Os personagens sempre eram os mesmos: a Quitéria, o Cabo, o Coronel, o Simão, o Cangaceiro, o Padre, o diabo e as almas penadas.
A linguagem era, e é ainda, muito provocativa, debochada e irreverente.
A presença dos fantoches é assinalada desde a mais remota Antigüidade. Alguns estudiosos afirmam tenham se originado na Índia, outros asseguram serem oriundos do Egito, onde foram encontrados bonecos de ouro, marfim e barro.
Da Itália, na Idade Média, os títeres caminharam pelas mãos de artistas anônimos para vários países da Europa, fazendo a alegria das crianças e também dos adultos. Naquela época a Igreja valeu-se do teatro de marionetes para a difusão do espírito religioso, visando atrair a atenção dos fiéis de maneira direta e objetiva, tendo esta forma de espetáculo adquirido também o nome de “Presépio”, no qual figurava o nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo. Deve ter sido sob esta forma que a representação entrou no Brasil.
A etimologia do termo "mamulengo", ainda não foi definitivamente esclarecida. Presume-se que tenha origem na conjugação de duas palavras: mão e molengo, mão mole, mão que se move. O mamulengo também é conhecido pelo nome de "babau" que nada tem a ver com boi bumbá.
Os bonecos de mamulengo têm cabeça e mãos de madeira (a mulungu ou a imburana) e o corpo de pano, vazio, como uma luva. São manipulados acima de uma cortina ou telão por trás do qual se escondem os manipuladores e que também falam - dão voz aos bonecos.
A cidade de Olinda (PE), sedia o Museu do Mamulengo, Espaço Tiridá, com mais de 1000 bonecos em exposição, acervo na sua maioria, doado pelo maior grupo de teatro de mamulengos do País, o SÓ-RISO, grupo muito conhecido e premiado fora do Brasil.
A tradição continua e se renova com os Mestres Mamulengueiros que ministram oficinas para novos aprendizes que se apresentam no Teatro Só-Riso e expões seus bonecos no Espaço Tiridá.
Entre os mestres mamulengueiros destaca-se José Lopes da Silva Filho, nativo de Glória de Goitá, PE e discípulo de Zé Grande, Severino da Cocada e Mestre José Divino.
O teatro de fantoche é de grande valor educativo, pois é distração sadia, que dá grande alegria às crianças, por isso é um dos meios mais elevados para educar a infância.
4 comentários:
Ola!amiga
passei pra te dar um abraço e um beijinho bem apertadinho, desejar ótima semana.
Teresa Grazioli
Silvana
Muito interessante essa sua postagem (como todas, aliás). Tinha pouco conhecimento sobre esse teatro de bonecos, ou mamulengo, tão bonito e tão tradicional. Vir ao seu cantinho é aprender e aprender. Obrigada.
Beijos e ótima semana para você.
Dulce
Mais um ensinamento precioso,este blog encanta-me,hoje precisava de assistir a um espectaculo de fantoches para me animar...,bjs
Morei em Recife e lá tive a oportunidade de presenciar vários eventos culturais. É uma região das mais ricas em termos de folclore.
Bjs.
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