segunda-feira, 30 de agosto de 2010

A ÁRVORE DA VITALIDADE: O GUARANÁ.



Um casal de índios pertencentes a tribo Saterê- Mauê (AM), viviam junto por muitos anos sem ter filhos, mas desejavam muito ser pais. Um dia eles pediram a Tupã para dar-lhes uma criança a fim de que pudesse então, completar aquela felicidade. Tupã, o rei dos deuses, sabendo que o casal era cheio de bondade, atendeu o desejo trazendo a eles um lindo e saudável menino.

O tempo passou rapidamente e o menino cresceu bonito, generoso, forte e bom. No entanto, Jurupari, o deus da escuridão, sentia uma extrema inveja do menino e da paz e felicidade que ele transmitia, e decidiu ceifar aquela vida em flor.

Um dia, o menino foi coletar frutos na floresta e Jurupari aproveitou-se da ocasião para lançar sua vingança: transformou-se em uma serpente venenosa e mordeu o menino, matando-o instantaneamente.

A triste notícia se espalhou rapidamente. Neste momento, trovões ecoaram e fortes relâmpagos caíram pela aldeia. A mâe, que chorava em desespero, entendeu que os trovões eram uma mensagem de Tupã, dizendo que ela deveria plantar os olhos da criança e que deles uma nova planta cresceria dando saborosos frutos.

Os índios obedeceram aos pedidos da mãe e plantaram os olhos do menino. Neste lugar cresceu o guaraná, cujas sementes são negras, cada uma com um arilo em seu redor, imitando os olhos humanos.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

A LAVADEIRA MASCARADA.






A "lavadeira mascarada", é um pássaro bem resistente,  figurinha fácil de se encontrar nos grandes  centros urbanos .
Tem a mania de procurar seus pares nas margens de rios e córregos.
É uma ave misteriosa,  cheia de mitos e crendices: dizem que não se podem alvejá-las, porque foram elas quem lavaram as roupas de Nossa Senhora, sujas do sangue de seu filho Jesus.
Quem se atrever, vai é direto para o inferno.


Um menino, duvidando da história, apontou o bodoque para abater o tal pássaro,  viu foi a imagem do capeta na sua frente.
Dizem que o  moleque está correndo até hoje.
Esta história foi contada por um amigo lá de Salvador, chamado José Walter Seixas :
ele jura que é verídica !


domingo, 8 de agosto de 2010

A ORIGEM DO DIA DOS PAIS.


Ao que tudo indica, o Dia dos Pais tem uma origem bem semelhante ao Dia das Mães. Pelo menos é o que mostra a tradição norte-americana. Em ambas as datas, a idéia inicial foi praticamente a mesma: criar datas para fortalecer os laços familiares e o respeito por aqueles que nos deram a vida .

Estados Unidos

Em 1909 Sonora Louise Dodd, filha do veterano da Guerra Civil, John Bruce Dodd, ao ouvir um sermão de sua mãe, teve a idéia de celebrar o Dia dos Pais. Sonora, de Washington, queria um dia especial em homenagem ao pai, que viu sua mulher dando a luz ao sexto filho, tendo que criar o recém-nascido e seus outros cinco filhos sozinho. Já adulta Sonora sentia-se orgulhosa de seu pai ao vê-lo superar todas as dificuldades sem a ajuda de ninguém; foi destemido e amável. Então, já que John Bruce Dodd, pai de sonora, nascera no mês de Junho, ela escolheu celebrar o primeiro Dia dos Pais em Spokane, Washington, no dia 19 de junho de 1910.

Por fim, em 1924 o presidente Calvin Coolidge, apoiou a idéia de um Dia dos Pais nacional e, finalmente, em 1966, o presidente Lyndon Johnson assinou uma proclamação presidencial declarando o terceiro Domingo de Junho como o Dia dos Pais.

Brasil

Já no Brasil, quem importou a data foi o publicitário Sylvio Bhering. Instituído no dia 14 de Agosto de 1953, período que coincidiu com o dia de São Joaquim, patriarca da família, atualmente é comemorado no 2º domingo do mês de agosto, sendo a data brasileira diferente da americana e européia.

O Dia dos Pais pelo Mundo


Pelo menos onze países também comemoram o Dia dos Pais à sua maneira e tradição. Na Itália e Portugal, por exemplo, a festividade acontece no mesmo dia de São José, 19 de março. Mesmo com a ligação católica, essa data ganhou destaque por ser comercialmente interessante.

Reino Unido

    No Reino Unido, o Dia dos Pais é comemorado no terceiro domingo de junho, sem muita festividade. Os ingleses não costumam se reunir em família, como no Brasil. É comum os filhos agradarem os pais com cartões, e não com presentes.
 
Argentina

    A data na Argentina é festejada no terceiro domingo de junho com reuniões em família e presentes.
 
Grécia

    Na Grécia, essa comemoração é recente e surgiu do embalo do Dia das Mães. Lá se comemora o Dia dos Pais em 21 de junho.
 
Portugal

    A data é comemorada no dia 19 de março, mesmo dia que São José. Surgiu porque é comercialmente interessante. Os portugueses não dão muita importância para essa comemoração.
 
Canadá

    O Dia dos Pais canadense é comemorado no dia 17 de junho. Não há muitas reuniões familiares, costuma ser uma data mais comercial.
 
Alemanha

    Na Alemanha não existe um dia oficial dos Pais. Os papais alemães comemoram seu dia na mesma data que Jesus Cristo ressuscitou. Eles costumam sair às ruas para andar de bicicleta e fazer piquenique.
 
Paraguai

    A data é comemorada no segundo domingo de junho. Lá as festas são como no Brasil, reuniões em família e presentes.
 
Peru

    O Dia dos Pais é comemorado no terceiro domingo de junho. Não é uma data muito especial para eles.
 
Austrália

    A data é comemorada no segundo domingo de setembro. E a comemoração é igual ao do Brasil, com direito a muita publicidade.
 
África do Sul

    A comemoração acontece no mesmo dia do Brasil, mas não é nada tradicional.
 
Rússia

    Na Rússia não existe propriamente o Dia dos Pais. Lá os homens comemoram seu dia em 23 de fevereiro, a chamada data "o dia do defensor da pátria" (Den Zaschitnika Otetchestva).

Ser pai não é para qualquer um... não mesmo! Fortes, protetores, ou mesmo atrapalhados, eles inspiraram inúmeros criadores a explorar suas histórias. Aventuras, comédias ou dramas.
A verdade é que todo dia é dia dos Pais! E o maior presente que você pode dar a ele, todos os dias, é dizer sempre o quanto você o ama. Afinal de contas, se: "mãe é mãe", "pai é pai", não é?

sexta-feira, 23 de julho de 2010

MOSSORÓ (RN), A CIDADE DA RESISTÊNCIA.



