contar...
boa semana
(mas sem chuvinha, ´tá bem?
é que isto já ´tá a ficar com porém
de nos deixar a rezar
a ver se a chuvinha faz intervalo
porque senão, nem a pé nem a cavalo...brincando, para desanuviar, das nuvens que pelo céu teimam em passear!):)
beijinho deixo ficar
Engraçado que os Maias (senão me engano) tinha um deus em imagem de cobra também, mas não lembro se se era responsavel pela chuvas...
Fique com Deus, menina Silvana.
Um abraço.
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