Sete Marias
Precisa tragar
São sete virgens
Pro encanto acabar
Quando o rio
Em cheia desce
Cabeça de cuia
Sempre aparece
Rema pra margem
Oh! Velho pescador
Que a curva do rio
O monstro apontou
Castigo tremendo
Que Deus lhe deu
Por bater na mãezinha
Crispim se encantou
Tem medo, oh! Maria
Que estás a lavar
O cabeça de cuia
Te pode tragar
(Canção popular atribuída a Chico Bento)
Assim começa a história de Crispim, um jovem rapaz originário de uma família muito pobre, que vivia na pequena Vila do Poti (hoje, Poti Velho, bairro da zona norte de Teresina). Seu pai, que era pescador, morreu muito cedo, deixando o pequeno Crispim e sua velha mãe, uma senhora doente, sem nenhuma fonte de sustento. Sendo assim, Crispim teve que começar a trabalhar ainda jovem, também como pescador.
Um dia, Crispim foi a uma de suas pescarias, mas, por azar, não conseguiu pescar absolutamente nada. De volta à sua casa, descobriu que sua mãe havia feito para o seu almoço apenas uma comida rala, acompanhado de um suporte de boi (osso da canela do boi).
Como Crispim jazia de fome e raiva, devido à pescaria fracassada, enfureceu-se com a miséria daquela comida e decidiu vingar-se da mãe por estarem naquela situação. Então, em um ato rápido e violento, o jovem golpeou a cabeça da mãe, a deixando a beira da morte. Dizem, até mesmo, que de onde deveria sair o tutano do osso do boi, escorria apenas o sangue da mãe de Crispim.
Porém, a velha senhora, antes de falecer, rogou uma maldição contra seu filho, que lhe foi atendida. A maldição rezava que Crispim transformasse-se em um monstro aquático, com a cabeça enorme no formato de uma cuia, que vagaria dia e noite e só se libertaria da maldição após devorar sete virgens, de nome Maria.
Com a maldição, Crispim enlouquecera, numa mistura de medo e ódio, e correu ao rio Parnaíba, onde se afogou. Seu corpo nunca foi encontrado e, até hoje, as pessoas mais antigas proíbem suas filhas virgens de nome Maria de lavarem roupa ou se banharem nas épocas de cheia do rio.
Alguns moradores da região afirmam que o cabeça de cuia, além de procurar as virgens, assassina os banhistas do rio e tenta virar embarcações que passam pelo rio.
Outros também afirmam que Crispim ou, o cabeça de cuia, procura as mulheres por achar que elas, na verdade, são sua mãe, que veio ao rio Parnaíba para lhe perdoar. Mas, ao se aproximar, e se deparar com outra mulher, ele se irrita novamente e acaba por matar as mulheres.
Só sei que o cabeça de cuia até hoje não conseguiu devorar nem uma virgem de nome Maria.
Mesmo assim, todo cuidado é pouco.
Saudações Florestais !
31 comentários:
E espero que não consigua devorar nenhuma virgem...
Fique com Deus, menina Silvana.
Um abraço.
Uau!
Mesmo assim há de despertar medo ouvir qualquer barulho quando se está a beira do rio sozinho. rsrsrsrs
Silvana, é sempre interessante passar por aqui e ler histórias como essa.
Gosto também da foto das meninas (onde uma conta algo no ouvido da outra). Se me permite, ainda postarei algo sobre elas.
Que você tenha um ótimo fim de semana.
Abraços
Nossa! Que trabalho maravilhoso! Sou apaixonada pela cultura popular. Parabéns pelo trabalho e com certeza irei voltar muitas vezes!
NOOSSA,SILVANA,AMEI SEU BLOG,AINDA FORMADA EM LETRAS, SEMPRE FUI BOA ALUNA DE PORTUGUES, PASSEI NO VESTIBULAR, NUMA UNIVERSIDADE ESTADUAL,MAS OPTEI POR SERVIÇO SOCIAL, AMO CANTAR TB!!!
ME DEU MEDO DO CABEÇA DE CUIA,KKK,ADORO PESSOAS Q PESQUISAM A CULTURA BRASILEIRA,PARABÉNS!!!SEGUIREI VC COM MUITA HONRA!!
MELHORAS PARA OS OLHOS!!!BJ NA ALMA!!!
Elane
Eu podia tomar banho a vontade nesse rio pois o meu nome não é Maria,esperemos que nunca encontre nenhuma,bjs
Oi Silvana, já adotei esse caminho, obrigada por ter me covidado. Vou aproveitar bastante essa viagem ao inconsciente coletivo do bicho homem. Além do mais o site está linnnnnnndo. Um abraço fraternal. Maria Teresa Reginato.