Mossoró, cidade localizada no Rio Grande do Norte, já foi conhecida como cidade abolicionista. Hoje tem gente que pensa em mudar o nome da cidade para Cidade da Resistência, afinal Mossoró foi o único município a resistir ao ataque de Virgulino Ferreira, o "Lampião".
Nos primeiros 25 anos do século passado, Mossoró era conhecida apenas como uma cidade abolicionista, pelo fato de ter libertado os escravos  cinco anos antes  da Lei Áurea, em 1883.
Mas, em 1927, com a vitória frente os cangaceiros, Morroró conseguiu uma outra marca, uma espécie de slogan, que todos que moram por lá, fazem questão de exaltar: a marca da "resistência".
Essa palavra de 11 letras está presente em todos os cantos da cidade, dando nomes a monumentos, bairros, prédios públicos, emissora de rádio e até uma ponte que, por enquanto, só foi projetada.
O termo "resistência" é tão forte, que muitos consideram uma opção alternativa de nome para a cidade. Já pensou, ao invés de  Mossoró, cidade Resistência ?

A Resistência ainda desperta muitas curiosidades por parte dos historiadores, o assunto já deu mote para dezenas de livros,  e a expectativa é que venham mais por ai. Na biblioteca Municipal, os títulos que tratam da Resistência são muito procurados, e estão acessíveis a todos. Entre as obras já publicadas sobre o tema, uma das mais importantes é a do pesquisador Raimundo Soares de Brito.
Do papel para a telona , a Resistência já foi parar no cinema. O filme "Cidade de Quatro Torres" , de 1995, é a primeira produção visual feita sobre o ataque de Lampião a Mossoró.
Hoje, a marca Resistência é mais forte no Memorial, que foi construído há três anos com o objetivo de resgatar toda essa história . Dividida em quatro partes temáticas, o espaço virou cartão postal da cidade junto com um espetáculo grandioso, o "Chuva de bala no país de Mossoró".

(Fonte: Via Brasil)

sexta-feira, 16 de julho de 2010

QULOMBOLA CAFUNDÓ PRESERVA A TRADIÇÃO.

Um ritual criado há 120 anos une a religião católica e a cultura quilombola, numa comunidade de descendentes de escravos, em Salto de Pirapora, no interior de São Paulo. A festa que celebra a preservação da cultura negra, tem procissão, capoeira e muita dança.
Os últimos raios de sol se perdem no horizonte, e a noite que se aproxima abre espaço para a cultura de um povo. No quilombo Cafundó, em Salto de Pirapora, a tradição está nos pés das novas gerações que aprendem sobre o passado. O jongo era uma dança que os negros faziam nas senzalas, tantos nos momentos tristes, como os de alegria. A capoeira, outra dança que chegou com os escravos, também está presente nessa grandiosa festa.
A todo momento as tradições africanas são preservadas nesta comunidade, que surgiu em 1876, doze anos antes da abolição da escravatura. Naquela época, um fazendeiro da região, libertou 12 de seus escravos e doou algumas de suas  terras, foi o que deu origem a  essas duas famílias que vivem hoje no Cafundó. Atualmente, este quilombo tem 105 moradores, descendentes de africanos e das duas familias que chegaram aqui.
A religião também é relevante nesta cultura, e a celebração mais importante da comunidade é a festa dos padroeiros São Benedito e Nossa Senhora Aparecida. A procissão tem início, e a caminhada é pelas ruas de terra da comunidade. As velas são a única iluminação: homens carregam o andor de São Benedito e andam até a casa mais distante do povoado.
As mulheres saem depois, e carregam a imagem de Nossa Senhora Aparecida. A procissão vai por um outro ponto, onde param a espera, em oração e cantos, a volta dos homens.
A procissão termina na capela da comunidade, quando as imagens dos santos são colocadas no altar. As velas levadas pelos devotos, ficam junto à santa cruz. Logo começa a celebração.

Mais um ano de demonstração de fé. 
A tradição foi mantida.

Fonte: Via Brasil.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

BARÃO DE JUPARANÃ: UMA CIDADE ONDE TODOS SÃO PARENTES.


Uma história antiga une as pessoas do município de Valença, no Estado do Rio de Janeiro. Lá, os moradores costumem dizer que todos são primos.
E não é que é verdade?
É porque quase todos os moradores são descendentes do Barão de Juparanã. Considerado uma pessoa excêntrica, Barão de Juparanã morava sozinho, e quase não saía de casa. Mas, segundo pesquisas, teve 25 filhos com cinco escravas alforriadas por ele. E os descendentes lutam para preservar a história da família. 
A cidade foi batizada com seu nome - Barão de Juparanã - ,localizada no distrito de Valença, no Estado do Rio de Janeiro, um vilarejo que cresceu numa fazenda no século XIX. O que Barão de Juparanã tem de especial são os moradores, pois a maioria das pessoas descendem do mesmo sobrenome - Nogueira da Gama. Manoel Jacinto ou Barão de Juparanã, teve 25 filhos e todos moraram neste lugar. O jovem branco de uma família influente do Império, teve seu primeiro filho aos 19 anos de idade. A última filha, nasceu dois meses depois de sua morte, em 1876. 
Um homem que enfrentou a sociedade da época, porque tinha cinco escravas alforriadas, e  com elas essa filharada. Relatos dizem que ele as tratava muito bem: levava para passear de carruagem, as vestia com modistas de Vassouras e Valença. Enfrentava o preconceito com a maior simplicidade.
E todos os seus herdeiros receberam a sua parte quando  morreu em 1876. A Fazenda Santana, uma de suas propriedades, foi dividida, cada um recebeu um pedaço de terra. 
Ainda hoje, há quem mantém na família recordação do passado, um passado que renasce:  a família nobre do Barão Manoel Jacinto Nogueira da Gama e suas cinco esposas negras, ex-escravas.

Fonte: Via Brasil.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

A CASA DAS SETE MORTES / BA.

Uma construção na capital baina é cercada de mistérios.
No centro histórico de Salvador (BA), a construção  conhecida como "casa das sete mortes",  gera polêmica entre os moradores da região.
Você já ouviu falar de uma casa assombrada bem  no centro histórico de Salvador?
As pessoas que moram e os que trabalham na vizinhança, contam histórias de aparições e barulhos. 
Abandonada há anos e tombada pelo patrimônio histórico, o solar, construído em 1605,  é um dos mais antigos do país. Conhecida como "a casa das sete mortes", a construção ainda é cercada de alguns mistérios.
Muita gente que vive na Ladeira do Paço, conta que não gostaria de passar uma noite dentro da tal casa. As crianças dizem que ela treme, as portas e janelas batem. Exagero de criança ? Creio que não. Um antigo morador da rua dá uma dica de como no passado o imóvel ficou com fama de mal assombrado:
- Disseram que a empregada era muito mal tratada pelos patrões. Cansada dos maus tratos, um dia resolveu se vingar: escolheu a  hora do almoço, quando as sete pessoas se reuniam à mesa, e colocou veneno na comida.
Segundo os arquitetos especialistas  do Instituto Patrimônio Artístico e Cultural do Estado, a casa é considerada a "avó" de todas as casas do Brasil. Nenhuma casa, em todo país, tem tantos elementos, tantos detalhes que remetam ao estilo residencial português, quanto este casarão.
Entrar na casa é mergulhar num passado de 400 anos atrás. Como comprovam gravuras e documentos, a casa já existia em 1605, descoberta essa que motivou a recuperação do imóvel: do lado de fora azulejos portugueses ( do século XVII) e do lado de dentro, as peças são inglesas: tudo restaurado. 
São vários tipos de piso, dos mais refinados - como do mármore carrara -,  aos bem rústicos ( os de pedra lascadas, tijolos de barro e cal).
No Arquivo Colonial  e Provincial consta, no  livro do Tribunal da Relação ( de 1755) - o equivalente hoje ao Tribunal de Justiça -  o caso das sete mortes:
"Padre Manoel Almeida Pereira morreu junto com outros dois pardos e um preto", consta no índice.
Portanto, não foram sete mortes, e sim quatro. 
Vizinhos que moram ao lado da casa, descobriram a origem de todo mistério:
- O que o pessoal fala sobre essas visagens, não tem nada  disso.
Existe muito "sariguê" pulando a noite. Pela manhã, ainda os encontramos  dormindo dentro das panelas, sacolas. Esse animal, andando no teto de madeira, dá a impressão de passos de pessoas.
Pronto. Está solucionado o mistério: na "casa das sete mortes" não tem fantasmas. 
Só que com isso, acaba a graça do Pelourinho.
Por outro lado, com mais esse imóvel pronto e recuperado, a história está garantida por muitos e muitos anos.

(Fonte: Via Brasil)

sábado, 26 de junho de 2010

CAVALGADA EM SÃO JOSÉ DO BELMONTE / PE.

Cavalgada em Pernambuco relembra lenda sertaneja do século XIX. O percurso acontece todo ano em São José do Belmonte (PE).
A lenda teve início com um sertanejo pernambucano que, inspirado em versos de cordel, liderou um grupo de fanáticos religiosos que acreditava no aparecimento de Dom Sebastião, rei de Portugal.O rei não apareceu, mas a história é relembrada todos os anos com a cavalgada de São José do Belmonte, em Pernambuco.
Para conclamar os cavaleiros, música regional e uma salva de fogos de artifício. São 33 km de cavalgada até a Pedra do Reino, mantendo-se a tradição no sertão pernambucano. Honra é liderar os cavaleiros, assim pensa quem é escolhido para ser rei ou rainha do evento. Os organizadores refazem o caminho de tropas do império. 
Em 1838, o major Manoel Pereira da Silva e seus homens, dirigiram-se à serra do Catolé para acabar com uma seita que incentivava suicídios, no antigo arraial de Pedra Bonita, hoje Sítio da Pedra do Reino, ponto final da cavalgada.
Hoje, este sítio é considerado um memorial, conservando um pedacinho da história do Brasil.

(Fonte: Via Brasil)

quarta-feira, 2 de junho de 2010

A FESTA DO PAU DA BANDEIRA.

Acostumado a ser intimidado com seqüestros, afogamentos e a ser pendurado pelos pés em troca de um bom casamento, Santo Antônio deve ficar aliviado quando a cidade de Barbalha, no sul do Ceará, vale do cariri, se enfeita  para homenageá-lo. 
"A festa de Santo Antônio de Barbalha é de primeira", já dizia o sanfoneiro Luiz Gonzaga. “É um fuzuê danado pra ver o pau da bandeira”. E no meio desse fuzuê, tem banho de lama, bastante cachaça e muita vontade das moças de arrumar um bom partido. Ritual é o que não falta. A festa, conhecida também como "Pau da Bandeira", acontece no mês de junho com algumas particularidades:
Tudo começa no sábado anterior ao primeiro domingo do mês, quando saem às ruas as mulheres casadoiras com mais de 30 anos, conhecidas como as "solteironas de Barbalha". São elas as principais interessadas no festejo, que tem seu ápice no hasteamento do tronco de até duas toneladas. Missas, apresentações folclóricas e shows profanos preparam o povo para o grande momento da chegada do “pau”, carregado pelos homens num trajeto de cerca de cinco quilômetros.
Então, é a hora das solteironas entrarem em ação. Para espantar a maldição da solteirice, elas avançam rapidamente em direção ao tronco, tocando, e até se esfregando nele. As mais afoitas, ainda assinam o nome na bandeira  com a imagem do santo - vale tudo para ter uma ajudinha extra. Há quem prefira evitar a multidão: essas tem a opção de comprar produtos que possuem as propriedades do pau. Na quermesse, as solteironas oficiais  faturam – se não um marido, ao menos algum dinheirinho: chá de lasca do pau  e terço com pedaços do tronco, são opções. Este último vem com a seguinte oração: “Santo Antônio, meu Santo Antônio, meu amado padroeiro, arranjai-me um bom marido, e eu o louvarei o ano inteiro”. E ainda acompanha indicação: “Reze este terço durante 13 dias e aguarde o milagre!”.  Xique !
E observa: “Tudo depende da  fé".
Portanto, se você é solteirona e deseja arranjar um casamento, corra porque ainda dá tempo. Os festejos se encerram no dia 13 de junho - dia do santo - com a procissão.
Devotos de Santo Antônio, os carregadores aproveitam o cortejo para se divertir. Além dos carros de bebida, paredões de som animam a população - forró é o ritmo mais tocado. Mas a festa tem um animador oficial: ao microfone, num carro de som, ele incentiva os carregadores o tempo todo.
Quanto as piadas de duplo sentido, o pároco da cidade diz que já se acostumou, e garante que existe muito folclore em meio à festa. 
Será ? 
.............................

Luiz Gonzaga, o rei do baião, canta:
"A festa de Santo Antônio em Barbalha é de primeira." 
(música de Alcymar Monteiro)
Festa tradicionalíssima em homenagem a Santo Antônio. 
Barbalha,cidade conservadora se transforma numa festa realmente popular em que o sagrado e profano se interagem. 
Folclore e cultura bem peculiar da região do cariri cearense,bem no sopé da serra do Araripe.
Verdadeiro oásis em plena caatinga nordestina. 
Povo trabalhador, alegre e devoto do santo casamenteiro e do taumaturgo do nordeste Pe. Cícero.
Viva a festa de Santo Antônio de Barbalha!

sexta-feira, 21 de maio de 2010

ANA JANSEN E A SUA CARRUAGEM FANTASMA.