Eu sei que "foi desse jeito que eu ouvi dizer", mas sou da filosofia que toda lenda encerra um pouco de verdade...
E quem mata a própria mãe merece todo os castigo possivel...
Fique com Deus, menina Silvana.
Um abraço.
Boa tarde, Silvana!
Li, o que pude, da sua magnífica postagem. É claro que voltarei! E passo a segui-lá desde já!
Bom domingo, Bom Novembro, Positividade, Alegria, e tudo se resolverá, tenha fé, sei como é, acredite, simpatizo com você :)))
Beijos e abraços,
Renata Cordeiro
PS: Volte quando puder. No seu ritmo, ok?
tenho receio, não medo... receio.
rs
Olá Silvana!
Obrigada pela visita e por me seguir!
Parabéns pelo teu blog e por este texto maravilhoso!
Desejo as tuas melhores e deixo-te um beijo de Portugal!
Ah..., gostei e vou seguir-te!
Silvana,
Cheguei aqui e gostei muito de teu blog. Obrigada pela visita ao meu e vamos nos visitar sempre.
GRande abraço !
Maldição de mãe? Vixe ... é fogo!
Beijos Silvana.
Olá Sivana,
Maravilhoso blog, adoro cultura popular e gostei muito do que escreves-te.
Obrigado pela visita e pelas tuas palavras, o meu blog não tem temática definida, escrevo sobre o que mais capta a atenção no momento.
Desejo as tuas melhoras.
Muitos beijinhos,
Manuela
Vim retribuir sua agradável visita, que espero repita muitas vezes.
Acho bem interessante este trabalho acerca da cultura popular, sim.
Voltarei, claro.
Boa semana.
Bom descobrir lendas populares - fazem parte da herança de um povo que é interessante preservar...
Gostei imenso do texto e obrigada pela sua visita...
Espero que melhore e volte...
Até já
Beijos e abraços
Marta
Silvana, gostei da sua história, muito interessante. Vou voltar por mais.
Cariños.
Olá Silvana obrigada pela tua visita vou voltar com toda a certeza gostei do teu cantinho eu se fosse tomar banho nesse rio tinha medo pois sou Maria só não sou é virgem hi hi hi beijo aqui de portugal
Nossa Senhora, Silvana, essa foi de dar medo !
E a mãe é bem diferente daquela da música "Coração Materno", do Vicente Celestino.
Tanta imaginação tem o ser humano...
Beijo
PS: Veja se v. consegue descobrir quem sou eu, na foto da minha última postagem.
Olá Silvana, eu também visitei seu blogger e me identifiquei muito com ele, pois encontrei muitas coisas parecidas com o meu. Seja sempre bem vinda e com certeza irei visitar mais vezes. Grande abraço
Silvana,
Seu trabalho de resgate da cultura popular é magnífico.
Parabéns pelos textos tão cheios de mistérios,
saudaçoes florestais.
Olá Silvana,
Recebi sua visita em meu blog, o que me deixou muito feliz! Gosto muito de histórias e achei o seu trabalho muito bonito e interesante. Parabéns!
Um abraço
Renata Trugillo
Olá Silvana, adorei conhecer seu blog e ler suas histórias de arrepiar. Sou formadora do gestar em Pará de Minas - MG e vou seguir você. Abraço! Simone
Adorei o seu blog Professora, ótima semana e um grande beijo.
Parabéns pelo seu trabalho. O país precisa muito de pessoas preocupadas com cultura. Indicarei seu blog a outros professores e alunos.
Abraço
Você tem toda razão Silvana !
Estou gostando muito de ler essas estórias ! Seu blog é muito bonito e original !
:)
Silvana,
Gostei muito do seu blog. É como um oásis, com o frescor e a criatividade que caracterizam a vida num ambiente natural.
parabéns pelo seu trabalho e, pode apostar, estarei sempre parando por aqui para tomar um pouco de água fresca e ouvir histórias sob a sombra daquela árvore.
Abraços.
Silvana:
Vim retribuir a visita
e fiquei encantada com
seu blog...
Que maravilha!
Vou ser seguidora do seu blog
com prazer.
Adorei tudo o que encontrei aqui.
Vamos ser amigas na blogosfera?
Um grande abraço.
O seu blog está lindo demais!
Adorando!
Sou antropóloga e estou achando ele super antropológico!
Parabéns! Voltarei mais vezes por aqui!
De passagem por aqui em resposta à sua visita aos Sempre Jovens, gostei do que li e vi e por esse motivo voltarei , espero que o mesmo se passe consigo. As suas histórias são muito interessantes e revelam a cultura popular do seu País.
Um abraço amigo.
Oi, Sil! Tem selinhos pra vc lá no blog.
Bjinhos ;)
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