Uma rica comerciante do século XIX transformou-se num fantasma mais famoso do Maranhão:
Em São Luís existiu uma mulher muito poderosa, dona de quase todo patrimônio arquitetônico da cidade e, conseqüentemente, ela tinha uma influência muito grande na política local.
O nome dela era Donana Jansem ou Ana Jansem como era mais conhecida. Ela viveu há mais de 100 anos, mas o povo ainda continua falando dela.
Dizem, que Ana Jansem era uma pessoa muito perversa com os escravos. Quando queria castigá-los, ela os colocava pendurados de cabeça para baixo dentro do poço e os esquecia ali. Nas noites, ouviam-se os gemidos e os gritos dos escravos.
A família de Ana Jansem garante que tudo é intriga da oposição, porque naquela época uma mulher não podia ter o mesmo poder de mando que um homem. Ana Jansem não era letrada, mas era uma mulher mão-de-ferro.
Ela foi uma figura extremamente importante para a época e para o desenvolvimento de São Luís. Por causa desse poder que exercia junto a cidade, Ana Jansem tornou-se uma lenda famosa e apavorante:
Dizem, que por ter se comportado mal em vida, Ana Jansem teve seu castigo após a morte: foi condenada a vagar eternamente pelas ruas da cidade. Nas noites de sexta-feira, lua cheia, aparece uma carruagem conduzida por um negro sem cabeça.
Uma carruagem puxada por mulas sem cabeça jorrando línguas de fogo. Ana Jansem aparece vestida de negro trazendo no pescoço um cordão de ouro com o brasão de sua família. A carruagem percorre toda região da Praia Grande, justamente onde ela morava.
Quem cruza o caminho da carruagem fantasma tem que aceitar uma vela oferecida pela própria Ana Jansem, uma vela que depois se transforma em osso humano.
Quem mora no Maranhão garante escutar a carruagem com suas rodas rangendo durante a noite.

E você, gostaria de cruzar com Ana Jansem no meio da noite?

sábado, 15 de maio de 2010

O REI DA JABUTICABA PRETA.


O homem se sentia o próprio Rei da jabuticaba preta. A que ele vendia, era preta de tinir, mais gordinha do que as outras e super doce. A melhor jabuticaba vendida no Mercado Municipal dos Montes Claros. Indiscutivelmente, a melhor e maior de todo o Norte de Minas. A jabuticaba de Antônio de Maria Rita.
O preço das mesmas e
ra salgado, mas o produto de primeira. Só atendia sob encomenda, feita sempre com uma semana de antecedência.
O pagamento era em moeda corrente e no ato da entrega. Dona Belarmina fizera a encomenda e no sábado fora apanhar o produto, para o deleite de suas netas que vieram da Bahia e, chegando ao mercado só encontrou o espaço demarcado vazio.
Nada do rei da pretinha!
No sábado seguinte, lá estava a Dona Bela, bem cedo, fazendo a sua queixa ao Rei da jabuticaba preta. Este, macio que ele só, contou o incidente que lhe havia privado do fornecimento habitual das jabuticabas aos clientes, no sábado anterior.
O fato se dera disse, quando subiu a serra na sua propriedade, como habitualmente fazia nas sextas-feiras à tardinha, para apanhá-las.
Carregou a lata de 18 quilos, de suculentas jabuticabas, aprontou a rodilha de pano na cabeça, ato contínuo, desceu o morro. Lá vai Antônio com a lata de jabuticabas.
Andando a passadas largas nos seixos miúdos no chão da serra, o barulho das alpargatas, chap... chap...chap!
Já escurecendo; só a luz da lua, de repente ao levantar o pé direito em mais um passo, pasmem! Atravessada na trilha, dormindo profundamente, uma onça pintada. Foi Deus que não a deixou acordar com o barulho até então.
O rei da pretinha ficou parado, a lata foi pesando na sua cabeça, o tempo passando, e ele sem fazer barulho para não acordar a “bicha feroz’.
De repente o pensamento fatal! Ela vai acordar de manhã, com a barriga vazia, vai me ver e, adeus o rei da jabuticaba”.
A lata foi pesando, o pescoço afundando, doendo horrivelmente, o desespero chegando, e aí bateu a intuição! Tirou a lata da cabeça calmamente, encostou-a numa moita de unha de gato ao seu lado direito, tudo lentamente; inclinou a lata aos poucos, e as jabuticabas foram escorrendo pelas ramas sem fazer barulho.
Estando o recipiente vazio, virou-o de boca para baixo... Aproximou do escutador da pintada e, emitindo um grito apavorante, deu uma tapa nos fundos da lata: Paaa!...A fera deu um salto vertiginoso; deu um segundo e um terceiro salto, urrando, e desapareceu bufando em desabalada carreira, só se via galho quebrando! O pau cantou na casa de Noca.

Dona Bela que assistira ao trágico relato ficou patética! Pode entender o atraso na entrega da sua encomenda, e conformou com o preço aumentado recentemente do produto; não era fácil conseguir jabuticabas como aquelas. 
Só mesmo o Rei da jabuticaba preta, o primeiro e único da terra do Figueira.


quinta-feira, 13 de maio de 2010

AS MANGAS JASMIM DE ITAMARACÁ.

Dona Sancha Coutinho, meia-moça de rara beleza, tinha apenas quinze anos de idade, mas já não faltava quem pretendesse casar com ela. Seu pai, um rico senhor de engenho de nome João Coutinho, por certo teria planos definidos para seu futuro.
Quase vizinho da família, vivia o jovem Saldanha e Albuquerque, que se apaixonou por dona Sancha e pretendia tomá-la como esposa.
Um dia ganhou coragem, dirigiu-se ao engenho do senhor João e pediu para falar com ele a esposa:
- Senhores, o assunto que aqui me traz diz respeito a vossa filha, dona  Sancha. Há muito tempo a admiro; por isso, venho pedir a sua mão em casamento. Desde agora juro amá-la com todo o respeito.
Oh, que desilusão! Os pais da menina rejeitaram o pedido do jovem apaixonado. Porém, o que eles não sabiam é que a dona Sancha também amava Saldanha e Albuquerque e não aceitaria se casar com nenhum outro.
O jovem partiu, muito triste, e a menina moça também ficou desolada. Saldanha e Albuquerque, desgostoso da vida, ingressou no exército e foi combater os holandeses que tentavam tomar as terras brasileiras. Foi valente, foi herói, até que num combate em pernambuco, ficou ferido e quase morreu. Acabou salvando-se, mas não pode mais combater. Foi então que decidiu tornar-se padre, o padre Aires, como passou a se chamar.
Certo dia, em visita à cidade de Olinda, foi até a ilha de Itamaracá.
Ansioso para saber de sua amada, perguntou pela família de João Coutinho. O casal já havia falecido, mas Dª. Sancha jamais se casara e continuava vivendo no mesmo lugar; sempre triste e saudosa.Aproximou-se da casa. Dona Sancha, que naquele mesmo instante passava pela janela, viu-o e logo reconheceu o seu amado. Só que o seu coração não aguentou a emoção e dona Sancha acabou morrendo.
Que grande, que profunda dor do padre Aires ! Então, para que a beleza de sua amada fosse lembrada para sempre, ele plantou uma mangueira em seu túmulo. Quando a árvore deu frutos, eles tinham um aroma e um sabor diferente e delicado...
Foi assim que, deste amor eterno, surgiram as mangas jasmim de Itamaracá.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

A MORADA DO NEGRO D'ÁGUA.

Eu ouvi dizer que um tal de Negro D’Água ou Nego D’Água habita diversos rios, tais como o rio Tocantins e o  São Francisco. 
O cara é tão famoso por aquelas bandas, que até  possui um monumento em sua homenagem, feito pelo  escultor juazeirense Ledo Ivo Gomes de Oliveira, obra esta com mais de doze metros de altura e que foi construída dentro do leito do rio São Francisco exatamente na cidade de Juazeiro (Bahia).
Eu que não sou besta, fui  até lá para conferir. 
E não é que é verdade, gente ?
A prova está ai nesta foto que tirei.

Esta é uma lenda bastante comum entre os ribeirinhos, principalmente pelos lados da região centro-oeste do Brasil, muito difundida entre os pescadores, dos quais muitos dizem já ter o visto.
Segundo a lenda, Negro D’Água, costuma aparecer para pescadores e outras pessoas que estão em algum rio.

Não se há evidências de como surgiu esta lenda, o que se sabe é que o Negro D’água só habita os rios e raramente sai deles.
Sua função seria o de preservar os seus leitos daqueles que procuram as suas riquezas e também daqueles que não preservam a sua santa morada, amedrontando as pessoas que por ali passam, como partindo anzóis de pesca, furando redes, provocando enchentes, derrubando embarcações ou  dando sustos em pessoas.
A punição varia, dependendo daquilo que a pessoa estiver fazendo.

Manifestando-se com suas gargalhadas, preto, careca e mãos e pés de pato, não  é que o talzinho derruba mesmo canoa dos pescadores  se eles se lhe recusarem devolver os peixes?
Sua característica é muito peculiar, ele seria a fusão de homem negro alto e forte, com um anfíbio. Apresenta nadadeiras como de um anfíbio, corpo coberto de escamas mistas com pele. Um horror de se ver.

Em alguns locais do Brasil, ainda existem pescadores que, ao sair para pescar, levam uma garrafa de cachaça e  atiram para dentro do rio, para que não tenham sua embarcação virada.
Só que isso só deixa o Negro D'água mais furioso, porque ele não gosta que polua a sua moradia.

E  se você  tem por hábito não respeitar a morada de Negro D'Água, muito  cuidado.

Parece que ele não está de brincadeira.

sexta-feira, 30 de abril de 2010

A ONÇA DO CANADÁ.

Hoje é dia de onça
Hoje tem lua cheia
Sai da beira do caminho
Que o perigo rodeia.
Nunca ande sozinho
Na mata que o rodeia.

Essa é uma história muito antiga. Na noite de lua cheia, a onça do Canadá assombra muita gente.
O Canadá é uma localidade próxima dos arredores de Pindaré-Mirim, lá no Maranhão. Quem passasse pela localidade do Canadá e não se benzesse três vezes e rezasse três ave-marias, podia contar que seria atacado pela onça do Canadá.
Numa daquelas noites de lua cheia, uma moça que estava grávida, começou a sentir as dores do parto. Era sexta-feira, a lua estava cheia. O marido, coitado, não teve escolha. Para chegar até a cidade, tinha de passar pela mata fechada onde a onça costumava ficar escondida.
O coitado para não ir sozinho, foi busca o compadre da direita e o compadre da esquerda e como ninguém era besta, cada um levou se facão para se proteger. O outro mais medroso, disse:
- E agora, compadre, e a onça? Vamos encarar a danada?
O outro mais valentão respondeu:
- Usei! Somos três. A gente dá conta do recado.
E lá se foram os três, até que no coração da mata ouviram o som estridente da onça. Ao ouvirem o segundo grito, a onça saltou da moita. Cada um pegou seu facão e partiram para cima da danada. Encurralada, a onça tratou logo de fugir dos três mosqueteiros, mas não escapou de ficar toda retalhada.
O mais surpreendente foi no dia seguinte quando descobriram que uma velha feiticeira, que morava nas proximidades do Canadá, tinha aparecido morta na porta da sua casa, toda cortada e ensangüentada.
Chegou-se a conclusão, então, que a onça do Canadá era esta feiticeira que, nas noites de lua cheia, se transformava no tão temido e famigerado animal que mete muito medo até hoje.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

ERA UMA VEZ...

Era uma vez... numa terra muito distante...uma princesa linda, independente e cheia de auto-estima.
Ela se deparou com uma rã enquanto contemplava a natureza e pensava em como o maravilhoso lago do seu castelo era relaxante e ecológico...
Então, a rã pulou para o seu colo e disse: linda princesa, eu já fui um príncipe muito bonito.
Uma bruxa má lançou-me um encanto e transformei-me nesta rã asquerosa.
Um beijo teu, no entanto, há de me transformar de novo num belo príncipe e poderemos casar e constituir lar feliz no teu lindo castelo.
A tua mãe poderia vir morar conosco e tu poderias preparar o meu jantar, lavar as minhas roupas, criar os nossos filhos e seríamos felizes para sempre...
Naquela noite, enquanto saboreava pernas de rã sautée, acompanhadas de um cremoso molho acebolado e de um finíssimo vinho branco, a princesa sorria, pensando consigo mesma:

- Eu, hein?... nem morta!


- Luís Fernando Veríssimo -

domingo, 18 de abril de 2010

O SOM MELODIOSO DE UAKTI.


 Uma antiga lenda nos conta que há muitos anos  existiu na Terra um ser mágico chamado Uakti. Por ser mágico, o seu corpo era repleto de buracos que, ao serem penetrados pelo vento, produziam sons  harmônicos, de grandiosa beleza. Esses sons melodiosos encantavam as mulheres da aldeia dos índios Tucanos, as quais por Uakti rapidamente se apaixonavam.
Despeitados e com ciúmes de Uakti, os homens da aldeia  se uniram para matá-lo. A violência foi tão grande, que do seu corpo só restou alguns pedaços, rapidamente enterrados próximo da aldeia.
 Só que para surpresa dos Tucanos, primaveras mais tarde, exatamente naquele local onde esse ser mágico fora brutalmente assassinado e enterrado,  brotaram plantas cilíndricas e longas, curiosamente ocas: nascia ali um bambuzal. E quando o vento soprava entre os bambus, produzia o mesmo som encantador de Uakti.
 Foi então, que os homens da aldeia se deram conta que poderiam produzir instrumentos para seduzirem as mulheres.
Dessa forma,  passaram a fazer flautas de bambu para encantar suas amadas com a beleza do som do instrumento.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

A HISTÓRIA DO CAFÉ.

Aceita um cafezinho ?

Hoje é o dia Internacional do Café, alguém sabe como começou essa história?

Não há evidências reais sobre a descoberta do café, mas existem algumas lendas que relatam sua possível origem.

Uma das mais aceitas e divulgadas é a do pastor Kaldi, que viveu na Absínia, hoje Etiópia, há cerca de mil anos. Ela conta que Kaldi, observando suas cabras, notou que elas ficavam alegres e saltitantes, e que esta energia extra se evidenciava sempre que mastigavam os frutos de coloração amarelo-avermelhada dos arbustos existentes em alguns campos de pastoreio.

O pastor notou que as frutas eram fonte de alegria e motivação e, somente com a ajuda delas, o rebanho conseguia caminhar por vários quilômetros por subidas infindáveis.

Kaldi comentou sobre o comportamento dos animais a um monge da região, que decidiu experimentar o poder dos frutos. O monge apanhou um pouco das frutinhas e levou consigo até o monastério.
Ele começou a utilizá-los na forma de infusão, percebendo que a bebida o ajudava a resistir ao sono enquanto orava, ou em suas longas horas de leitura do breviário.
Esta descoberta se espalhou rapidamente entre os monastérios, criando uma demanda pela bebida. As evidências mostram que o café foi cultivado pela primeira vez em monastérios islâmicos no Yemen.

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Em 1727 o sargento-mor Francisco de Melo Palheta, a pedido do governador do Estado do Grão-Pará, lançou-se numa missão para conseguir mudas de café, produto que já tinha grande valor comercial.
Para isso, fez uma viagem à Guiana Francesa, e lá se aproximou da esposa do governador da capital Caiena. Conquistada sua confiança, conseguiu dela uma muda de café-arábico, que foi trazida clandestinamente para o Brasil.

Devido às nossas condições climáticas, o cultivo de café se espalhou rapidamente, com produção voltada para o mercado doméstico. Em sua trajetória pelo Brasil o café passou pelo Maranhão, Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Minas Gerais. Num espaço de tempo relativamente curto, o café passou de uma posição relativamente secundária para a de produto-base da economia brasileira.
Desenvolveu-se com total independência, ou seja, apenas com recursos nacionais, sendo, afinal, a primeira realização exclusivamente brasileira que visou a produção de riquezas.
Verdade ou não, foi desse jeito que eu ouvi dizer.
 
Nossa! Esse Francisco Palheta não era fraco (rs).


terça-feira, 13 de abril de 2010

DIA INTERNACIONAL DO BEIJO

O dia internacional do beijo foi criado por causa de um  italiano chamado  Enrique Porchelo que  beijava todas as mulheres que via pela frente, nem mesmo as casadas escapavam. 
Incomodado com o  fato, um padre francês  que morava na mesma vila do tal beijoqueiro, propôs pagar um prêmio milionário em moedas de ouro, para as únicas mulheres que conseguissem escapar do ataque do tal cidadão.
Vira daqui, remexe dali e nada. Todos os anos era a mesma coisa, não aparecia ninguém para receber o prêmio. 
Por causa disso, a quantia acabava sendo guardada e acumulada com a  do ano seguinte. E o saco só ia crescendo.
A população conta que nunca mulher alguma resgatou as tais moedas de ouro, já que o italiano Enrique Porchelo não dava mole e beijava todas. Acho até que elas gostavam.
Bem, o padre morreu frustrado, sem conseguir pagar o prêmio.
Conta a lenta  que as tais moedas de ouro ainda se encontram muito bem  escondidas, em algum lugar da vila italiana, só o padre sabia o esconderijo. Um saco cheio!
Por causa desse episódio, as pessoas passaram a comemorar o dia 13 de abril como o dia internacional do beijo.

 Essa história me fez lembrar um tal beijoqueiro português chamado José de Moura, taxista e morador do Rio de Janeiro, que beijava todos que encontrava pela frente, até o Papa e o Frank Sinatra não escaparam. 
Ô cara para gostar de beijar !
Quem é clássica como eu, lembra bem.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

O REI E O VASSALO.

A nossa vida é um texto
Que deve ser pontuado
De maneira cuidadosa
Porque um sinal errado
Por mais ingênuo que seja
Muda um significado.

Era uma vez, um rei. 
 Num certo dia, um de seus vassalos foi condenado à morte.
Todos os recursos
já haviam sido usados em sua defesa, mas, enfim, era chegado o triste momento.
O carrasco
seguia com ele em direção à forca.
O rei, disse:
- Um momento ! Vou dar-lhe a última chance, meu rapaz ! Uma vírgula, no lugar certo, poderá salvá-lo.
E escreveu a seguinte frase:

"Se a Lei condena eu não posso livrá-lo".

E aí? 
Se fosse você,onde colocaria a vírgula para salvar o vassalo?

(Desconheço a autoria da foto publicada acima)

quinta-feira, 8 de abril de 2010

A PEDRA DO PICO E A ALAMOA.

Eu ouvi dizer que lá pelas bandas de Fernando de Norinha, os antigos detentos do presídio da ilha  contavam que nas vésperas de tempestades, quase sempre à meia-noite, aparecia na praia uma mulher lindíssima, muito alta, com longos cabelos louros e completamente nua, dançando ao som do bater das ondas, iluminada pelos relâmpagos. Seus pés pareciam não tocar no chão e sim flutuar na areia. 
Era a alamoa, feminino de alamão (alemão), pois conforme a interpretação popular, mulher loura naquelas paragens só poderia ser alemã.
Aqueles que sucumbem a seus encantos vêem-na se transformar em um esqueleto. Para alguns, é uma alma penada, à procura de um homem forte que a ajude a desenterrar um tesouro escondido.
A pedra do Pico é a sua morada. Em noites de lua cheia, a pedra se fende, abrindo-se uma porta, por onde sai uma luz. 
A bela alamoa baila atraindo sua vítima. Aqueles que entram em sua morada, logo constatam com horror a terrível transformação. 
Seus belos e brilhantes olhos transformam-se em dois buracos e ela vira uma caveira horripilante. 
Então, a fenda se fecha e o pobre homem nunca mais é visto.
Seus gritos de pavor, no entanto, ainda ressoam no local durante muitos dias.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

UMA RECEITA DE FAMÍLIA.

Mais que ensinar a fazer pratos, os cadernos de culinária contam um pouco da história de cada um, afinal trocar receitas também é um ato de contar histórias.
Ao contrário do que se pensa, os primeiros livros de receitas não surgiram em decorrência dos cadernos. Os livros vieram antes. O primeiro de que se tem notícia chama-se "Auspicius Culinaris". 
Surgiu ainda na Idade Média e compreendia um conjunto de receitas reunidas por Auspicius, um festeiro e gourmet dos arredores de Roma, na Itália. 
Mas o livro de receitas tal qual o conhecemos, com ingredientes, quantidades, modos de fazer e ilustrações, foi uma invenção de chefes de cozinha das cortes reais européias, cuja preocupação era conservar as normas de fazer dos manjares, para que futuros chefes de cozinha seguissem o ritmo impecável dos sabores consagrados pelas cortes.
No Brasil, os primeiros livros de receitas vieram parar aqui com a chegada da família real, em 1808, que trouxeram ainda utensílios e alguns ingredientes de cozinha. Aos poucos, a cultura européia da cozinha foi sendo adaptada às condições tropicais da nossa terra. Com o passar do tempo, os portugueses começaram a ensaiar combinações corajosas na culinária e foram adaptando ao seu sabor, ingredientes brasileiros. Na falta de trigo, tentaram usar a mandioca; no lugar da castanha portuguesa, incluíram a castanha de caju. 
Apenas a partir do fim do século XIX, surgem no Brasil os primeiros cadernos de receitas propriamente ditos. Foi quando as mulheres passaram a ser alfabetizadas. As receitas, antes uma tradição oral, começaram então a ser anotadas. Tudo obra de avós ou mães que, ao arrumar o enxoval das filhas ou netas prestes a sair de casa, incluíam como item essencial um caderno repleto de receitas. Eles representam um legado daquilo que foi apreendido pelo gosto da família.  A tal ponto de surgirem iguarias com nomes de famílias, algumas tão antigas quanto os clãs que lhes deram origem.
Algumas famílias guardavam a sete chaves a receita de pratos tradicionais, que às vezes levavam o sobrenome de quem os criou. É o caso do "bolo Souza Leão", por exemplo, cuja fórmula foi guardada em segredo pela família homônima, de Pernambuco, por muito tempo. Sua receita - basicamente mandioca, ovos e muito açúcar - soa como um eco do passado, dos tempos em que, nas casas grandes dos engenhos de cana no Nordeste, sinhazinhas e mucamas iam preparar o doce colocando na mesma panela receitas portuguesas misturadas aos produtos da terra, como o coco e a mandioca. 
Em seu livro "Nordeste", o sociólogo pernambucano Gilberto Freyre diz que essa e outras receitas demoraram a ser popularizadas. "Não só pela sua natureza complexa como pelo ciúme de sinhás donas ilustres que conservam as receitas dos velhos bolos como jóias de família", escreveu Freyre. 
Com o passar dos anos, e em conseqüência do troca-troca de receitas entre famílias e amigas, elas ganharam as páginas dos jornais e revistas e viraram inclusive livros. O segredo do "Souza Leão" passou a ser, definitivamente, conhecido pelo Brasil inteiro no clássico "Açúcar - Uma Sociologia do Doce", escrito por Freyre e publicado pela primeira vez em 1939. 
O popular livro de receitas brasileiro "Dona Benta", foi publicado pela primeira vez em 1940 e chegou, ano passado, a sua 76ª edição. Trata-se de uma das publicações de cozinha mais vendidas no Brasil, com cerca de mil receitas atualizadas e coletadas junto às famílias tradicionais brasileiras.
Sim, cadernos de receitas representam a memória culinária de nossas famílias, seus traços afetivos. São ferramentas para se observar a vida cotidiana do nosso passado e presente. Isso já faz dos escritos culinários, por si só, narrativas preciosas. Um patrimônio. Escritas que nos permitem olhar a comida antes de ela existir e acariciar a idéia de saboreá-la.
Mas, vale dizer, a receita de um prato jamais será uma fórmula exata para se chegar ao mesmo resultado sempre. Porque na culinária, como na vida, conta muito o que não pode ser expresso em palavras: a experiência de quem cozinha, a intuição usada na hora do saber fazer, os pequenos segredos. "Quinhentos gramas de farinha ,menos duas colheres. Depois, esticar a massa até ela ficar da grossura de um papelão", dizia minha avó, se referindo ao seu truque para que a massa do bolo-de-rolo jamais quebre em suas mãos. 
Ah... só que isso não está na receita, não.

(Por  Mariana Lacerda)


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Bem, como estamos tricotando sobre cadernos de receita, nada mais justo do que passar uma das minhas preferidas. Eu sou fã de bolos.
Esta receita  é de minha vozinha, uma doceira de mão cheia. Infelizmente ela já não se encontra entre nós desde 1985, mas o sabor de seus quitutes permanecem vivos nas nossas mesas até hoje, graça aos tais caderninhos de receitas.

BOLO DE MANDIOCA DA VÓ MARIA.

. 1 xícara (chá) de açúcar.
. 1 lata de leite condensado.
. 5 ovos inteiros.
. 4 e ½ colheres (sopa) de margarina.
. 1 e ½ xícara (chá) de leite.
. 4 e ½ xícaras (chá)  de mandioca crua ralada em tiras (500g).
. 1 e ½ colher (sopa) de fermento em pó químico.
. 4 e ½ colheres (sopa) de queijo ralado.
. 100 g de coco em flocos úmido..

Modo de preparo:

Bata no liquidificador os ovos, o leite condensado, o açúcar e a margarina.
Transfira para uma tigela e misture os demais ingredientes.
Acrescente sobre eles o líquido batido.
Mexa bem e despeje a mistura em uma forma untada.
Asse em forno pré-aquecidode 200ºC.

Agora só falta um cafezinho, hehehe.

Desconheço a autoria da foto publicada acima

quinta-feira, 1 de abril de 2010

MENTIRA TEM PERNA CURTA.

O costume de contar mentiras no dia 1º de abril, teve sua origem na França. Pois é, os franceses mentem há muito mais tempo que nós.
Desde o começo do século XVI  na França, o início do ano era comemorado em 25 de março, data que marcava o início da primavera. As comemorações se estendiam por uma semana, até dia  1º de abril, onde efetivamente,  dava-se início ao novo ano.
Mas, em 1564 o rei francês Carlos IX, num de seus rompantes, baixou um decreto adotando o calendário gregoriano, e o ano novo passou a ser festejado em 1º de janeiro.
Com a dificuldade de comunicação -  não existia rádio e nem televisão -, essa mudança causou uma tremenda confusão. Claro que as pessoas não gostaram da idéia e continuaram a considerar o 1º de abril como o primeiro dia do ano, mandando convites para festas, votos de felicidades uns para os outros .
Diante do fato consumado, a população passou então, a ridicularizar Carlos IX  enviando  presentes esquisitos, cartas e convites para festas que não existiam. Essas brincadeiras ficaram conhecidas como "plaisanteries". 
O costume se espalhou pelo mundo todo e, com o tempo, foram surgindo novas brincadeiras. Em países de língua inglesa o dia da mentira costuma ser conhecido como "April Fool’s Day" ou "Dia dos Tolos";  na Itália é chamado de  "pesce d’aprile", o que significa literalmente “peixe de abril”.
No Brasil, o "Dia da Mentira" ou "Dia dos Bobos" começou a ser difundido em Pernambuco, onde circulou “A Mentira”, um periódico de vida efêmera, lançado em 1º de abril de 1848, com a notícia do falecimento de Dom Pedro, desmentida no dia seguinte. 
“A Mentira” saiu pela última vez em 14 de setembro de 1849, convocando todos os credores para um acerto de contas no dia 1º de abril do ano seguinte, dando como referência um local inexistente.
Tudo faz crer que as brincadeiras, originárias das "plaisanteris" francesas, continuarão sempre a existir, graças a eternidade das manifestações culturais no mundo inteiro.

Isso tudo é muito divertido, mas é importante lembrar que só é divertido falar mentiras somente no dia 1º de abril,  desde que depois a verdade seja revelada.

E você, já preparou a sua pegadinha para hoje ?

domingo, 28 de março de 2010

ALGUÉM AQUI É SUPERSTICIOSO ?

Do latim. superstitione. 
O Dicionário Aurélio define superstição da seguinte maneira:

1. Sentimento religioso baseado no temor ou na ignorância, e que induz ao conhecimento de falsos deveres, ao receio de coisas fantásticas e à confiança em coisas ineficazes; crendice.

2. Crença em presságios tirados de fatos puramente fortuitos.
3. Apego exagerado e/ou infundado a qualquer coisa

Quem é que nunca entrou em um casa nova com o pé direito ou não bateu na madeira para isolar o azar? Algumas supertições já fazem parte do dia-a-dia das pessoas.
É comum ouvir que nós, brasileiros, somos um povo muito supersticioso, talvez seja por sermos um povo mestiço: a cultura indígena com o espiritismo africano, misturado a práticas supersticiosas católicas, moldaram esses 500 anos de crendices brasileiras.
Você sabe o que isso significa? 
Uma pessoa supersticiosa possui apego infundado a qualquer coisa que lhe dizem, crê em fatos sem fundamento real, segue conselhos que nascem da crendice popular. É algo que passa de avós para netos, entre amigos, de geração a geração, é a chamada história oral.
Portanto, a explicação para isso se encontra dentro da psiqué de cada um de nós, das nossas experiências de vida.
Se algum dia alguma pessoa fez algo que deu certo e ela começa a atribuir isso à sorte: é o técnico de futebol que usa sempre a mesma camisa em jogos decisivos; é aquela pessoa que sempre usa a mesma caneta para fazer uma prova ou ainda aquele outro cidadão que sai com uma mesma medalhinha que lhe serve de talismã na hora de viajar - ela passa a atribuir ao amuleto a certeza de que aquilo está funcionando e isso funciona psicologicamente muito bem.
Vejamos abaixo algumas superstições bastante conhecidas e avalie você mesmo o quanto é supersticioso ou não.

 . Cruzar com gato preto na rua dá azar.
. Jogar sabão para Santa Clara faz parar de chover.
. Chinelo ou sapato com a sola virada para cima, o pai ou a mãe podem morrer.
. Sol com chuva, casamento de viúva.
. Quem não fica feliz por achar um trevo de quatro folhas? Opa, é sorte garantida para todo o dia.
. É sempre bom ter uma pimenteira dentro de casa, evita o mal olhado.
. Apontar estrela com o dedo faz nascer verruga.
. Mulher que tem o segundo dedo do pé maior que o primeiro, manda no marido.
. Cortar cabelo na sexta-feira Santa
não cresce mais.
 . A maneira mais eficiente de encontrar algo que desapareceu é dar três pulinhos para São Longuinho.
. Para dispensar uma visita chata, é só deixar uma vassoura de cabeça para baixo atrás da porta. 
 .Crianças que montarem em vassouras serão infelizes. 
 . Varrer a casa à noite expulsa a tranqüilidade
. Sexta-feira 13 é dia de azar e do lobisomem.
. Agosto é mês do desgosto .
. Assobiar à noite chama cobra.
. Se você colocar a meia do avesso, não se preocupe: sinal de que uma boa notícia está para chegar. 
. Comer manga com leite faz mal.
. Jogar sal no fogo espanta o azar.
 . Se sua orelha esquentar de repente, é porque alguém está falando mal de você. Nesse caso, vá dizendo o nome dos suspeitos até a orelha parar de arder. Para aumentar a eficiência do contra-ataque, morda o dedo mínimo da mão esquerda: o sujeito irá morder a própria língua.
. A pessoa que é pulada não cresce mais.
. O número 7 é o número da mentira.
 . Dentro de casa, o guarda-chuva deve ficar sempre fechadinho. Segundo uma tradição, abri-lo dentro de casa traz infortúnios e problemas aos familiares.

. Quem passa debaixo do arco-íris vira de sexo.
 . Aranhas, grilos e lagartixas representam boa sorte para o lar. Matar uma aranha pode causar infelicidade no amor.

Quem come banana à noite, passa mal.
 . Deixar um copo de vidro cheio de sal grosso no canto da sala, traz sorte.
 . Se tivermos um gato e formos mudar de casa, é bom passar manteiga em suas patinhas, para que ele não volte para a casa antiga.
 . Ver uma borboleta amarela voando, traz sorte para o dia.
. Três velas ou três lâmpadas acesas em um mesmo quarto podem ser prenúncio de morte. . Acender três cigarros com um mesmo palito de fósforo também significa perigo. 
. Quem canta na quaresma vira mula - de - padre.
 .Na hora de acordar, abra os dois olhos ao mesmo tempo para ver tudo com clareza e não ser enganado por ninguém. Ao levantar, procure dar o primeiro passo com o pé direito para atrair boa sorte e felicidade. 
 .  Faça um desejo ao cortar a primeira fatia de seu bolo de aniversário. 
Ponha um caroço de melancia na testa e, antes que ele caia, faça um desejo. Jogue uma moeda numa fonte. Só faça um desejo quando a água parar de se movimentar e você enxergar o seu reflexo. Os gregos atiravam moedas em seus poços para que estes nunca secassem. 
. É bom fazer um desejo ao usar um sapato novo pela primeira vez. 
  . Devemos sair de casa e entrar em qualquer lugar, sempre com o pé direito, para evitar o azar.
 . Sua mão esquerda está coçando? Então, prepare-se para receber um bom dinheiro extra. Se por acaso a mão que estiver coçando for a direita, tome cuidado: é provável que perca uma grande quantia. 
 . Coceira na sola do pé significa viagem ao exterior. 
 . Ter um elefante de enfeite  sobre um móvel qualquer, sempre com a tromba erguida mas de costas para a porta de entrada, evita a falta de dinheiro. 
 . Uma figura que garante carteira cheia é o Buda. Ele deve ficar em cima da geladeira, sobre um prato cheio de moedas.
 . Viu uma estrela cadente? Faça um pedido rápido, porque, segundo a crença, é garantia de que ele vai se realizar.
 . Quem comer muito à noite tem pesadelos.
. Passar debaixo da escada é má sorte.
. Quebrar um espelho, dá sete anos de azar.
. Colocar bolsa no chão faz o dinheiro acabar.
 Existem algumas crenças para tentar adivinhar: pedir a futura mamãe que mostre a mão uma delas. Se ela estender com a palma para baixo, será menino. Se a palma estiver para cima, nascerá uma menina. Isso sem contar com a linguagem do ventre: se for pontudo e saliente, sinal de que um menino está para chegar. Arredondado e crescendo para os lados? Menina à vista.
São tantas, cada uma mais curiosa do que a outra. Uma delas é a tradição de jogar arroz nos noivos. Ela teria começado na China há 2.000 anos. O arroz, na cultura chinesa, significa fartura. Por isso, se o casal se casa com uma chuva de arroz, ele nunca vai passar necessidades. Isso nasceu de um chinês muito rico na época que resolveu fazer o casamento da filha debaixo de uma chuva de arroz e as pessoas passaram a fazer igual.

 Ufa ! Cansei.
São tantas, difícil de lembrar.
Se você conhece alguma, então aumente a lista.

Eu confesso que a história  do chinelo virado me acompanha até os dias de hoje.
Mas quem não tem medo de perder os seus pais ?

Fonte: O Guia dos Curiosos.
(Desconheço a autoria das fotos publicadas acima)